Postagens populares

sábado, 30 de abril de 2011

27

10:00 - Sábado  Em Casa / Praia

Abri meus olhos bem devagar enquanto sentia a luz do sol passar pela minha janela e chegar até mim, joguei o cobertor para longe de mim me despreguiçando logo em seguida.
Ainda não estava acreditando que ontem a noite tinha mesmo existido, que eu e Guilherme teriamos dançado colados um no outro no maior clima de love; mas eu ainda tinha medo... medo que hoje ele me esqueceria e arranjaria outra idiota para cair na sua rede de sedução.
Tirei isso da cabeça e fui para o banheiro arrastando meus pés.
Escovei o dente, lavei meu rosto e como sempre passei um creme.
Voltei ao meu quarto e parei por instantes, levei minha mão no meu cabelo e o prendi em coque. Continuei em pé com a preguiça dominando minhas pernas, ri e fui em direção ao armario, catei qualquer roupa e vesti, pus meu pijama de baixo do meu travesseiro e me joguei na minha cama ficando completamente largada ali.
- Filha? - falou mamãe aparecendo na porta com um maior sorrisão em seu rosto. - Como foi ontem? Nem tava acordada quando chegou.
Sentei-me na cama ao seu lado e sorri.
- Foi maravilhoso mãe. - falei - Era uma festa de casamento.
Mamãe e eu rimos juntas
- Que bom que se divertiu querida. - ela respondeu se levantando da beirada da minha cama - Tenho que ir ao mercado, o café ainda ta na mesa.
Então ela saiu do meu quarto fechando a porta, deitei-me na cama novamente fechando os olhos e repassando as imagens de ontem na minha cabeça fazendo meu coração se acelerar.
Minha barriga roncou tão forte que devia dar para ter escutado ela do outro lado da rua, ri timidamente de mim mesma e fui para a cozinha.
Comi meu pão e tomei meu café depois arrumei a mesa guardando tudo que eu mexi.
Dei uma olhada na tv e depois fui para o quarto, pus minha roupa que eu custumava a usar na ed. física e sai de casa, começei uma caminhada de leve até a praia e depois começei a correr, a brisa leve passava pelo meu rosto... "vento com sol" muito bom, uma otima combinação eu tinha que concordar.
Quando cheguei na entrada da praia que me levava para a areia hesitante e depois entrei com tênis e tudo, nem ligava.
A bermuda que nem podia ser considerada uma bermuda maracava minha bunda, ate a minha calcinha por isso fui de biquine, qualquer coisa eu dava um mergulho no mar para me refrescar.
Voltei a caminhar balançando meus braços para todos os lados como se eu fosse louca, eu sorri e ri sozinha.
Dei uma olhada no territorio e tinha que ver... vário gatos na praia hoje, hum, eu podia descolar um para mim sabe... para quando eu me decepcionar com Guilherme eu já ter alguem ou sei la, para me apoiar.
Tirei essa idéia da mente por enquanto, sentei-me na areia poucos metros distantes do mar, tirei meu tênis e a meia pondo as para dentro, logo em seguida a blusa e a bermuda.
Soltei meu cabelo e pus minhas roupas um pouco afastadas dali e em seguida corri pro mar mas fui impedida por uma mão forte e quente que eu reconheceria mesmo cega.

 - Posso me juntar ? - ele perguntou, dei uma olhada para baixo e vi que estava de bermuda mas mesmo assim estava bem sexy com os musculos a amostra, ele pegou na minha mão e ficou a alisando - a . 
- Claro. - respondi timidamente enquanto ia sendo puxada por suas mãos fortes em direção ao mar. 


26

20:43 Sexta feira - Festa


 Guilherme e eu estavamos na pista de dança, agarrados um no outro, sentindo a belissima música de Mariana Rios - "Aonde você foi parar" tocar em nossos ouvidos.
Meu rosto estava apoiado em seu ombro e logo estava sentindo o doce  perfume maravilhoso que vinha dele... de sua roupa... de seu corpo. Estava tão aconchegante em seus braços fortes, me sentindo tão segura... coisa que não sentia fazia a muito tempo, e então meu coração começou a se acelerar novamente, eu sorri enquanto aproveita o momento... o 'nosso' momento. 
 - Diana? - uma voz masculina, porém estava rouca de tanto que deveria ter gritado, eu me virei com raiva mortal de quem me tirara daquele clima totalmente apaixonante. 
- Derick? - perguntei meio atordoada, por que ele estava ali? e por que ele viera falar comigo? e ainda um pouco mais confuso.. Lucky não estava ali, estranho. - O que faz aqui?
- Eu que te pergunto.- ele falou - ainda mais com 'ele'. 
Ele apontou na direção de Guilherme que agora estava completamente nervoso, seus dentes estavam trincados e seus olhos pareciam querer mandar alguma mensagem de morte para Derick que o ignorava completamente e logo voltara a falar comigo.
- Quer que eu a leve para casa? - perguntou pegando em minha mão e me puxando para a direção dele, só que Guilherme fez o mesmo e já que ele era mais forte me pos por tras dele e dei um passo a frente ficando cara a cara com Derick. 
- Ela não precisa de você... - ele falou num tom ameaçador - Saí daqui! 
Derick se inclinou para o lado com o olhar de assustado porém estava em dúvida se acreditaria ou não em Guilherme, eu balançei a cabeça concordando apesar de meu coração ter falhado ao concordar. Chateado se afastou, mas antes eu falei :
- Cadê Lucky? pensei que vocês saiam sempre juntos - perguntei, Derick se virou para mim e com um olhar triste respondeu:
- Ela está preparando as malas, iremos amanha. - respondeu e logo se lançou escuridão a dentro da discoteca. Encostei minhas costas na parede e me encolhi. 
- Você está bem? - perguntou Guilherme tirando alguns fios de cabelo do meu rosto, fechei os olhos e tentei não chorar... não queria mais chorar por Derick... não mais.
- Estou... - falei, na verdade eu realmente estava bem... por mas que eu passasse mais tempo com Guilherme do que com Derick , havia ainda uma parte dele em mim que só poderia ir embora quando Derick fosse embora desse país. Cheguei um pouco mais perto de Guilherme e o abraçei, tão forte...    
- Preciso de você... - sussurrei desejando que ele não me ouvisse. 
E agora estava tudo perdido... realmente não havia mais possibilidades de eu me afastar dele sem ficar magoada, mas não pensei nisso agora...
Ele estava ali, e era isso que me importava.. 


Só isso. 


25

20:30 - Sexta Feira - Festa


Paramos em frente a um arco gigantesco onde haviam dois grandes homens uniformizados, Guilherme me carregava pela cintura colando meu corpo ao lado do dele.
Eu tinha que concordar, eu estava muito bonita (só aquela noite) mais ainda uma coisa não saia da minha cabeça... 
"com que dinheiro Guilherme comprará esse vestido?"  eu não ia perguntar, quando você recebe um presente é falta de educação perguntar quanto custou, e ainda mais se for... de um garoto.
Guilherme dera nossos nomes a um dos caras moreno que segurava varias folhas com os nomes dos convidados,quando esse homem nos liberou e nos deixou entrar pude perceber que era um 'casamento', na verdade era a festa de casamento.
 Passamos pela tentadora mesa do bolo que tinha 3 andares e uma mesa de doces cheios de chocolates, minha barriga roncou e tentei disfarçar mas Guilherme notara, ele sorriu e me conduziu uma mesa perto da discoteca. Sentamos nas  cadeiras uma em frente a outra para que pudessemos nos avaliar melhor, a música estava alta e havia muitas pessoas se acabando na pista de dança. 
- Você está incrivel. - falou piscando para mim, e novamente uma onda de calor passara pelo meu corpo me fazendo ficar agitada. 
- Olha quem fala... - apontei para ele enquanto sorria. - Você parece um principe.
Parecia que ele tinha se aproximado mais de mim quando um garçom (bonitinho) atrapalhara nosso clima, me afastei sem graça enquanto Guilherme pegava um copo de refrigerante para mim e para ele.
 Levei o copo ate minha boca e bebi um pouco pondo o copo novamente em cima da mesa, Guilherme fuzilava o garçom que ainda não saira da nossa mesa.
- A senhorita está muito bela. - admirou o garçom, minhas bochecas queimaram mas ignorei quando ouvi um rosnar vindo de Guilherme que olhava cada vez mais com raiva para o garçom que saira . 
- Está tudo bem? - perguntei pondo minhas mãos em cima das dele, ele virou-se em minha direção e seu rosto relaxou um pouco. 
- Estou otimo. - respondeu - Mas acho que esse garçom perdeu seus limites, acho que alguem precisa lembrar-lhe das regras.
Fiquei um pouco confusa do que ele dizia mas ignorei, aquilo era uma festa e não um ringue de luta.
- Relaxa... - falei sorrindo - Essa música é legal. 
Agora tocava "Super Amor - Luan Santana" na discoteca e todos os casais estavam dançando coladinhos o que me deu um pouco de inveja. Voltei a olhar para Guilherme que agora estava quase colando nossos rostos e sussurrou para mim :
- Eu já desafiei a lei da gravidade, já voei sem asas pra te procura - cantou fazendo meu coração bater cada vez mais rápido - Tenho um radar no peito batendo de saudade, é o meu coração querendo te encontrar.
Pisquei varias vezes para ver se aquilo era mesmo real, se aquilo tava acontecendo... se Guilherme estava mesmo cantando para mim, ele pegou minha mão e entrelaçou com as dele. 
- Quero ser o seu super-herói, te dar um super amor que nem o tempo destrói. - cantou pela ultima vez antes de aproximar seus lábios nos meus e começar um beijo lento, carinhoso e apaixonado...






24

19:59 - Sexta feira - Sala de estar



Ster foi embora minutos depois minha mãe chegou e agora eu estava junto com ela sentada no sofá assistindo a novela das sete.
Eu não era daquelas viciadas, que fica perdendo a metade do dia comentando o que deveria acontecer e o que vai acontecer no proximo capitulo, eu só via para distrair minha cabeça mesmo, para não ficar pensando na mesma coisa o tempo todo.
Bateram na porta.
Com preguiça pedi para que minha mãe atendesse,lentamente ela se direcionou até a mesma e abriu, não vi sua reação mas escutei um 'ooh' seguido por meu nome, virei meu rosto com um baita sono e percebi que Guilherme estava na porta completamente arrumado para alguma uma festa chique. Tentei me lembrar de como respirava, ele estava belissimo, chegava ao ponto extremo da beleza humana ou mais além... parecia um principe do que um garoto comum.
- Vá se arrumar... - falou entrando em casa após comprimentar minha mãe que ainda estava surpresa e admirada. - Iremos a uma festa.
Com uma de minhas mãos apertei o lugar onde meu coração estava e apertei, ele batia tão rápido a ponto de eu ter um ataque cardíaco a qualquer momento.
- O que? - me levantei incredula, ele tava me chamando para uma festa em cima da hora? - Não vai dar tempo e eu não tenho roupa ...
Foi ai que ele movimentou uma de suas mãos que estava nas costas e ergueu uma roupa... quer dizer um vestido completamente lindo, deveria ter sido comprado em uma das lojas mais caras da cidade. Meus olhos se arregalaram e levantei-me indo em direção ao mesmo, passei a mão no vestido vermelho.
O vestido que Guilherme comprara para mim tinha um decote não muito vulgar, mas daria para aparecer um pouco dos seios e tinha um enorme corte em um dos lados, debaixo do decote havia um tipo de joia, belissima, brilhava e sim... chamava muita atençao.
 Olhei para mim que estava mais surpresa do que antes e sinalizou algo com a cabeça para que eu fosse me vestir, eu sabia que se eu fosse junto com Guilherme para essa festa taria tudo perdido.. tudo que planejei.
Mas 'não' tinha como não aceitar.
Peguei o vestido timidamente de sua mão e andei lentamente até entrar em meu quarto, fechei a porta e pus o vestido em cima da cama.
Procurei o ar em meus pulmões, passei a mão em minha testa retirando o pouco suor que nele havia.
Como? e por que Guilherme me derá um vestido carissimo? Logo para mim ?
Passei minha mão novamente no vestido que estava jogado em minha cama ate achar uma pequena carta dentro dele, nervosa abri o lentamente jogando um aroma tão tranquilizante que me deixara na mais pura paz.

"A beleza deste vestido não é nada comparado a sua, vista-o e venha até mim.
A noite nos espera.
Guilherme"

Senti meu coração saltitar, logo depois um sorriso sincero nascera em meus lábios.

23


16:00 Sexta Feira - Casa


Guilherme me deixara na porta de casa e se despedira com um beijo na minha testa, meu coração falhou quando eu o vi indo embora. 
Entrei em casa dando de cara com minha mãe ao lado de Ster, tentei mudar a expressão do meu rosto mas não consegui. Ster e mamãe então riram juntas como se soubessem o que tinha acontecido, andei em direção ao quarto mas fui impedida pelas palavras de mamãe.
- Diana querida... - falou levantando-se do sofá e ficando ao meu lado - Não tem nada para nos dizer sobre o passeio de hoje? 
Ela sabia, claro que sabia... pela primeira vez senti raiva mortal da intuição da minha mãe. Suspirei.
- Estou cansada. - menti - Não quero falar sobre isso.
Lançei um ultimo olhar para Ster que se divertia do meu desespero e fui em direção ao meu quarto, entrei, tranquei a porta e me joguei na cama passando as imagens daquela tarde em minha mente, nunca me senti tão bem como hoje... mas isso não queria dizer que eu ia ficar caindo nos braços de Guilherme, quer dizer... eu precisava me afastar dele ate que eu não sentisse mais nada por ele.
- Diaaaaana! - gritou Ster do outro lado da porta e me tirando dos meus desvaneios. - deixa eu entrar!!!
- Não... - falei - se eu te deixar você vai ficar me jogando na cara o que aconteceu...
Houve silencio, depois risos abafados
- Prometo que não falo nada disso, mas deixa eu entrar poooor favor! - falou, dava para perceber que ela pulava. 
Levantei-me da cama e fui abrir a porta para Ster, ela passou do meu lado que nem um furacao e começou a pular de alegria enquanto examinava meu estado. Esqueci completamente que estava de biquine, mas por sorte estava seco.
- Eai... - ela falou com seu sorriso metálico a amostra - como foi?
Bufei, eu sabia que ela ia querer saber... como eu podia ser tão imbecil em acreditar?
- Por favooor... - disse ela se ajoelhando a minha frente - me conta, e seja sincera... vocês ficaram não é?!
Seus olhos brilhavam esperançosos, franzi o nariz e apenas balançei a cabeça admitindo que eu beijara Guilherme. 
Tampei meus ouvidos no exato momento que ela se levantara do chão e começa a gritar animada com a novidade, me encolhi enquanto Ster dava voltas no quarto como um carro desgovernado. Quando parou, fui ate ela,segurei forte em seus braços e fixei meus olhos nos dela.
- Não conta para ninguem pelo amor de Deus! - pedi - Ninguém pode saber disso.
- Por que não? - ela perguntou - Guilherme é um tremendo gato, misterioso... muito sexxxxxy e provocante, ah para Diana vai falar que não gosta do jeito malvado dele? Pode admitir.
Revirei os olhos, é eu gostava tinha que admitir. 
- Isso não importa. - falei - mas não quero que abra essa boca, isso morre aqui  entendido? 
- Ta bom, ta bom - respondeu - mas ainda torço para ficarem juntos!
Bufei novamente, fui em direção ao banheiro avisando para Ster que iria tomar banho. 
Eu precisava refrescar a cabeça, precisava pensar em um modo para não me envolver mais do que eu já estava envolvida com Guilherme. 
Tirei o short e entrei no boxe, liguei o chuveiro e deixei que a água frio me ajudasse a esclarecer as coisas. 


sexta-feira, 29 de abril de 2011

22

14:26  Sexta Feira - Parque



Estavamos deitado sobre o gramado menos molhado do parque, o tempo estava ficando feio o que significava que iria chover a qualquer momento mas eu não ligava, meu coração não estava mais partido e sim de volta como ele era antes, minha cabeça estava encostada no peitoral de Guilherme que acariciava meus cabelos e jogava para todos os lados, o toque de suas mãos em meu corpo me fazia sentir um estranho formigamento porém eu gostava, era reconfortante. 
  Tinhamos sorte que não havia mais ninguém ali, a luz do sol batia em nossos rostos mas a sensação da pele de Guilherme era mais confortável em um dia frio que qualquer luz do sol, cobertor ou mesmo uma lareira acesa.Mas eu não conhecia muito sobre Guilherme, quero dizer, ele nem tocava no assunto sobre sua vida... eu sentia que ele guardava algum segredo, algo que se for descoberto seria punido. Senti um aperto no coração, eu queria saber e muito mas se eu soubesse e a vida de Guilherme ficasse em risco eu preferia ficar na curiosidade. 
Sei que é muito cedo para eu pensar que teriamos algum relacionamento serio no futuro, ainda mais porque ele mesmo disse que não era de se prender então eu tinha que cortar rapidamente minhas emoções que envolviam ele e tinha que rapidamente conhecer outra pessoa. 
Suspirei e percebi que Guilherme me olhava curioso com aqueles grandes olhos pretos, o que me chamara mais atenção. Escondi meu rosto em sua camisa e pensei que se eu não me envolvesse tanto com ele talvez eu saira intacta depois que ele estivesse com outra, esse pensamento me deixou para baixo. 
Fechei os olhos contendo as lágrimas que vinham junto com imagens que eu nunca, jamais iria querer ver... não na minha frente. 

 "Tarde demais pra pensar,nas marcas que vão ficar,
Nos olhos que custam secar,
Tarde demais pra entender,o que é não ter você,
Acordar e nem se quer saber.
Quem vai roubar os seus beijos meus,
Desde do último adeus,
Eu me esforço para não pensar,
Que outros iram ver você dormir"




A música do Catch side - Deixar partir não saia da minha cabeça, querendo ou não eu já tinha uma parte de Guilherme dentro de mim, se ele se afastasse de mim... o meu coração iria junto.
Trinquei os dentes, tentando controlar as lágrimas que insistiam em sair, até que o meu controle sob elas foi para   o beleleu, e elas começaram a descer rapidamente. 


21

14:10 Sexta Feira - Rua


Não voltamos para minha casa, eu não estava nem um pouco afim de ficar dentro de meu quarto escutando músicas depressivas que só me levavam mais para o fundo do poço. Eu tinha sorte de Guilherme ainda querer dar umas voltas comigo, mas eu estava muito curiosa para saber quem era a tal garota que o maior gato do meu quarteirão estava interessado. 
- Então... - tive que gritar para que ele me ouvisse, o barulho dos carros passando estava cada vez mais alto, Guilherme virou seu rosto um pouco curioso. - Você ainda não me falou sobre essa garota que está interessado, eu conheço?
Ele riu mas só soube que ele ria pois eu tinha olhado, porque o barulho dos carros tinham abafado o som, ele pegou na minha mão e me puxou para um lugar que eu juro que não conhecia. 
Atravessamos a rua apressados e me conduzia a um parque que ficava ali perto, lá era calmo... já tinho ido nele, mas não por esse caminho. Pisamos na grama molhada e fomos em direção a um banco de cimento perto dali, sentamos e fiquei esperando sua resposta. 
- Ela é bonita, sincera... - ele riu novamente mas agora olhava para dentro de meus olhos, como se tivesse vendo a minha alma. - Bem... muito diferente da maioria das garotas que já gostei, que já conheci. 
- Ah... - falei meio sem graça , não sei porque. - você já falou com ela?
- Falamos normalmente, como um cidadão qualquer... - ele falou - mas ainda eu não disse nada, tenho que descobrir o que sinto de verdade, depois... pensarei se digo. 
Um vento passou pelo parque jogando todas as folhas que tinham caído das grandes árvores para longe, segurei meu cabelo olhando para outro lado. 
- Quem era aquela garota que estava em sua casa mais cedo? - perguntou, me virei rapidamente quando notei um ponto de interesse na pergunta. Controlei-me para não xinga-lo, meu coração doeu. 
Não sei por que. 
- Ster. - falei de mau humor 
- Ster de que? - perguntou 
- Ster, Ster. - respondi meio sem paciência para suas gracinhas
- Hum. - falou - O nome todo de Ster é Ster Ster ? 
Respirei fundo e revirei os olhos procurando paciência.
- Claro que não né. - respondi 
- Então fale direito. - implicou - Qual é o nome dela?
- STER ! - respondi impaciente 
- Tem mais que eu sei. - ele falou rindo
- Ah vê se me erra garoto. - me levantei irritada, mas antes que eu pudesse ir para algum lugar longe ele segurou minha mão e me puxou levemente, mas tinha tanta força que me fizera sentar. - O que foi?
Ele sorriu brincalhão e me fez esquecer o porque que eu estava irritada. 
- Fique. - falou com a voz sedutoramente sexy, senti a onda de calor passar pelo meu corpo, tive que me controlar senão eu iria correndo pular em seus braços e lhe dar um beijo. Controlei minhas emoções, mas sabia que ia perder o controle mais cedo ou mais tarde. O pior que ele percebera. 
Gemi.
- Que foi? - perguntou acariciando meu rosto, senti sua mão macia, quente e forte em minhas bochechas... nunca sentira uma mão assim.... antes que eu deixa-se continuar eu afastei meu rosto atordoada. 
- Para com isso por favor. - falei, mas parecia mais como um sussurro... que droga, o que estava acontecendo comigo?
- Quer mesmo que eu pare? - perguntou ele usando aquela voz sexy novamente, o que ele queria ? me provocar? estava conseguindo.
Não respondi, a unica coisa que fiz foi franzir o nariz e morder o canto dos meus lábios.
Quando dei por mim os lábios de Guilherme estavam tão próximos dos meus e eu fiz o resto. 
Pus minha mão em sua nuca e empurrei seu rosto mais para o meu, o beijo foi quente... prazeroso... carinhoso, e meu coração começou a fazer um samba dentro de meu corpo, minhas pernas tremiam como bambu e meus olhos... estavam fechados, sentindo o hálito de hortelã de Guilherme. 



20

13:45 - Sexta feira - Restaurante


Eu estava sentada junto com Guilherme numa das mesas la no canto do restaurante.
Ainda estava cansada da praia, sinceramente? minha opnião sobre o Guilherme mudara completamente, ta não tudo... mas a maior parte sim. 
Endireitei-me na cadeira e dei uma olhada rápida no cardápio, eu já escolhera o que eu ia comer e Guilherme também. Ele chamou o garçom que rapidamente nos atendeu, fizemos nosso pedido e nos disse que tinha-mos  esperar uns 10 minutos, me inclinei um pouco para frente, debruçando meus braços em volta do prato. 
- Sei que isso não é da minha conta... - pausei dando um longo suspiro e olhando para Guilherme - mas você namora? 
Ele continuou com aquele sorriso simpático nos lábios o que fizera meu coração derreter como sorvete no meio do deserto do Saara. 
- Não... - respondeu começando a avaliar minha reação, corei. - Não sou de me prender a uma garota. 
Pisquei algumas vezes, certo... um gato como Guilherme claro que não era de se prender, de se apaixonar rápido, tinha que admitir que fiquei meio decepcionada pela resposta mas contive minhas emoções. 
- Mas... - continuou ele, levantando uma de suas sobrancelhas e se inclinou na minha direção, estavamos sentados um em  frente do outro. - Estou interessado em uma garota.
Ele sussurrou tão perto de meu rosto que parecia que isso foi uma indireta, mas sei que não era para mim... eu não era interessante, nem um pouco misteriosa, sedutora e provocadora e isso me irritava quando queria conquistar alguém que eu desejasse.
- Hum. - foi só o que conseguir pensar, desviei meu olhar do dele e me afastei olhando o restaurante que ficava cada vez mais lotado. 
- E você? - perguntou Guilherme tirando-me da distração, coçei o alto de minha cabeça e tentei sorrir enquanto meu coração estava sendo espetado. 
- Eu gostava de uma pessoa... - comecei falando, balancei a cabeça e voltei a olha-lo - Mas já o esqueci, isso não importa mais, não para mim.  
Sua expressão mudou, de simpático foi para sério e perverso. 
As vezes ele me dava medo. 
- Ele é um grande otário. - Ele comentou, sua voz soou maliciosa... como se fosse divertido falar mal do Derick. Eu fiquei meio tensa. - Ele fez alguma merda para você? 
Engoli em seco, suas palavras estavam ficando cada vez mais perversas, incomuns... tentei reagir normalmente mais aquele tipo de comportamento não de me deixa confortavél.
- N...não exatamente. - baixe meu rosto, e desvie meus olhos dos dele. - Vamos mudar de assunto, não quero falar disso. 
Seu rosto não relaxou nem mesmo com minhas palavras, ainda estava sério e misterioso. 
Minutos depois nossa comida chegou, eu não estava com tanta fome assim, dei uma olhada em Guilherme que comia educadamente, esse comportamento era incomum para alguém que é tão... tão agitado ?! Voltei a prestar atenção na minha comida e comecei a dar garfadas e pondo a comida na minha boca, lentamente. 


19

12:00 - Sexta Feira - Praia


Chegamos na praia em um silencio absurdo, Guilherme não falou uma palavra se quer e agradeci a Deus por isso (mentalmente). Sentamos um pouco afastado do outro, eu me sentia bem assim e bem perto da maré. O sol estava forte naquele horário e antes de sairmos de casa combinamos que ele iria me levar para algum lugar para almoçar, porque ele me convidou para sair então tinha que pagar a comida. Eu sorri. 
- O que foi? - ele perguntou quebrando o gelo entre nós dois, seus olhos estavam um pouco mais escuros como  um buraco negro. 
- Nada. - respondi nem olhando para ele, levantei-me tirando o short e ficando de biquine. Senti alguns olhares masculinos em mim mas ignorei. - Vou nadar, vai comigo?
Ele parou para pensar um pouco, eu não sabia que para entrar na água precisa de um minuto para pensar, bufei e começei a correr em direção ao mar, o sol estava muito forte e concerteza eu iria sair dali ardendo. 
Fiquei na beirada na água esperando que uma onda passasse para eu fura-la e quando apareceu uma eu não perdi a oportunidade, fiquei em um lugar menos raso e mergulhei pelo meio da onda, a sensação refrescante da água do mar bateu em meu rosto e ao levantar recuperei meu folego e dei uma rápida olhada para trás, Guilherme admirava outras garotas que estavam em um lugar próximo ao nosso, grunhi baixinho... mal chegou na praia e ja ta de olho nas garotas...
Enquanto eu xingava Guilherme de todos os nomes por pensamentos eu não prestei atenção numa onda que estava cada vez mais perto de mim, quando me virei ela já estava estourando em cima de mim. 
Eu gritei e logo me vi sendo puxada pela onda, tentei ir para superfície mas a maré simplesmente me puxava cada vez mais para o fundo, eu girava, me debatia mas não conseguia fazer mais do que isso, meu folego estava acabando e meu pulmão cada vez mais procurava ar, estava de olho aberto e só conseguia ver o mar se movimentando e quando tentava me levantar para recuperar o ar outra onda vinha e me prendia novamente até que meu ar tinha acabado e o pânico tomou conta de mim, minha visão começou a ficar embasada e de repente perdi o controle total do meu corpo até que senti algo me puxando, uma mão forte e quente me trouxe novamente para a superfície mas eu já estava quase inconsciente depois do tempão que fiquei embaixo d' agua.
Minha visão tava completamente embasada, como uma foto sem foco.
- Diana! Diana! - gritou uma voz familiar, eu não estava reconhecendo por causa da quantidade de agua que eu havia bebido, minha cabeça parecia vento... - Você consegue me ouvir?
Não consegui mexer nem um centímetro do meu corpo, eu estava perdendo a consciência... eu estava...


1 hora e meia depois...

Abri os olhos lentamente e me encontrei de baixo de um guarda sol gigantesco com Guilherme colado ao meu lado, estava sem blusa como sempre. Ele sorriu ao ver que eu estava acordada.
- Finalmente. - falou ele me ajudando a sentar com uma de suas mãos. - Fiquei preocupado.
Tentei forçar um pouco minha cabeça para lembrar o que tinha acontecido depois que fui pega, não me lembro do rosto do cara que salvou minha vida mas eu estava achando que foi o Guilherme.
- F... foi você que me tirou do mar? - perguntei tremendo um pouco, ele me puxou para um abraço... nunca pensei que isso um dia podia acontecer, mas aconteceu... sua pele quente contra a minha fria, seu coração com o meu coração. 
- Fui... - respondeu Guilherme, realmente seus olhos demonstravam preocupação - Você demorou para voltar então percebi que você não estava na superficie... te procurei que nem louco, mas não foi só eu.
Guilherme apontou para um outro garoto musculoso, branco, cabelo encaracolado e loiro... se eu não tivesse enganada era o... 
Arregalei os olhos quando Derick olhou para mim sorrindo um pouco mais aliviado, trinquei os dentes. Não, Derick não me salvou... foi o Guilherme. É foi o Guilherme. 
Tentei convencer isso para minha cabeça e para o meu coração ao mesmo tempo, engoli em seco quando Lucky apareceu ao seu lado dando uma piscada de deboche para mim. 

18

11:20 Sexta - Feira - Quarto 

Ster tinha acabado de chegar e logo a puxei para o meu quarto, eu precisava dela.
Eu precisava da minha amiga. 
- Agora me conta. - falou Ster fechando a porta do meu quarto e jogando sua mochila em cima da minha cama enquanto eu dava voltas e voltas no mesmo lugar. - o que aconteceu?
Meu coração tava cheio de angustia, raiva, odio, tristeza etc... eu estava prestes a explodir com todas essas emoções juntas ao mesmo tempo. Começei a chorar e minha amiga me abraçou tão forte que esqueci por um momento a razão de eu estar chorando - Pronto, pronto... estou aqui, vai ficar tudo bem com você...
Eu queria muito acreditar nas palavras de Ster, muito mesmo... mas eu mesma sabia que nada iria ficar bem por enquanto, não até meu coração ficar cicatrizado. 
- Mas me conta o que aconteceu... - falou novamente agora olhando em meus olhos 
- Derick e Lucky. - e novamente voltei a derramar lágrimas, como algo tão sentimental podia doer tanto? - Eles vão viajar juntos Ster... Derick me ligou ontem para me falar isso!
Ster pareceu um pouco surpresa mas nao tanto quanto fiquei ontem, ela me puxou para um abraço novamente e deu tapinhas leves em minhas costas e percebi que ela chorava junto comigo, eu não entendi o 'por quê'.
- Por que ta chorando? - perguntei me afastando e olhando para seu rosto que agora estava ficando molhado e vermelho. 
- Sou péssima em consolar alguém querido para mim, mas sofro junto com a pessoa. - soluçou Ster, eu abraçei ela novamente e começei meio que ri e meio que chorar ao mesmo tempo.
Minutos depois já estavamos mais calmas, e contei para ela tudo sobre o que aconteceu ontem... desde a hora que Guilherme veio aqui em casa até a ligação de Derick, claro que Ster ficou meio assustada quando falei de Guilherme e meio curiosa para saber como ele era já que minha descrição foi totalmente a favor dele, tirando a parte de ser 'chato' exageradamente.
Luciane bateu na porta e abriu um pouco:
- Tem um garoto te esperando Diana. - ela falou meio que como um sussuro, meus olhos se arregalaram e depois me virei para olhar para Ster que sorriu de um jeito travesso e animado. - Peço para ele esperar?
- É o garoto que te mandou o bilhete? - perguntei gaguejando
- É... ele disse que precisava falar com você. - ela me olhava esperando uma resposta, e eu nervosa não consegui pensar direito.
- Sim, mande ele esperar. - respondeu Ster, Luciane fechou a porta e foi para sala... minhas mãos tremiam como um celular vibratorio, eu estava desesperada mas não sabia o motivo.
- O que eu faço? - perguntei me levantando da cama e tirando o pijama rapidamente e o jogando para os cantos do meu quarto.  
- É o Guilherme? - perguntou Ster com os olhos brilhando
- Sim. - falei pondo uma blusa de manga verde e um mini short jeans, calçei meu chinele e verifiquei meu estado no espelho. - Estou bonita?
Ster parou por um momento para me avaliar e assentiu abrindo um sorriso metalico para mim.
- Vai la amiga... - falou Ster piscando para mim. 
- Ei.... - lançei um olhar frio para Ster, eu sabia que ela queria que eu caisse nos braços de Guilherme. - Não vai rolar nada e alias.. voce vai comigo. 
Peguei no braço de Ster e a carreguei ate a sala, perdi o ar quando meus olhos se encontraram com os de Guilherme que passou por mim e depois para Ster e voltou para mim novamente. Ele sorriu.
- O que faz aqui? - perguntei grosseiramente e sentindo uma pisada forte nos dedos do meu pé, olhei nervosa para Ster. 
- Sua gentileza me emociona... - comentou Guilherme voltando a ficar sério, seu rosto adquiriu uma expressão maléfica, o que fez minhas mãos começarem a suarem, quando parei de reparar em seu rosto vi que ele usava uma blusa de alça que mostravam os musculos do braço bem definidos. - Bem só vim aqui... te pegar mais cedo, estava com tédio em minha casa e queria te levar para a praia. 
Engoli em seco e troquei olhares com Ster que me falava pelos olhos para ir com ele. 
- Mas dessa vez põe um biquine... - comentou Guilherme me chamando a atenção novamente. - Não quero ouvir suas reclamações de velha novamente.
Fuzilei Guilherme com o olhar e minha primeira vontade era de estrangular ele, mas antes de dizer alguma coisa Ster respondeu.
- Ah ela vai por sim... - disse Ster - Espera só um pouco que ela vai trocar de roupa.
A mão de Ster segurou forte meu braço e me puxou para o quarto desesperadamente, fechou a porta e verificou se ele não podia ouvir. 
- ELE É UMA DELICIA DIANA! - exaustou Ster fazendo gestos que o coração dela estava acelerado - Não perca esse homem de jeito nenhum...
- Hã? - olhei incredula para Ster, era impossivel que ela não tenha ouvido o que  ele falou de mim. - Tá maluca Ster? voce não ouviu ele me chamando de velha? 
- E isso importa? - falou - Diana pelo amor de Deus, ele pode ser sua unica chance de desencalhar...
Ignorei sua ultima frase e fui em busca de um biquine descente no meu armario, peguei um vermelho sangue e pus rapidamente e logo depois pus um short que eu usava quando ia a praia.
- Olha... - começei falando logo - Ster eu ja vou falando para não ficar decepcionada comigo, 'e-u' não irei beijar aquele garoto retardado. 
Antes de eu conseguir sair do meu quarto Ster me puxou novamente e disse olhando em meus olhos, seria:
- Você vai sim... - falou - e se você não fizer nada, eu farei. 



17

09:47 - Sexta feira - Quarto


As luzes do sol atravessaram as cortinas da minha janela e iluminavam a metade do quarto, me levantei lentamente com uma baita dor de cabeça depois de ter chorado a noite inteira, meus olhos ainda ardiam com as lágrimas. 
Fui ao banheiro escovei meu dente, pentiei meu cabelo e depois passei um creme básico em meu rosto, voltei para meu quarto e peguei meu celular que estava em cima da mesa, havia milhões de mensagens de Derick e várias chamadas não atendidas dele e da Ster, senti um aperto no coração que me fizera encolher.
Apaguei o número, as mensagens e as ligações de Derick do meu celular e logo depois liguei para Ster...
- Amiiiiiiiiiiiiiga!!! - gritou Ster pelo telefone, tive que afastar ele do meu ouvido porque eu iria ficar surda se eu deixasse
- Bom dia amiga, desculpa não ter ido... - desculpei-me - Tive uma recaída emocional ontem, chorei a noite toda.
- Ai meu Deus... - exclamou ela - O que aconteceu? o que aconteceu DIANA ?
- Calma, pode vim para cá? - perguntei meio sonolenta
- Claro claro... - ela falou - Já é quase o intervalo, posso fugir da escola e ir para ai depois das 11hrs, ok?! 
- Ok, quando estiver chegando me liga. - falei
- Ligo sim, agora... - ela falou meio histérica - tenho babados para te contar.
- Ta bem... - falei - tambem tenho.
Então desliguei o telefone antes que ela pudesse falar alguma coisa a mais, Lucinda entrou no meu quarto lentamente. 
- Bom dia querida. - ela falou dando um sorrisão, tentei disfarçar minha cara de choro por de sono.
- Bom dia Luci. - falei dando um sorriso torto sem emoção, ela que notou minha expressão perguntou:
- Estava chorando ? - perguntou, eu senti uma pontada de preocupação em seu tom de voz
- Sono - respondi mas ela não pareceu muito convencida, ela deu de ombros. 
- Ah esqueci... - ela falou pondo a mão no bolso de traz de sua bermuda e retirou um pequeno envelope branco - Um belo rapaz me parou na rua e me perguntei se eu trabalhava aqui e disse que sim, ai ele pediu para eu te entregar isso.
Primeiro suspeitei que fosse Derick, ele sabia que eu não iria responder suas mensagens resolveria mandar cartinhas pela a faxineira daqui de casa mas depois pensei que havia possibilidades de ser outro...
- Como ele era? - perguntei um pouco anciosa
Lucinda pareceu fazer esforço para pensar e assim respondeu:
- Alto, moreno, olhos pretos e cabelos tambem... musculoso... - antes de ela continuar, peguei depressa o envelope e abri.... 

"Diana...
  Estive pensando em te levar para um lugar para esfriar um pouco a cabeça, 15hrs estarei ai para te buscar e a proposito conheci a famosa 'Lucky Star', bem bonita mas infelizmente estava acompanhada de um garoto loiro, parecia mais um fantasma loiro do que um humano haha.
Então, te buscarei as 15hrs e ponto ai e nem adianta fugir, saiba que consigo tudo que quero.
Até mais tarde,
  Guilherme"

Ignorei completamente a parte Lucky e Derick no bilhete mas o resto eu achei um pouco irritante como o dono do bilhete, o que ele tanto queria comigo? Joguei a carta em cima da mesa e tentei esquecer completamente de garotos um pouco, fui ate a cozinha, fiz meu café e preparei meu pão e depois fui para a sala assistir tv.
Parecia que o tempo nunca passava e meu coração partido parecia que nunca queria se cicatrizar.. 
 E então corri pro meu quarto, verifiquei se não tinha ninguem ali e voltei a me derramar em lagrimas.

16

21:00 - Quinta feira - Casa



Eu estava muito irritada e com ódio mortal de Guilherme depois que ele me jogou no mar, só para saber como fiquei irritada voltei para casa sozinha completamente encharcada. Suspirei vestindo meu pijama e indo para meu quarto, estava escuro como de costume.
 Queria esquecer de tudo, queria esquecer dele.
E então meu celular tocou e...
 DERICK!
Eu juro que tinha me esquecido completamente dele quando estava com Guilherme. Minha vontade era deixar que a ligação caísse na caixa postal mas meu coração ainda se derretia por ele.
Atendi.
- Diana? - falou 
- Eu mesma. - respondi sem um pingo de animação
- Você foi para onde mais cedo? - perguntou com tom de ciumes, fiquei irritada.. só agora que ele se preocupava aonde eu ia? argh
- Estava na praia. - respondi secamente, revirei os olhos
- Com quem? - perguntou um pouco mais irritado
- Um colega ai. - respondi não dando tantos detalhes
- Huum...- falou - é que te liguei mais cedo e sua mãe falou que voce saiu com um garoto. 
- É. - foi só o que falei. - mas então, por que me ligou?
Houve uns instantes de silencio. 
- Vou viajar... -declarou por fim, meu coração se apertou mas fingi não estar surpresa. - Com a Lucky.
Segurei as lagrimas que se formavam em meus olhos.
- Eu sei. - falei 
- Sabe? como ? ela te contou? - perguntou surpreso
- Não, eu nem falo com ela. - respondi baixo - Mas estava ficando obvio de tanto voce ficar colado com ela.
- Eu... eu só estava consolando ela. - defendeu-se - Não quero nada com ela.
- Ah me conta outra Derick.. - reclamei com voz de choro - Pra que voce me ligou? para me contar isso? se for me ligar para contar sobre Lucky preferia que você não me ligasse.
- O que aconteceu ? - perguntou um pouco assustado - Ela só precisa de alguem... e não era isso que eu ia te falar. 
Suspirei pesado, apertando o telefone nos meus ouvidos.
Eu já tomara uma decisão, dificil... 
- Derick....- falei - quero que me faça um favor.
- Qual? - perguntou
- Me esqueça. - engoli o choro e continuei a falar - Quando descobrir o que senti verdadeiramente por Lucky me fala, mas enquanto estiver viajando... me esqueça!
Minutos se passaram e ele falara nada, tirei o celular do meu ouvido e o olhei por um momento e depois desliguei. 
Chorei a noite toda, mas eu sentia que tivera feito a coisa certa...
E não tinha duvidas que amanha eu não iria para escola, na verdade eu só iria para escola quando Derick e Lucky já estivessem bem longe de mim.





15

19:12 - Quinta feira - Praia


Esqueci completamente que tinha uma praia perto de minha casa e Guilherme que era novo na cidade me conduziu até ela.
  Ja fazia alguns minutos que tinhamos saido de casa e eu ainda estava um pouco nervosa por ele ter me tocado, e me puxado para perto do corpo dele, sabe como é que é...
Guilherme me soltou, tirou sua blusa (o que me fez ficar boquiaberta) e deixou seus musculos a amostra. Seu corpo era completamente definido e mais que isso, era impossivel não parar para olhar e foi isso que as garotas que ainda estavam na praia fizeram. 
Ele pos a camisa em seu ombro e dei uma olhada em mim, fiquei vermelha e abaixei a cabeça fingindo não ligar. 
- Bora para a agua? - perguntou Guilherme com o tom de diversão, pela segunda vez eu o vira sorrindo. 
- Não to de biquine. - respondi meio seca, passei sua frente e caminhei chutando a areia.
- Vai de roupa, ninguem vai olhar... - ele riu - Bem... você não tem nada para a mostrar na verdade.
Uma onda de furia passou pelo meu corpo, fechei os olhos e contei até dez mas nada adiantou... ele tava pedindo para morrer.
- ME ESQUECE GAROTO! - gritei furiosa, ele ainda ria como se eu fosse a palhaça ali, andei mais depressa ignorando sua existencia patetica.
- Ta bom... - concordou ele andando ao meu lado, sua velocidade me impressionou. - Tenho que admitir que você é bem gostosinha. 
Não aguentei e começei a bater em seu braço musculoso, eu sabia que ele não sentia nada pelo simples fato dele tar  rindo do que sei la o que. 
- Por que me trouxe aqui? - perguntei ainda furiosa - Preferia ter ficado em casa do que estar com você.
Seu riso cessou mas dava para ver em seus olhos escuros como a noite que ele parecia se divertir com o que eu falava.
- Voce que me chamou para sair. - respondeu fazendo cara de deboche e se deitando na areia me chamando com o dedinho. - Vem cá vem delícia.
Uau!
Qual era o problema daquele garoto? Sério, nunca tinha conhecido um garoto tão idiota, tão mongol e retardado como o Guilherme. Continuei andando, ignorando-o. 
Parei de caminhar quando percebi que estava bastante afastada de Guilherme, me sentei na areia e fiquei olhando as ondas irem e virem, fiquei tao distraida com o mar que nem percebi que Guilherme se aproximava de mim silenciosamente. 
- Bu 
Eu dei um pulo junto com meu coração e ainda soltei um grito irritante chamando a atenção de todos que ainda estavam na praia, virei-me dando de cara com Guilherme. O resto que ainda tinha de luz solar iluminava o rosto de Guilherme me fazendo lembrar de um modelo de partes intimas. 
- V-A-I SE FEEEEEERRAR! - falei dando um empurrão no peitoral de Guilherme mas nao adiantou nada pois ele não se mexera um centimetro, grunhi de raiva.- Por que voce nao fica quietinho como estava la em casa? 
- Eu respeito sua mãe e não queria causar má impressão, alias... - foi tão rápido que nem percebi o que aconteceu, só percebi quando os braços fortes de Guilherme me pegaram no colo e correu em direção ao mar, eu gritei tanto... tanto mas infelizmente não adiantou nada, eu bati em seus ombros mas nada adiantou tambem, puxei seu cabelo mas tambem nao adiantou.. seus risos abafaram meus ouvidos e a ultima coisa que  senti foi a agua envolvendo meu corpo todo e me levando para baixo.


14

18:30 - Quinta Feira - Sala de Estar.

 Sai de trás da parede depois de ficar meia hora parada ali observando Guilherme fazer 'nada'. 
Como era possível um ser humano ficar imovel durante 30 minutos? Sentei-me no sofá afastada dele e ele nem sequer me olhou, eu estava achando aquilo um pouco estranho... mais do que eu ja estava achando.
- Ahn... - falei - Guilherme ?
Ele virou seu rosto lentamente e seus olhos cruzaram-se com os meus, uma onda de medo atravessou meu corpo. 
- Quer fazer alguma coisa? - perguntei - Sabe.. andar por ai... comigo se quiser... 
Senti minhas bochechas corarem rapidamente, se minha mãe não tivesse por perto eu teria mandado catar coquinho e pedir para ele nunca mais voltar. Ele me fitou serio o que tava me deixando nervosa porque ele nao me respondia.
- Hum... - ele falou - Claro. 
Meu coração pulou. Mas quando me levantei ajeitando minha roupa no corpo ele falou:
- Espero que voce troque de roupa... - seus olhos estavam mais escuros -  Você está horrivel assim.
Senti uma onda de raiva e odio invadir meu rosto, meu corpo... queria soca-lo, mata-lo, arranhar aquele rosto perfeitamente bonito até ficar feio. 
Não respondi, dei as costas para ele e fui em direção ao meu quarto batendos os pés com força no chão, trinquei os dentes quando senti que ele sorria por trás de mim, abri a porta do quarto e o fechei com tanta força que fez eco.
Fiquei frente a frente ao meu armario, abrindo as portas e procurei uma roupa bem provocante.
 Peguei um vestido preto, curto e que colava no corpo. Pus e logo peguei uma sandalia de salto alto calçando-a, passei uma prancha no meu cabelo, joguei um pouco para os lados e o resto para trás, passei uma maquiagem básica e pronto. 
Dei uma ultima olhada em mim no espelho e sai do quarto. 
Meu coração saltou quando dei de cara com Guilherme em frente da minha porta, ele me avaliou dos pés a cabeça e sorriu maliciosamente, lançei um olhar provocador passando ao seu lado e indo em direção a porta da sala, abri a mesma sentindo a brisa passar por mim. Guilherme foi rápido em seus passos e logo parou um pouco ao meu lado, avaliou meu rosto com seus olhos misteriosos e me puxou pondo uma de suas mãos na minha cintura e me levou para fora de casa.
Senti minhas pernas tremerem e meu rosto corar rapidamente, fechei a porta e fomos em direção a cidade.







quinta-feira, 28 de abril de 2011

13

18:00 Quinta Feira - Sala de Estar

A televisão estava ligada em um canal de desenho animado, eu adorava assistir desenho.
Guilherme estava sentado um pouco afastado de mim, mas no mesmo sófa que eu , suas pernas estavam uma em cima da outra e seus olhos estavam fixados na televisão, o estranho era que ele não sorria nenhum segundo se quer desde que ele viera aqui em casa. 
Seu rosto estava duro e seu corpo rígido, dava ate impreensão daqueles personagens malvados de um filme de terror o que me fazia estremecer ao pensar. Passei a mão nos meus cabelos pondo-os para trás e os prendendo em um rabo de cavalo, dei mais uma olhada em Guilherme e me fez imaginar uma coisa...
Derick parecia um anjo com seus cachos loiros, sua pele branca e olhos azuis... sua beleza era inacreditavel, mas Guilherme parecia uma versão má de Derick. 
Moreno, cabelo preto, olhos penetrantes e misteriosos, não sorria, corpo sarado e muito estiloso, ele era gato de tirar o folêgo de qualquer garota. 
Mordi o canto de minha boca e voltei a prestar atenção no desenho que se passava, começei a bater minha mão nas minhas pernas... sim, eu estava anciosa, com o que ? eu não sabia.
Resolvi quebrar o silencio. 
- Antes de vim para cá... - precisei fazer uma rapida pausa quando seu rosto se virou e seus olhos encontraram com os meus, tive que recuperar o folêgo. - você morava aonde?
Ele pareceu refletir um pouco ou tentava adivinhar o que eu pensava com aqueles olhos grandes e provocadores. 
- Em Santa Catarina. -respondeu e eu fiz um 'ah' para não deixar o clima mais tenso do que já estava.
- Tem irmã? - perguntei meio sem graça 
- Não, não tenho irmã. - respondeu meio seco, seu rosto e sua atenção voltaram -se para a televisão, eu xinguei baixinho. 
Levantei-me de onde estava e fui em direção ao banheiro, entrei e lavei meu rosto... eu estava nervosa não sabia com que. 
Desde que eu pusera os olhos em Guilherme eu me sentira assim, sera que era por causa de sua presença? Disfarçadamente sai do banheiro e me escondi atras de uma parede perto da sala e começei a vigiar Guilherme, como se fosse suspeito de algum crime

12

16:55 Quinta feira - Em casa

Estava jogada na minha cama de olhos fechados sentindo a brisa lá de fora passar por mim. 
Hoje o dia tinha sido muito agitado e nem tinha visto meus pais hoje, deveriam tar no trabalho ainda e Lucinda já tinha ido embora e deixado um bilhete em cima da mesinha ao lado de minha cama. 
Tinha passado quase 2 horas com Ster andando pela cidade em seu carro novo que sua mãe lhe dera de aniversario ano passado. Ster era uma mistura de tipo de garota moderna e nerd, adora ler qualquer tipo de livro, era extremamente educada mais fazia aqueles escandalos quando recebia uma fofoca das grandes e era divertida. 
Completamente. 
Virei -me de um lado para o outro em minha cama, eu sorria e brincando com meu cobertor sozinha. 
Parei exatamente na hora que minha porta se abriu e a figura de minha mãe apareceu e entrou sentando na beirada de minha cama, ela sorria e seus olhos pretos como a noite me avaliavam carinhosamente.
- Oi mãe. - falei enquanto sentava-me em cima do meu travesseiro. - Como foi o seu dia?
Ela sinalizou com a mão algo que dizia que não foi nada bom.
- Péssimo querida. -respondeu revirando os olhos e bufando. - Hoje o dia foi tão corrido, que tive nem tempo para almoçar... falando nisso, o que tem para a janta? 
Parei para pensar um pouco, ergui minha mao para a mesinha onde tava o pequeno bilhete que Lucinda deixara para mim e eu nem tive tempo para olha-lo, li o que estava escrito e depois repeti em voz alta:
- "Pro jantar tem arroz,feijoada, carne, farofa e abobora." - falei fazendo cara de nojo quando falei "abobora" 
Minha mãe hesitou um pouco mas logo se levantou dando um suspiro longo e pesado, ela me olhou novamente e perguntou:
- Vai jantar comigo? - perguntou, havia uma ruga de baixo de seus olhos e seus olhos estavam vermelhos que nem tomate. 
- Não mãe, já lanchei com Ster no shopping. - falei , ela sorriu por fim e saiu do meu quarto deixando encostado. Me levantei da cama meio sonolenta e fui em direção ao meu rádio, liguei-o e pus o cd que eu havia feito. Me espreguiçei e fui me dar uma olhada no espelho, minutos depois escutei minha mãe me gritando desesperadamente, corri para fora do quarto e fui para a sala assustada, quando parei dei de cara com ela e um garoto...
Seu cabelo era preto como a escuridão, seus grandes olhos pretos me fizeram tremer por serem tão misteriosos, perversos, seu corpo era definido mas não tanto quanto o de Derick, a manga comprida de sua blusa preta de gola v colava em seu braço dando mais volume a ele, seu rosto era perfeitamente bonito mais do que dos de Derick e sua boca... que boca. Senti uma onda calor passar por meu corpo me fazendo suar, olhei para minha mãe desesperada. 
- Sou Guilherme Alencar, sou seu novo vizinho... - seus olhos pousaram nos meus me causando outra onda de calor em meu corpo, me remexi . - Espero que não se incomode se me ajudar a apresentar a cidade. 
Congelei. 
Peraí, para tudo... aquele gato tava querendo que eu lhe apresentasse a cidade? Logo eu?  Tinha que admitir que ele não era de se jogar fora, mas eu gostava de Derick , mas Derick não me fazia sentir essa onda de calor. 
- E...eu? - olhei para minha mãe novamente, meus olhos arregalados e ela apenas acenou me deixando sozinha com o Guilherme e voltou-se para a sala de jantar. - Olha eu acho que não sou a pessoa certa para isso.

11

14:50- Praça de Alimentação



Estavamos na fila do McDonalds para comprar nosso lanche, a imagem de Derick com Lucky não saia de minha cabeça e isso estava me torturando. Ster ajeitou seus oculos e virou-se para mim com aquele sorriso brincalhão e animador. 
- Vou comer Bigmac! - falou apontando para o cartaz que mostrava o hamburguer que ela falara, dei uma olhada e escolhi o meu.
- Vou querer quarteirão. - respondi um pouco menos desanimada, abri a minha pequena bolsa e catei o dinheiro necessario para pagar meu lanche, quando chegou a vez de Ster esperei pacientemente a minha vez como todos os outros ate sentir uma mão quente e aconchegante dar uma leve puxada em meu ombro me fazendo virar, dei de cara com Derick e Lucky que me olhava com lagrimas nos olhos, engoli minha raiva e tentei parecer simpática. 
- E o futebol? - perguntei primeiro dando atenção a Derick que ficara sem graça com a pergunta, eu entendera que futebol ele estava falando, apertei meus olhos para Lucky e trinquei os dentes. 
- Er... bem, foi bem. - e ele ainda tinha coragem de mentir e a 'ingenua Lucky' não entendeu a que futebol estavamos nos referindo, engoli em seco e girei meu corpo e falei o que eu queria para a mulher que atendia, paguei meu lanche e peguei a nota fiscal ficando lado a lado a Ster e dando espaço para os outros comprarem tambem.
- O que ele falou? - sussurou Ster no meu ouvido e deu uma olhada nada disfarçada para Derick. - O que ele faz com Lucky?
- Esse é o jogo de 'futebol' dele. - reclamei, eu realmente não queria falar sobre ele naquele momento. Pegamos nosso lanche e fomos procurar uma mesa afastada de todos.
Sentamos no canto do Mcdonalds onde quase não havia barulho e onde podiamos conversar tranquilamente, queria Derick pelo menos uma vez afastado de mim . 
- Mas então... - começou Ster engolindo seu hamburguer lentamente, saboreando o gosto. - Que negocio é esse de futebol com Lucky?
Percebi que Ster não entendera e não seria eu que iria explicar, não agora... aquilo estava me deixando desanimada, irritada e chateada. 
Um conjunto de sensações que eu odiava ter quando estava no shopping, as compras com minha melhor amiga. 
- Vamos mudar de assunto. - interrompi - Continuou lendo aquele livro? 
Ela balançou a cabeça negando pois sua boca estava cheia de pedaços do Bigmac que ela comprara, suspirei prestando atenção na minha batata que lentamente foi acabando.
Olhei para trás e me arrependi, bem no centro do mcdonalds estava sentados Derick e Lucky, seus cabelos loiros encaracolados estavam jogados para todos os lados, ele sorria descontraidamente enquanto Lucky provocara colocando uma batata em sua boca e oferecia para Derick.
Meu coração doeu de um jeito não tão bom, eu não queria ver aquilo mas parecia que meus olhos foram pregados ali, como se fosse um filme passando no cinema. Virei meu rosto prestando atenção novamente ao meu lanche, lagrimas caiam involutariamente de meus olhos e escorregavam pelo meu rosto limpei-as antes de Ster ver. 
- Huuuum... - falou Ster fechando seus olhos enquanto botava o ultimo pedaço de hamburguer na boca - Que deliciaaaaaaaaa!
Não respondi, acho que não tava com cabeça para comentar sobre a comida muito menos, sobre o que vi lá tras. Minutos depois saimos do Mcdonalds e começamos a observar as lojas de roupas,sapatos, bijuterias e inclusive livros (ai eu mereço), compramos e nos divertimos ... demos uma volta no shopping todo e depois fomos em direção ao estacionamento juntas rindo descontraidas.


10

12:40 - Quinta feira - Telefone

- Perai... - pausei para recuperar o folêgo, eu não sabia o que estava acontecendo comigo... com os outros. - Os pais de Lucky... estão... mo..mortos?
Minha voz como eu estavam tremulas, por que aquilo estava acontecendo comigo? logo eu que não gostava dela, na verdade a maioria das pessoas não gostavam dela.
- Estão... - respondeu, sua voz estava séria mas dava para percebe que parecia um pouco abalado. Querendo ou não Derick convivia um pouco com os pais de Lucky pelo simples fato que seus pais trabalhavam para ele. - Estou me sentindo estranho sabe, nunca gostei deles mas tambem não me sinto feliz por isso.
- Você já falou com Lucky? - perguntei meio enciumada mas nao demonstrando isso. - Quer dizer... ela te ligou?
- Não exatamente, foi a empregada dela... a Hillary - respondeu -  Ela me contou como Lucky estava chorando muito e estava muito exaltada.
Me lembrei do sonho novamente, a empregada 'Hillary' mandando Lucky para o inferno e outras coisas que não consegui ouvir.
- Até desistiu de viajar comigo, creio. - falou novamente Derick um pouco animado ao falar isso.
- Ah, só porque eu arranjei uma boa desculpa para você falar para ela ?! - falei desanimada, soltei um suspiro e sentei-me na cadeira que ficava em frente da minha escrivaninha.
- Conseguiu? - perguntou surpreso - Você pensou no que?
Não respondi.
-Ei !! - gritou Derick no meu ouvido - Voce está ai ou não quer me falar?
- Estou aqui. - respondi sorrindo um pouco - Não posso falar por enquanto.
Ele riu pelo telefone e meu coração saltitou novamente me lembrando da noite anterior quando ele estava aqui sem sua blusa.
- Mas como você ta ? - perguntou , sua voz estava um pouco mais animada. - Chegou em casa bem?
- Estou otima e cheguei sim. - respondi - Ster veio comigo como sempre.
- Ah, ela parece se preocupar muito com você. - comentou Derick
- Sim, e eu com ela. - falei
- Bem acho que tenho que desligar, tenho deveres para fazer. - falou - Futebol mais tarde tambem, se cuida!
- Você tambem, bom jogo! - despedimos e desliguei o celular, continuei sentada por alguns segundos observando a ligação de Derick gravada no meu celular e salvei seu número.
               
14:24 - Shopping Center

Todas as lojas do shopping estavam e liquidação e Ster me dera uma carona para lá. 
Eu estava de saia jeans, blusa de manga rosa clara e uma sandalia rasterinha meus cabelos estavam trançados para o lado. 
Ster estava de vestido lilas com varios desenhos em volta e era de tomara que caia, ia ate na metade da coxa e era um pouco colado no corpo desenhando as curvas de seu corpo, usava salto alto e uma tiara lilas. 
- Só tem gatinho aqui hoje. - falou Ster pegando meu braço e cruzando com o dela, nem estava prestando atenção neles e nem nas roupas, e sim no sonho que eu tivera com Lucky e o telefonema de Derick. - O que foi? Você ta meio pensativa agora... voce nao estava assim na escola.
- É que eu soube de uma noticia.. - franzi meu nariz e olhei para Ster. - Os pais de Lucky estão mortos.
Ster arregalou os olhos e sua boca ficou escancarrada, senti sua mão tremer e suar ao mesmo tempo,ela me puxou para longe de onde estavamos e me fizera sentar em um banco no centro do shopping. 
- O que voce disse? como sabe disso? - perguntou Ster 
- Derick me ligou e falou. - respondi 
- DERICK TE LIGOU? - perguntou Ster se exaltando
- Ligou, não me pergunte como porque eu não lembro de ter dado meu número para ele. - olhei para Ster como estivesse a culpando. 
- Meu Deusssssss Diaaaaana, você o que isso significa? - falou Ster levantando do banco e dançando com seus braços.
- Sente-se Ster, todos estão te olhando... - falei - e não, não sei o que isso se significa!
Ster bufou levando suas maos no seu rosto e começou a massagiar sua testa como se tivesse tentando relaxar.
- Ele gosta de vocêeeee!! - ela gritou e a maioria das pessoas, tanto adultas, crianças e adolescentes olharam para a gente, abaixei meu rosto tampando-me com a mão. - Isso está mais claro que a clara do ovo.
- Não sei de onde você tira essas coisas Ster. - retruquei pegando em sua mão e a obrigando a sentar novamente ao meu lado, ela cruzou os braços e me olhou. 
- Você não consegue ver o que está bem na sua frente ? 
- Eu consigo sim, tem lojas, as pessoas e... 
Foi então que algo me tirou a atenção, algo que me deixara irritada.
Derick estava andando de mãos dadas com Lucky que fingia chorar para ser consolada, os grandes olhos azuis de Derick se encontraram com os meus e a raiva que sentia por ele estar com ela não cessou nem mesmo pelo seu sorriso. 
Virei a cara irritada com a situação e fingi nunca ter o visto na vida.

9

12:32 - Quinta Feira - No quarto


Lucinda ainda me olhava um pouco confusa e um pouco preocupada, nois quase não nos falamos e quando nos falavamos era só um bom dia ou boa tarde.
  Ela se mexeu parecendo meio incomodada e seus olhos já não estavam mais nos meus, respirou bem fundo e respondeu.
- Não sei querida, talvez esteja perguntando para a pessoa errada. -respondeu demonstrando tristeza, balançei a cabeça e tirei os cabelos em meu rosto. - Teve pesadelo?
- Não, não... - falei rapidamente tirando o cobertor de meu corpo e jogando para o lado, sentei-me na beirada da cama e pus minhas mãos no meu rosto. - Só sonhei com algo muito real. 
Ela não respondeu mas continuou me olhando.
- Não se preocupe, estou bem. - logo falei mas ela nao pareceu convencida disso, bem eu só tava com um pouco de dor de cabeça depois que acordei. - Preciso ficar um pouco sozinha... se importa?
Ela apenas balançou a cabeça desanimada, deu uma ultima olhada em mim e saiu fechando a porta de meu quarto e me deixando sozinha. 
 Olhei em volta com ar meio tristonha pensando em Lucky, pensando se realmente tivera acontecido aquilo e se isso significasse alguma coisa. 
Meu celular tocou.
Atendi quando tocou pela terceira vez. 
Número desconhecido.
- Alô? - falei meio apreensiva
- Diana Hoffnung? - respondeu uma voz masculina do outro lado do telefone, hesitei em responder.
- Quem é? - perguntei pensando quem seria, não me lembrava de ter dado o nº do meu celular para nenhum garoto. 
- É o Derick. - falou, meu coração pulou - Soube o que aconteceu com os pais de Lucky?
Me lembrei do sonho, do que a empregada e Lucky falavam. 
Meu coração apertou.
- O...o que? - perguntei já sabendo a resposta.
- Os pais dela sofreram um acidente... -falou Derick fazendo uma pausa. - eles estão mortos.




quarta-feira, 27 de abril de 2011

8

12:30 - Quinta feira - Em casa

Sentei-me na cadeira do meu quarto e fiquei voltando as lembranças de ontem a noite. O que estava acontecendo? Era coisa do destino? E como Derick entrou ontem ?
Eu acho que meus pais deixaram a porta aberta quando foram para o jantar com aqueles clientes que tanto falavam, cruzei as pernas sentindo o sono me dominar quase totalmente, meus olhos lutavam contra a força do sono até que me dei contar que não iria conseguir ficar acordada por muito tempo, me levantei e me joguei na minha cama macia e quente. E então eu dormi.

 Estava em frente de uma bela casa de madeira, o jardim estava perfeitamente cuidado e havia nele todos os tipos de flores o que me chamou mais a atenção.

Um grito então tomou minha atenção para dentro da grande mansão que estava bem a minha frente, engoli em seco e entrei silenciosamente, subi as grandes escadas e me encontrei em frente do quarto de Lucky Star, logo me escondi quando a vi passar e quando tombar comigo, meu coração tava a mil e eu estava me perguntando como eu conseguira chegar ali.
Sua aparencia estava horrivel, seus cabelos loiros e curtos estavam completamente bagunçados como se tivessem puxado seu cabelo (briga de mulher), ela chorava e estava incosolavel ate que uma velha empregada veio e a abraçou e levou a mesma para o banheiro, segui-as tentando fazer que não fosse vista e logo entendi o que estavam conversando.
- Está tudo bem, você vai ficar bem minha querida - falava a empregada enquanto pentiava seu cabelo e Lucky lavava mil vezes seu rosto - Deus quis assim, tem que entender que todos iremos morrer, mais cedo ou mais tarde.
Lucky soluçava e logo entendi porque ela chorava tanto, alguem de sua familia morrerá mas era alguem proximo a ela, chegava a dar pena.
- E... eu so...so...sou a c...culpada - choramingou Lucky voltando a olhar para a empregada, ela abraçou-a mais uma vez e segundos depois se afastou. - Se eu n...não tivesse cismado tanto em levar Derick comigo a Londres.
Fiquei boquiaberta, seus pais morreram? como? por que? onde? meu coração se partiu
- Talvez se você não pressionado tanto - comentou a empregada, fiquei impressionada por ela ter concordado com Lucky, a essas horas o que deveria fazer era ampara-la e não culpa-la deixando mais mal ainda. - Você gosta muito desse garoto?
- Não... - respondeu solunçando - Eu só queria que ele fosse para eu ficar mais popular, ele é diferente sabe, não é igual a todos aqueles garotos populares metidos e ignorantes.
Minha boca se abriu novamente, eu nao acreditava que ela estav dizendo aquilo... não no meu sonho, e o que ela tava fazendo no 'meu' sonho?
- Você usa as pessoas como objetos... - comentou a empregada enquanto tirava alguns fios de cabelo do rosto molhado de Lucky - Você deveria aprender a parar de ser tão egoista, você só pensa em si mesma, eu cheguei um dia te chamar de mesquinha.
Se isso fosse para conforta-la nao estava dando certo pois o rosto de Lucky estava ficando cada vez mais vermelho.
- Não vou mudar meu jeito de ser... - reclamou Lucky - sou assim e se voce não gostou porque ta falando comigo?
A empregada saiu logo apos que ela disse isso mas antes de ir para a cozinha ela se virou para Lucky e falou:
- Você vai pro inferno.




Acordei suando frio, dei uma leve gemida e me levantei com dores no corpo.
- Você está bem? - perguntou Lucinda parada um pouco a minha frente
- Posso te perguntar uma coisa bem maluca? - perguntei enquanto tentava formar a pergunta rapidamente pela minha mente
- Claro querida. - respondeu Lucinda meio preocupada
- Podemos sonhar com algo real? Algo que pode estar acontecendo?