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domingo, 18 de setembro de 2011

99

Minhas palpébras se abriram e senti o peso de meu corpo pela primeira vez, há muito tempo eu não descansara tanto quanto hoje. Levantei sentindo um cheiro bom de café puro e de misto quente, minha barriga roncou como nunca.
- Nossa. - falei enquanto mastigava o pão e tomava um gole do café - Está do jeito que eu gosto.
- Que bom que gostou. - uma voz feminina surgiu no celeiro fazendo com que meus olhos rapidamente procurassem a dona da voz, apesar de eu já saber quem era.
- Ster? - falei pondo a xícara em cima da bandeja e o pedaço do misto no pequeno prato que havia ali, ajeitei minha roupa e logo meu cabelo ao ve-la se aproximar.
- Oi. - ela falou com um sorriso gentil em seus lábios, se aproximou mais um pouco de mim e se agachou. - Eu que fiz.
Abaixei meus olhos cruzando meus braços, eu não queria falar com ela... não depois do que os dois fizeram comigo.
- Eu sei que não quer falar comigo Diana. - disse Ster - Eu até entendo.
- Não, você não entende... - eu falei lançando um olhar raivoso para a mesma - Vocês em nenhum momento se puseram em meu lugar, em nenhum momento pensaram em como eu deveria estava me sentindo... e não, vocês não tem o direito de falar que entende o que estou sentindo, não tem o direito de continuar falando comigo como se nada tivesse acontecido.
Ela não respondeu apenas se levantou e disse:
- Tudo bem - falou tristonha. - Espero que um dia você entenda que isso foi pro seu bem.
E então ela se foi como o vento deixando que a raiva me dominasse por completo, eu tinha certeza de uma coisa... essa traição mudou completamente o que sinto pelos dois, e com certeza  eu nunca mas iria ser a mesma pessoa, a mesma idiota no qual eles mentiram e enganaram ate agora.
- Eu não quero ser mais idiota. - falei dando um ultimo gole no meu café e uma ultima mordida no meu misto.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

98

Ali estava ela, encolhida no cobertor que Ster conseguira roubar de uma casa qualquer antes que viessemos para cá, o colchão não parecia ser um dos mais confortaveis mas Diana não parecia estar incomodada com eles.
- Linda. - sussurei enquanto me aproximava dela e ficava de joelhos ao seu lado. - Para sempre minha.
Inclinei meu rosto na direção do dela e toquei minha boca em seus lábios macios e quentes como de costume.
Ela não reagiu. 
Isso foi bom e ao mesmo tempo não; eu queria que ela não sentisse que eu estava ali mas ao mesmo tempo queria que ela retribuisse o beijo.
Afastei-me um pouco meu rosto do dela observando os belos traços que formavam seu rosto, tão delicados e femininos que era dificil não admira-los.
- Se eu tivesse o poder de desenhar o destino  - sussurrei novamente - seria somente eu e você, para toda a eternidade... Ninguem precisaria se machucar e você não precisaria chorar mais porque eu estaria ao seu lado para conte-los.
E novamente desejei que ela pudesse ter escutado, pudesse ter acordado e me envolvido com seus braços enquanto falava o quanto me amava.
Eu queria que aquilo acontecesse, eu queria... eu a queria e era isso que não podia me impedir de deixa-la viver sua vida com um humano que poderia faze-la feliz melhor do que eu.

Eu deveria deixa-la ir.
Droga, isso acabava comigo.

97

Dormir para sempre, viver eternamente em seus próprios sonhos.
Até que não era uma má ideia comparando com o que eu estava passando, esse pesadelo que se chama 'viver ou existir'.
Acordar e perceber que a vida não é aquilo tudo que tu pensa e quando acha que está ruim fica mil vezes pior, mesmo que tu não morra tu sofre que nem escravo... escravo da vida, escravo do azar de ter nascido.
Tive que deixar uma lagrima cair de meus olhos, quer dizer num momento como este era impossivel não deixar de chorar, só de lembrar que agora terei que seguir minha vida longe de Guilherme me doía, fazia com que a faca que estava cravada em meu coração apertasse e o fizesse doer como nunca, uma dor na qual eu nunca desejaria para ninguem.

- Por que me deixaras? - sussurrei comigo mesma enquanto limpava minhas lagrimas com a palma de minha mão e me estremecia debaixo do cobertor, com o passar das horas o clima ia ficando cada vez mais frio, mas desconfortavel.
Então tudo ficou escuro.

Estavamos em um campo tão grande e tão florido, era tão bonito que parecia ser o único lugar que chegava mais perto do paraíso. Eu estava tão vidrada naquela beleza que nem percebi que havia uma garota ao meu lado, admirando como eu.

- Quem é você? - perguntei ouvindo o eco de minha voz sooar pelos arredores do campo, quando ela se virou pude distinguir rapidamente a cor de seus olhos.
Dourado topazio. Lindos e hipnotizantes, era dificil não parar de olha-los e com delicadeza ela jogou um pouco de seus cabelos loiros para o lado.
- Jaqueline, mas me chame de Jaque. - ela falou mostrando seus belos dentes brancos - E você deve ser a tal Diana não é?!
Tenho que admitir que fiquei com um pouco de inveja de sua beleza alias, ela parecia um clone daquelas deusas do Olimpo, quando saí do transe rapidamente tentei pensar em uma resposta.
- Ah.. acho que sou. - falei enrugando a testa, - que tipo de resposta foi essa? -
Ela voltou a olhar para o campo e em seguida - como se estivesse dançando - caminhou em direção ao meio do mesmo.
- Já esteve presente em um lugar como este? - ela perguntou virando seu rosto em minha direção e me lançando aquela olhar dourado para mim - cara, eu precisava daqueles olhos -
Apenas balançei a cabeça respondendo sua pergunta, inves de ter sido um jesto delicado e calmo, foi como se eu tivesse jogado meus cabelos em frente do ventilador.
Como ela conseguia tal perfeição?
- Então... - ela falou sentando-se e acariciando as flores ao seu redor - Não te chamei até aqui para falar sobre o lugar.
Perai! ela me chamou ate aqui? o que?! ela nem me conhecia.
- Sei que parece meio confuso para você... - ela me olhou novamente, mas me olhou de um jeito tão profundo que pensei que estaria vendo minha alma. - Mas alguem precisava te avisar sobre...
Ainda havia um grande ponto de interrogação no meio de minha cabeça, ta que ela é muito bonita e tals.. mas ela parecia pirada da vida, porque ela não tava dizendo coisa por coisa.
- O que? - perguntei atordoada, o que deveria ser?!
- Guilherme não queria que ninguem soubesse esse tal plano. - ela falou movimentando suas mãos. - Mas não conte a ninguem sobre o que irei falar, é de extrema segurança... promete?
Fiz que sim com a cabeça.
- Prometo. - falei um tanto curiosa, agora seus olhos pareciam mais escuros, menos brilhantes e mais sombrios.
- Você vai morrer. - ela falou mas antes que eu pudesse falar algo ela me interrompeu - Mas voltara, Guilherme está preparando um novo corpo para você, só que em forma de anjo. Tenho que lhe dizer, você ficara poderosa, ficara bebada de poder e a força que você terá é algo que nem Deus é capaz de tirar.

 

96

- Entendo. - ele falou, na verdade foi só isso e nada mais... cadê ele vindo me implorar, tentando me fazer acreditar que ele realmente me ama?! é, ele não fez nada disso além de falar só um 'entendo', e ele entende o que? não, ele entende nada! Foi então que ele se abaixou em direção a uma cama improvissada que deveria ter sido feita pela Ster e com cuidado me pós sentada em seguida sentou-se ao meu lado. 
E então ficamos ali, sem falar nada, sem ninguém um olhar para o outro.
- Me desculpe. - ele falou por fim abaixando sua cabeça e deixando uns fios de seu cabelo preto caírem em seus olhos. -  Eu não mereço seu amor, na verdade.. não mereço você.
Foi como se uma faca - uma das mais finas - tivesse atravessado meu coração e ficasse ali, machucando-me, matando-me lentamente enquanto sangrava.
- Ta terminando comigo? - perguntei um pouco boba por essa pergunta, não podíamos terminar algo que nunca começou, eu sabia desde o começo que não iríamos conseguir ficar juntos... 'nunca, jamais' e eu não deveria estar surpresa agora.
- Para ser exato... sim. - ele respondeu - Mas isso não quer dizer que eu não a ame, pelo contrario, eu só quero que você arranje alguém melhor que eu.. alguém com quem você possa conviver, alguém que seja da mesma espécie que a sua, eu quero que seja feliz e se ficasse comigo essa palavra  não iria existir no nosso relacionamento.
Desviei meu olhar dos dele e tentei conter as outras lágrimas que queriam descer, mas por um milagre eu as contive, tentei ser forte o suficiente para aguentar aquelas palavras - e eu iria ser -  Guilherme tinha razão, se continuássemos com nosso relacionamento nos nunca iria conseguir ser felizes de verdade.
- Tudo bem. - fiquei surpresa por ter falado, por ter pelo menos concordado - coisa que eu não queria -.
Guilherme se levantou e ainda não olhara para mim, não diretamente nos meus olhos e nem eu nos dele. Meu coração estava partido demais, quebrado demais, decepcionado demais.. e acho que mais um desgosto eu iria sofrer de ataque cardíaco.
- Obrigado por entender. - ele falou tão baixo que quase não escutei e então se foi porta do celeiro a fora, quer dizer... o meu mundo se foi, tudo que eu ainda tinha ou acreditava ter.
Deitei-me na cama e fechei meus olhos querendo que tirassem minha vida logo porque está foi a ultima decepção que eu queria ter, a ultima que eu queria conhecer em minha vida. Peguei o lençol azul-bebê e me enrolei nele.
- Era tudo que eu precisava - sussurrei para mim mesma - Além de ter perdido minha melhor amiga, eu perdi o meu coração e para substitui-lo ficou a decepção, isso que é vida... ou melhor inferno.

95

Depois de alguns minutos de voo começamos a descer e finalmente nos aproximando da terra firme, que na verdade ficava em uma 'fazenda' cercada de arvores na qual dificultava de ter um pouco de visão da mesma.
Quanto mais nos aproximavamos dela mas dava para ver que uma jovem estava parada em frente ao celeiro de costas para gente, ela estava usando um grande vestido preto com bordas nas pontas - bem medieval - com meia calça preta e calçando uma sandalia preta tambem de salto alto fino, seus longos cabelos loiros ondulados caiam sob seu ombro e juro... juro que mesmo de costas pensei que pudesse ser Ster - meu coração se apertou e pela primeira vez depois de alguns dias a esperança de reencontra-la renasceu no meu peito -.
Pousamos na terra úmida da fazenda e em seguida Guilherme me conduzira em direção a garota loira que continuava de costas para a gente, "será que ele o conhecia?" pensei meio desconfiada, ela parecia ser muito bonita além das curvas de seu corpo serem muito perfeito - ao contrario do meu quem não era tão cheio de curvas quanto o dela -  o que me deixou com uma pontada de cíume.
- Quem é ela? - sussurei ainda a observando mas pude perceber pela demora da resposta que ele me escondia alguma coisa em relação a essa garota.
- Você mesma pode responder essa pergunta. - ele falou secamente enquanto paravamos um pouco distante dela.
No mesmo segundo ela virou seu rosto em camêra lenta deixando que um pouco de sua cabeleira loira caisse na metade de sua face, como um trovão o choque atravessou meu rosto e senti também como se estivesse sendo apunhalada pelas costas...tanto tempo pensando que estaria morta, tanto tempo sofrendo por uma morte que nunca aconteceu e o pior... ela estava completamente diferente.
Sua pele - que antigamente era branca - adquirira uma cor dourada como o de Guilherme, seus olhos agora estavam muito vermelhos e para a minha maior surpresa em suas costas as grandes asas negras apareciam e se debatiam.
Meu coração falhou.
- S-Ster? - falei um tanto assustada. - Você.. por que?!
Quanto tempo Guilherme estava me escondendo isso? e por que nunca me contou? ta não o culpo pelo menos da parte em que fiquei trancada naquele lugar horrivel e monotomo mas ainda assim, no mesmo dia em que eu soube... por que?! será que nunca.. jamais passou pela sua mente no quanto eu poderia estar sofrendo por causa disso? será que pelo menos uma vez ele se importou com que eu estava sentindo?
- Amiga.. - ela falou com aquele tom de voz quando alguém fez algo de errado e agora quer se desculpar - Eu... eu não sabia, foi...
- Como pôde? - falei me virando para os dois, Guilherme ainda estava sério. - Parece que não sabem que eu tenho sentimentos...
Os dois se olharam e logo voltaram a prestar atenção em mim, balançei a cabeça nervosa e dei as costas para eles.
- Onde você vai? - ela perguntou preocupada (ou fingindo que estava) - Aqui é mais seguro.
- Por isso mesmo que eu estou saindo daqui. - gritei ignorando os olhares repreensivos que Guilherme me lançara. - Prefiro estar morta do que estar no mesmo lugar que vocês dois.
Guilherme parou em minha frente e rapidamente me pegou no colo, tentei chuta-lo mas não deu  sucesso.
- Me largue! - gritei me debatendo - Seu.. seu ... - não consegui completar a frase por causa das lagrimas, que droga eu sempre choro!
Ele continuou calado como sempre isso foi o que me deixou com mais raiva, mordi seu braço mas nada adiantou, ele não aparentou estar com dor.
- O que você quer tanto comigo? me diga.. - falei enquanto ficava quieta, seus braços não me apertavam mais. - Por que ainda me quer viva? só não me fale que me ama por favor, não suporto mais ouvir essa m-e-n-t-i-r-a.
Então ele parou no meio do celeiro, revirei os olhos imaginando que se eu tivesse olhado para a cara de Troy não precisava estar passando por esta situação.
- Não acredita que eu te amo? - ele falou e senti uma pontada de decepção no tom de sua voz.
- Quer mesmo saber minha resposta?! - falei cruzando os braços - Não.. eu não acredito que me ame, muito menos que exista um pingo de sentimento por mim dentro de você.

sábado, 10 de setembro de 2011

94

Fiquei completamente atordoada depois que o Guilherme falara aquilo, - mas antes só uma obs, eu não estava olhando para a cara da morte é obvio, senão eu já estaria morta -
Tentei imaginar ele antes de ser preso neste destino completamente cruel, desumano.. mas por que, qual motivo de Guilherme ter feito isso com ele? 
Tentei me lembrar de como se respirava quando vi Guilherme vindo em minha direção com o olhar mais doce do mundo, mas eu sabia que havia algo de errado em seu rosto, algo que ele estava querendo me esconder, algo que eu deveria saber mas não sabia...
Ele estendeu sua mão em minha direção e por um instante eu hesitei em pega-lo, hesitei em ir embora com ele segura em seus braços, hesitei em continuar viva e ver ele passar pelas piores situações mas enfim, segurei em sua mão e ele me puxou para perto de seu corpo. 
Senti seu cheiro delicioso em seu pescoço, senti o calor de seu corpo junto ao meu, senti a sensação de seu toque, a maciez da sua pele.
- Cadê Kirous? - perguntei dando uma olhada em seus grandes olhos vermelhos
- Dei um jeito para mante-lo ocupado por um certo tempo.. - ele falou me pegando em seus braços e lançando um ultimo olhar em 'Troy' - Temos que ir enquanto podemos.
Seus braços envolveram meu corpo enquanto suas pernas pegavam impulso e logo se lançara em direção ao céu, por seu ombro dei uma olhada em 'Troy' - mas nao em seu rosto - ele parecia meio abatido, transtornado - afinal quem não estaria?! -
Estavamos voando tão rápido que eu mal conseguia piscar por causa das rajadas de ventos em meu rosto, mal conseguia me mexer pelo jeito que ele me pegara e por isso desejei mil vezes para chegarmos logo porque não aguentava mais ficar naquela posição.
- Onde estamos indo? - gritei.
- A um lugar seguro. - ele respondeu - Não posso te dizer por enquanto, é sigilo e seus pensamentos ainda não estão completamente seguros.
Franzi a testa não entendendo o que ele queria dizer com aquilo, eu sabia que de vez em quando - ou sempre- Guilherme lia meus pensamentos... bem só sabia dele até agora.
- Kirous? - não precisei completar a frase, Guilherme rapidamente confirmou o que eu temia com apenas um balanço rápido de cabeça. - E como protegerei minha cabeça de informações que ele não pode saber?
Deve ter sido por minha causa que Kirous descobrira que eu estava viva...
Esse tempo todo... EU NÃO ACREDITO, eu mesma me condenei!
- Pense em Ster... relembre seus momentos juntas. - ele respondeu com o tom de voz estranha - Ou em qualquer pessoa que não tenha nada haver com o que está acontecendo. Mas cuidado para não ocorrer nenhum desvio, ele está vigiando cada pensamento seu, cada lembrança que você pode achar que não tem nada haver mas o que para ele pode mudar o rumo de qualquer ação nossa. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

93

Tentei parar de olhar para aquele rosto terrivelmente desfigurado, horrível mas era quase impossível... minha curiosidade queria observar melhor. 
- Eu sei que quer olhar Diana. - eles falaram novamente - Não deixe que sua vontade de viver controle sua curiosidade de vez, olhe-me... e veja o quanto é interessante olhar para a morte.
Fechei de vez meus olhos e os forcei a ficar fechados por um bom tempo - que merda, já não bastava Kirous querendo me matar agora a própria morte veio atrás de mim para me matar também, ai como sou disputada. - pensei.
- Não se esqueça que... - ele falou - no exato momento que minhas adoráveis e mortais mãos tocarem sua pele você pode morrer no mesmo segundo, mas prefiro que você se mate sozinha... não preciso fazer o esforço de me mexer já que você está mais próxima da morte do que eu de você.
- Dessa vez não... - uma voz masculina e grossa surgiu de trás dos clones enquanto meus olhos procuravam o dono do mesmo. - Quem está encrencado aqui é você.
Meus olhos se arregalaram quando Guilherme posou lentamente no meio da roda na qual eu estava, suas grandes asas estavam abertas enquanto mandava os ventos em rápida velocidade na direção daquele cara estranho, sua pele estava tão dourada que parecia estar brilhando e dava para perceber que estava muito mais musculoso desda a ultima vez que eu o vira.
- Saía da minha frente seu garoto imbecil. - gritou a 'morte' para o Guilherme - Senão acabo com ela e você ao mesmo tempo.
- Ok. - falou Guilherme pacientemente - Vamos ver... comece então, mas me mate primeiro, eu faço questão.
- Não! - gritei correndo em sua direção mas acabei tropeçando em algo e caindo na metade do caminho, gritei novamente... além da dor que eu sentia a dor em ver Guilherme morrer. - Não... me mate primeiro... EU!
Tentei gritar novamente mas minha voz falhou.
- Guilherme! - gritei mas antes que a pronuncia de seu nome saisse por inteiro, engasguei-me com a saliva.
Então ele estendeu seu braço musculoso na direção da 'morte' e esperou que ele fizesse o resto, a 'morte' hesitante olhou Guilherme de soslaio e tocou em seu braço.
Lágrimas escorreram rapidamente de meus olhos sem ter tempo de ver o que realmente iria acontecer, mas para minha surpresa nada aconteceu e então me lembrei o que a 'morte' me falara minutos atras.


"- Não se esqueça que... - ele falou - no exato momento que minhas adoráveis e mortais mãos tocarem sua pele você pode morrer no mesmo segundo"


Nada, nenhum arranhão aconteceu no braço do Guilherme.
 A 'morte' tocou  no braço dele e nas outras partes de seu corpo mas pareceu ainda estar intacto.
- O que... - ele falou se afastando de Guilherme e o olhando enquanto pedia uma explicação.
Guilherme por sua vez continuo parado na mesma posição e pareceu estar sorrindo quando viu a 'morte' se afastar.
- Acho que esqueceras de quem te aprisionou neste destino não é... - ele falou desafiadoramente, enquanto cuspia as palavras na cara da 'morte' - Troy?!

domingo, 4 de setembro de 2011

92

 Eu sei que a minutos atrás tava com remorso por não ter morrido mas morrer levada por um furacão era um dos tópicos que haviam na minha lista de 'maneiras de não morrer', Kirous ainda não demonstrou um pingo de medo  ou de surpresa. 
- Faça algo! - gritei para ele mas ele pareceu não ouvir por causa que o furacão estava mais perto, me escondi atrás de uma árvore próxima a mim e rezei.

Está tudo bem...
Corra enquanto a tempo, irei busca-la mais tarde.

Continuei atrás da árvore, meu corpo estava congelado - se eu não saísse dali enquanto era tempo eu poderia ser levada junto com Kirous -.
Depois de muita dificuldade para retomar o controle meu corpo começei a correr para uma direção diferente da qual Kirous estava, as vezes caía sem querer nos pequenos buracos que havia na floresta mas rapidamente voltei a correr para algum lugar, para qualquer direção que me levasse para longe dali.
Foi então que eu parei.
Um pouco longe de mim, estava parada uma figura de um homem sem rosto - é, ele não tinha rosto. -, engoli em seco.
Lentamente fui dando passos para trás mas isso não foi uma boa ideia, rapidamente a figura daquele homem começou a se multiplicar e em uma questão de segundos eles já faziam um circulo em torno de mim, olhei desesperadamente para todos os lados mas não havia nenhuma saída, nenhum buraco para eu escapar.

- O que é você? - perguntei
- Sou o que você mais teme. - eles responderam.
- Ah sim. - debochei cruzando os braços - Então você é o bicho papão? me poupe querido, essa frase é mais velha que não sei o que.. você é nada, pensa que você e esse seus clones vai me assustar?
- Ta eles tinham conseguido me assustar para valer, mas é claro que eu não iria dizer que estava. -  e então todos eles riram, de modo completamente aterrorizante.

- Muito corajosa para quem minutos atras estava fugindo de um furacãozinho de nada. - eles falaram - Mas me diga uma coisa Diana... você teme a morte?!

- Que tipo de pergunta era aquela? bufei e continuei com minha postura confiante -

- Claro que não né. - revirei os olhos - Só fugi porque... bem... me falaram para fugir. É.
Então a escuridão que estava onde deveria estar em seus rostos saiu dando lugar a verdadeira imagem deles, minha primeira vontade depois que pus os olhos naquele rosto deformado foi de vomitar e depois morrer.
- O... o que aconteceu? - perguntei pondo minhas mãos em minha boca.
- Nada oras. - eles responderam sorrindo - Acho que você nunca viu o rosto da morte não é?!







sábado, 3 de setembro de 2011

91

Senti o forte vento frio passar pelo meu corpo enquanto eu caia em uma velocidade aproximada a 100km/h, virei meu rosto rapidamente e logo vi as ruas da cidade na qual morava se aproximarem cada vez mais, deixei que uma lágrima escorresse e fechei meus olhos lembrando da ultima visão que tive de Guilherme e automaticamente sorri.
- Obrigada. - sussurrei para mim mesma e deixei que o destino fizesse o que deveria ser feito, sem interrupções minhas e nem de ninguém, mas antes que tudo pudesse acabar para mim uma mão forte e grande me segurara impedindo a minha queda, abri meus olhos rapidamente e olhei para a face do desgraçado do Kirous. 
- O que... - falei me balançando para que ele me soltasse - me largue seu idiota!
Suas grandes asas batiam enquanto voamos para o leste.
- Calma gracinha... - ele falou sério - fique quietinha e logo vai ter o que merece. 
E então ele sorriu fazendo com que suas asas batessem mais rápido e mais forte. 
- Alias, ele vai se arrepender pelo que tentou fazer... - Kirous falou - Ele pensa que medindo forças comigo irá salva-la de seu destino, rá... 
Fiquei quieta como ele pedira e fiquei observando a paisagem, gemi.
Sinceramente eu preferia ter caído daquela altura mesmo e estar morta, porque parecia que Kirous não iria me matar hoje. 
Revirei os olhos.
- Até quando vou ter que continuar participando dessa brincadeira idiota de vocês dois? - perguntei franzindo o nariz, Kirous apenas riu e voltou a ficar em silencio. Hum.
- Não por muito tempo. - ele respondeu minutos depois e logo percebi que estavamos quase em terra firme - Desculpe por este transtorno, posso te afirmar que irás morrer em menos de uma hora se isso te deixar um pouco mais aliviada. 
Fechei os olhos procurando paciência. 
- Acho que consigo esperar. - respondi apoiando meu corpo depois que Kirous me jogara bruscamente no chão, dei uma olhada nos meus braços e pernas me certificando que não havia nenhuma mancha roxa. 
Logo em seguida eu me levantei daquele chão imundo e fiquei olhando para os arredores daquela floresta quase escura por completo. 
- O que estamos fazendo aqui? - perguntei.
- Você irá ver. - ele respondeu sorrindo perversamente, segui seu olhar.
Grandes asas negras apareciam no meio do céu e então pude perceber que era Guilherme só por sentir aquele calor desumano passar pelo meu corpo - sempre acontecia quando ele estava perto de mim -. minha boca rapidamente se escancarou  quando vi um furacão dos grandes bem atras de Guilherme, numa tentativa frustrada de sair dali fui chegando para trás, minhas pernas tremiam tanto que não me facilitou a minha fuga, Kirous não parecia preocupado
- O que foi? - Kirous perguntou virando seu rosto para mim - Está com medo daquilo? 
Então apontou para o grande furacao que estava destruindo tudo que estava no seu caminho.
- O que você acha? - perguntei enquanto minha boca tremia - Você é um anjo, eu sou só uma humana...
- ... quase morta. - ele completou voltando a dar atenção a Guilherme. 







sexta-feira, 2 de setembro de 2011

90 - O fim começa agora.

Nenhum sinal de Guilherme até agora, fazia quase uma hora que Derick, Peter e seu pai tinham chegado até neste fim de mundo para realizar um único objetivo... 'me matar'.
"Será que Guilherme escutara o meu aviso pelos meus pensamentos? será que ele fugira?" - não que  isso não fosse otimo, mas senti uma pontada bem forte em meu coração só de imaginar Guilherme não me procurando mais, mas seria  pro bem dele e para o meu ficarmos longe um do outro. - Voltei a olhar para o grupo formado por três anjos, cujo o maior era o líder e o mais diabólico  e os outros dois eram seus filhos.. "Derick e Peter". 
- Acho que  meu filho nunca lhe falou meu nome pra ti, estou certo?! - o meu assassino sorriu maleficamente esperando uma resposta, abaixei meus olhos e apenas balançei minha cabeça confirmando. - Meu nome é Kirous Palo, mas prefiro que me chame somente de Kirous.  
  Fingi sorrir e então joguei-me no sofá, o único objeto que tinha por ali e que não era branco, eu já estava cansada de ficar em pé por tanto tempo mas parecia que os 'anjos' não se incomodavam com isso. 
Suspirei.

- Acabe logo comigo... - implorei jogando minha cabeça para trás - Não aguento esperar mais!
Kirous me olhou pelo canto do olho e ficou sério novamente, cruzou seus grandes e musculosos braços e voltou a se aproximar de seus 'seguranças' ou sei la, revirei os olhos e por fim fechei-os.

Não vai acabar, não agora.

Meus olhos rapidamente voltaram a se abrir quando a voz de Guilherme invadira minha cabeça, risos surgiam  ao redor do lugar onde estavamos e todo aquele branco tinha sido tornado preto. 
- Até que enfim. - falara Kirous - Sua querida namoradinha estava sem paciencia, e então.. vamos começar?
Engoli em seco quando vira a figura de Guilherme frente a frente a seu pai, mas ele estava tão diferente.. estava tão... tão estranho fisicamente, parecia estar mais forte, mas ... dourado (?), suas asas estavam maiores e mais negras e seus olhos... estavam vermelhos como o do pai. Os olhos de Guilherme se fixaram nos meus e jurava que pude algo mais neles, tentei falar algo... falar pela ultima vez que eu o amava mas parecia que havia em minha garganta um nó bem complicado de tirar.

Se segure, a queda vai ser grande.


Voltei-me a prestar atenção em Guilherme mas para minha surpresa ele não estava mais lá. Kirous nervoso, ficou ameaçando-o enquanto o procurava pelos os arredores daquele lugar até que por fim...
Tudo se explodiu.