14:10 Sexta Feira - Rua
Não voltamos para minha casa, eu não estava nem um pouco afim de ficar dentro de meu quarto escutando músicas depressivas que só me levavam mais para o fundo do poço. Eu tinha sorte de Guilherme ainda querer dar umas voltas comigo, mas eu estava muito curiosa para saber quem era a tal garota que o maior gato do meu quarteirão estava interessado.
- Então... - tive que gritar para que ele me ouvisse, o barulho dos carros passando estava cada vez mais alto, Guilherme virou seu rosto um pouco curioso. - Você ainda não me falou sobre essa garota que está interessado, eu conheço?
Ele riu mas só soube que ele ria pois eu tinha olhado, porque o barulho dos carros tinham abafado o som, ele pegou na minha mão e me puxou para um lugar que eu juro que não conhecia.
Atravessamos a rua apressados e me conduzia a um parque que ficava ali perto, lá era calmo... já tinho ido nele, mas não por esse caminho. Pisamos na grama molhada e fomos em direção a um banco de cimento perto dali, sentamos e fiquei esperando sua resposta.
- Ela é bonita, sincera... - ele riu novamente mas agora olhava para dentro de meus olhos, como se tivesse vendo a minha alma. - Bem... muito diferente da maioria das garotas que já gostei, que já conheci.
- Ah... - falei meio sem graça , não sei porque. - você já falou com ela?
- Falamos normalmente, como um cidadão qualquer... - ele falou - mas ainda eu não disse nada, tenho que descobrir o que sinto de verdade, depois... pensarei se digo.
Um vento passou pelo parque jogando todas as folhas que tinham caído das grandes árvores para longe, segurei meu cabelo olhando para outro lado.
- Quem era aquela garota que estava em sua casa mais cedo? - perguntou, me virei rapidamente quando notei um ponto de interesse na pergunta. Controlei-me para não xinga-lo, meu coração doeu.
Não sei por que.
- Ster. - falei de mau humor
- Ster de que? - perguntou
- Ster, Ster. - respondi meio sem paciência para suas gracinhas
- Hum. - falou - O nome todo de Ster é Ster Ster ?
Respirei fundo e revirei os olhos procurando paciência.
- Claro que não né. - respondi
- Então fale direito. - implicou - Qual é o nome dela?
- STER ! - respondi impaciente
- Tem mais que eu sei. - ele falou rindo
- Ah vê se me erra garoto. - me levantei irritada, mas antes que eu pudesse ir para algum lugar longe ele segurou minha mão e me puxou levemente, mas tinha tanta força que me fizera sentar. - O que foi?
Ele sorriu brincalhão e me fez esquecer o porque que eu estava irritada.
- Fique. - falou com a voz sedutoramente sexy, senti a onda de calor passar pelo meu corpo, tive que me controlar senão eu iria correndo pular em seus braços e lhe dar um beijo. Controlei minhas emoções, mas sabia que ia perder o controle mais cedo ou mais tarde. O pior que ele percebera.
Gemi.
- Que foi? - perguntou acariciando meu rosto, senti sua mão macia, quente e forte em minhas bochechas... nunca sentira uma mão assim.... antes que eu deixa-se continuar eu afastei meu rosto atordoada.

- Quer mesmo que eu pare? - perguntou ele usando aquela voz sexy novamente, o que ele queria ? me provocar? estava conseguindo.
Não respondi, a unica coisa que fiz foi franzir o nariz e morder o canto dos meus lábios.
Quando dei por mim os lábios de Guilherme estavam tão próximos dos meus e eu fiz o resto.
Pus minha mão em sua nuca e empurrei seu rosto mais para o meu, o beijo foi quente... prazeroso... carinhoso, e meu coração começou a fazer um samba dentro de meu corpo, minhas pernas tremiam como bambu e meus olhos... estavam fechados, sentindo o hálito de hortelã de Guilherme.
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