Postagens populares

terça-feira, 30 de agosto de 2011

89

Eu não estava com medo, eu sabia que um dia isso iria acontecer mas nunca pensei que eu morreria tão jovem, mas agora isso não importava. 
Ele andava lentamente em minha direção e enquanto caminhava Derick aparecia ao seu lado e Peter no outro, tinha que admitir que eu queria chorar... não por medo mas sim de nervoso. 
Enquanto se aproximavam eu pude perceber que havia raiva em seus olhos, mas era uma raiva na qual eu nunca vira passar por um olhar humano, uma raiva desigual, desumana.. algo sobrenatural, algo devastador e foi desses olhares que senti medo. 
- Continua a mesma, como eu a deixei. - Derick falara parando ao lado esquerdo de seu pai e afastado uns metros de mim - Boa ideia ter te trago aqui, não acha?!
Eu arfei mas não respondi aquele imbecil, desviei meu olhar dele para o Peter que parecia estar com a mente em outro lugar, ignorei-o e finalmente olhei para o meu assassino.
Suas presas estavam a amostra e nos seus olhos vermelhos dava para ver o fogo queimando, isso me fez estremecer, suas grandes asas se abriram como se estivessem se preparando para um abraço.
- Cade seu irmão?! Ele está atrasado. - falou o meu assassino para Derick que agora olhava em seu relógio de pulso.
- Deve estar chegando, deixei o recado muito bem avisado. - ele falara apontando para mim, meu corpo estremeceu. - Ele vai vim sim.
"Era uma armadilha para Guilherme?! Não! NÃO VENHA GUILHERME, NÃO ME SALVE!" pensei com todas as minhas forças querendo que ele lesse "Guilherme, por favor... vá embora, isso é uma armadilha.. não venha!"
Quis gritar, quis correr para avisa-lo mas isso não iria ajudar ... por que eles não me matam logo e esquecem de Guilherme?! seria tão fácil, prático e económico.
- Esqueçam dele! - gritei fazendo com que os três me olhassem - Me matem logo...
O meu assassino riu junto com Derick e Peter, do que tanto riam?
- Quero deixar as coisas mais... - ele falara fazendo sinais com as suas mãos - animadas sabe?! Agora que temos você, Guilherme não irá fugir e finalmente poderei puni lo... não se preocupe não irei toca-lo fisicamente, só sentimentalmente.
Ele piscou para mim e finalmente entendi o que ele estava querendo dizer, o pai de Guilherme iria punir ele com minha morte.
Meu coração se apertou.
- Não vai ser tão doloroso para você, é claro... - ele falou se aproximando um pouco mais de mim - Pretendo te matar rapidamente para poupar tempo.









88

"E talvez em uma outra vida, poderemos viver nosso amor em paz.."






Cansada de tantas ilusões, tantas mentiras e principalmente cansada de viver por nada.
Tantas vitorias, tantas derrotas, tantas lagrimas derramadas... tudo para nada.
Eu faria tudo, daria minha alma só para ter mais alguns minutos ao lado de Guilherme... alguns minutos para sentir seu cheiro, alguns minutos para tocar sua pele e tocar seus lábios com os meus, alguns minutos para olhar em seus grandes olhos negros e dizer diretamente para eles o quanto ele era importante para mim e o quanto eu o amava... para sempre.

Não importava a distancia na qual eu estaria, não importava se eu estaria morta ou não... o importante que eu tinha certeza de uma coisa [...]

[...] Eu o amo e sempre vou amar e não vai ser a morte que vai fazer com que essa chama que fica cada vez mais forte dentro de meu coração sumir, desaparecer. Não! Só de saber que Guilherme estará vivo a chama fica mais forte, cada vez mais impenetravel.
Era ele que eu queria mas nem tudo que queremos podemos ter, então só me resta desejar que ele seja feliz.. que ele consiga seguir seu rumo.. seguir o seu verdadeiro destino.
Fechei meus olhos me levantando do sofá, cruzei os braços e deixei que as lagrimas escorressem pelo meu rosto.


Estava na hora, eles estavam chegando. 





sábado, 27 de agosto de 2011

87

Final feliz, argh!
Que bobagem, que mentira idiota e mau contada. Mas tenho que comentar que já acreditei nela, acreditei que tinha um final feliz reservado para mim e um príncipe encantado que iria me salvar e me proteger de todas as maldades que existem neste planeta.
Que boba que eu era, até agora o único final que estava guardado para mim era a morte e o 'principe encantado' era um anjo das trevas, filho de um demónio. As chances de sobreviver e viver feliz para sempre com ele ao meu lado eram minímas, na verdade elas não existiam.. era isso que me deixava deprimida.
As palavras, as revelações que o pai de Guilherme me fez ainda rondavam minha mente só de pensar que minha morte já estava sendo planejada antes de nascer me deixava cada vez mais desesperançosa, mais em desvantagens...ele merecia parabéns, ele realmente merecia uma salva de palmas nunca conheci tal pessoa com tal inteligencia como a do pai de Guilherme. 
- Não sei porque ainda me surpreendo com as coisas. - falei para mim mesma enquanto deitava no sofá de couro, fechei meus olhos lembrando do rosto de Guilherme e o do pai dele, eles tinham muitos traços iguais e a personalidade forte, confiante também... poderíamos dizer que os dois tinham mais cara de serem irmãos do que pai e filho.
Mas eu sabia... mais que tudo desse mundo que a única coisa que diferenciava o pai do filho era o sentimento... era o coração.
Guilherme era capaz de sentir, de amar eu sabia disso enquanto o pai dele nem deveria ter um coração, no lugar deveria ser um buraco negro onde tiraria (expulsaria) dentro dele qualquer sentimento puro que pudesse surgir, como um furacão assim podemos dizer.
 Leva tudo que é bom e deixa tudo que é ruim, ou deixa o que era ruim pior ainda.

Pode ser tarde demais para você,
mais para mim nunca irá ser.
Estou te procurando e irei acha-la aonde quer que esteja...
só quero deixar bem claro que eu a amo.
Até em breve.

Meu coração deu uma acelerada bem legal enquanto eu tentava reorganizar as palavras em minha mente.
GUILHERME! ERA ELE...
Agora eu tinha plena certeza que ele estava atras de mim, tinha certeza que ele sentira minha ausencia e que o plano de Derick sobre Guilherme estava completamente errada... que não ia dar certo e que ele - Guilherme - estava vindo me salvar.

Meu coração ainda estava a mil por hora, enquanto imaginava os lábios dele tocando os meus novamente. 






86

Havia algo de muito familiar naquele rosto, eu sentia que o conhecia de algum lugar mais ao mesmo tempo eu sabia que nunca tinha visto-o na vida.
Ele andou em minha direção fixando seus grandes olhos vermelhos nos meus castanhos, seus cabelos balançavam de acordo com a brisa que se passava pelo seu rosto, seus lábios finos, pequenos e rosados estavam um pouco abertos mas dava para ver muito bem suas presas, ele não usara blusa deixando a metade de seu corpo a amostra, o tom de sua pele chegava a ser quase dourado.
- Calma. - ele falou sorrindo - Não vim mata-la agora, mesmo porque não iria ser tão emocionante como estou querendo que seja. 
Tentei argumentar algo mas nada veio em minha mente, deixei que ele continuasse a falar.
- Sabe, por muito tempo eu e meu filho 'Derick' esperamos pela sua chegada... - ele falou sentando-se ao meu lado - Sabíamos que Guilherme iria me trair por sua causa.
Desviei meu olhar do dele pensando no que Guilherme poderia ter evitado caso não me conhecesse, seria tão fácil nunca ter nascido!
- Sabíamos o que ele iria fazer, controlamos os seus passos e suas ações sem que ele soubesse... - sua mão foi em meu braço e o tocando, por um breve momento meu braço ficou dormente com seu toque mas logo parou. - Infelizmente é um desperdício ter que mata-la seria mais fácil transforma-la que nem Guilherme fizera com aquela sua amiguinha.
"Peraí, para tudo! o que ele quis dizer com isso?! que amiguinha?" Congelei.
- O que você está falando? - perguntei tentando não demonstrar muita surpresa.
- Ah, então ele não lhe contou?! - suas sobrancelhas se levantaram e sua testa se enrugou - Era de se esperar.
Engoli em seco tentando imaginar que 'amiga' ele falara, e o que o Guilherme estava escondendo de mim?!. pensei que não existia mais segredos entre nos dois mas parecia que eu estava completamente enganada.
- Quem? que amiga é essa? - perguntei tentando manter minha voz calma e controlada, tentei não demonstrar desespero e pânico. - E como assim transformou-a?
Ele balançou a cabeça como se estivesse dizendo não e desfez seu sorriso.
- Oh, sorry! - ele falou fingindo estar indignado com a situação - Se meu filho não lhe contara até agora o que fizera ... não vai ser eu que irei lhe dizer. Desculpe, deixarei ele mesmo te falar.
Ele se levantou lentamente dando uma ultima olhada em mim e depois se fora, se teletransportara como Derick quando me trouxe aqui.
Sozinha de novo mas dessa vez o aperto no coração estava mais forte, mais intenso... estava devastador.
O que Guilherme estaria me escondendo?




sexta-feira, 26 de agosto de 2011

85

Tempo.
Por que tanta demora? por que essa tal hora não chega logo?! por que eu tenho que continuar esperando?!
Tantas perguntas, tantas dores de cabeça para nenhuma resposta e nenhum remédio.. aquele lugar estava me deixando louca porque a única pessoa na qual eu podia conversar era eu mesma e mais ninguém. 
Como estaria Guilherme?! será que ele tava bem? será que ele me procurava? será que ele já percebera minha ausência ?! 
Essas perguntas estavam me torturando e meu coração já não tava tão forte para aguentar esses tipos de dores, eu precisava de Guilherme para me curar mas minha cabeça não deixava... minha cabeça me proibia de ter esses tipos de pensamentos, meu destino já estava traçado e o dele também e o nosso amor não estava nos planos dele. 
Era isso que me machucava cada vez mais...





______________________________________________

Guilherme narrando

Eu poderia desistir, deixar para lá...fingir que nada tivera acontecido,fingir que ela nunca tinha deixado marcas em mim.. como se eu nunca tivesse me apaixonado incondicionalmente por ela mas eu não podia, eu não tinha esse direito!
 Não ia abandona-la nem um segundo de sua vida, ela era tudo para mim e deixa-la morrer por motivo egoísta seria imperdoável.
Eu iria passar o resto de meu dia procurando-a até uma nova pista surgir, mas até la eu nunca iria desistir de procura-la.



        

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

84

E que o fogo do nosso amor nunca se apague, que nunca se enfraqueça com o passar do tempo... 
porque nossos corações estão batendo juntos um pelo outro. 
Que o brilho de seus olhos nunca desapareçam, porque é ali
que eu encontro a esperança e o conforto de te ter um dia, um dia na qual a paz
reinará neste mundo cruel;
a paz de nosso amor, a paz de nosso descanso eterno nos braços
um do outro.
E que essa chama que aquece nosso amor nunca se apague,
que nosso caminho se cruze novamente, 
e que seu corpo nunca se esqueça o calor do meu corpo.
Para sempre, sua humana.





83

Andei de um lado para o outro, com meus braços para trás, acho que eu pensava que isso iria me ajudar em alguma coisa - o que não iria - já tinha bagunçado meus cabelos e quase rasguei minhas roupas de tanto nervosismo.
Acho que eu não seria a única que ficaria angustiada caso estivesse presa em um conservador humano que não tenha nada além da própria cor enjoativo.. - o branco. - Certo tem algumas pessoas que 'amam' de paixão essa cor que tecnicamente... estava me cegando ou sei la o que, só sei que meus olhos precisam olhar para qualquer coisa que não tinha a tonalidade 'branca'.
Por muito tempo fiquei pensando em como estaria o Guilherme sem me dar conta que minha mãe poderia estar por aí sem saber de sua filha desaparecida, será que ela sentiria minha falta? será que ela notaria minha ausência? e como ela iria ficar quando soubesse que estava morta ? e Lucinda? coitada...
Balancei a cabeça tentando tirar aqueles pensamentos ruins de minha cabeça, tudo iria ficar bem.. elas iriam ficar bem - ou acreditava que iam - antes que tudo acabasse.
O fim.
Essa palavra soara agora tão menos assustadora para mim, deveria ser porque eu já me pus em minha cabeça que eu não podia fugir da morte... eu iria morrer de um jeito ou de outro, só irei morrer um pouco mais tarde por causa de uma 'falha' nos planos.
É... uma falha podemos assim dizer.
Era horrível pensar que a pessoa que você gosta só gosta de você porque deu uma 'falha' nos planos, uma falha que nunca deveria ter acontecido mas que aconteceu.
Ele nunca deveria ter gostado de mim, nunca deveria ter passado na sua cabeça a hipótese de um dia ficarmos juntos, ele nunca deveria ter ido tão longe por mim já que no final ia dar a mesma coisa... eu iria morrer de um jeito ou de outro, isso sim... esse era o meu fim, um fim na qual Guilherme e eu nunca poderíamos mudar... esse era meu destino, estava traçado e lutar contra as forças dele era o mesmo que lutar contra a correnteza. Impossível mudar de direção. Impossível um dia acreditar que eu e Guilherme iríamos  viver felizes.
Impossivel era pensar que qualquer mudança de curso, eu poderia nunca ter me apaixonado por ele.




82



"Eu sou teu segredo mais oculto,
teu desejo mais profundo, teu querer...
Sou teu ego, sou tua alma,
sou o teu céu, sou teu inferno, a tua calma."


"Guilherme"
Seu nome veio em minha mente como um meteoro atravessando a via láctea - claro, rápido, brilhante, hipnotizante e inesquecivel - era assim que eu via o Guilherme.
Único.
Único garoto na qual me apaixonei e única pessoa  - e também anjo - que fiquei completamente fascinada, que me senti completamente presa só pelo seu olhar, sua boca, seu sorriso, seu corpo...
Você.
Você conseguiu me prender em seu olhar, agora faça... me leve junto com ti para seu refugio e nele acabe com toda essa angustia em te tocar, acabe com toda a tensão em meu corpo e me faça relaxar, venha me amar... é a única coisa que peço, me salve das mais perigosas armadilhas que existe neste mundo e me leve para o céu, me faça dançar enquanto voamos, deixe-me cair de seus braços e depois me pegue, me segure firme... venha, eu te quero, eu te desejo.
Será que te amar é tão complicado quanto imagino?!
Será que te amar é tão dificil quanto morrer?!



Porque me procuras tão ansiosamente?
 Qual a razão 
Da tua presença nos meus sonhos?
Aproximo-me então
Quero tocar nesse semblante angelical
 Quero mergulhar de novo
Nesse mar de sentimentos.





81 - Guilherme narrando

Só de imaginar que Diana já estava em perigo eu começava a ficar  em pânico, nervoso e com vontade de matar tudo e todos que estiverem em minha frente.
E a premonição de Ster não esclarecera muito bem as coisas, a primeira era: "Onde o maldito escondera Diana?" a segunda era: "Quanto tempo ela estava em suas mãos? e o que ele pretendia fazer com ela?" 
Ele não iria mata-la, eu sabia disso mas isso não me aliviava o fato era que se Derick não a matasse, quem iria mata-la seria alguém mil vezes pior que eu... meu pai.
Ele sabia de minha traição e por isso mesmo resolvera fazê-lo por si mesmo, mas isso não iria ficar assim.. não para meu pai - o maior vingador que possa existir - eu iria arcar com as consequencias mais isso não me importava. Não quando Diana estava em perigo.
Eu ia salva-la, tira-la da ira de meu pai só assim poderei encara-lo e por fim derrota-lo. 
Por muitos séculos, por muitas décadas tive que conviver com o que meu pai queria que eu fosse... sempre suas regras imbecis e hipócritas, tão desonesto e tão sangue frio e foi assim, sempre passando o seu 'eu' para seus filhos como Derick, Peter e eu... os principais.
Mas no meio disso tudo, de todas essas lições que meu pai me ensinara a uma.. a única que eu não me arrependo de ter aprendido.
"Nunca sentir medo, nunca recuar e nunca desistir de sua presa" e era exatamente isso que eu estava fazendo, eu nunca iria desistir de Diana e meu coração já estava farto de saber disso. 


Como um relâmpago,
ela entrou em minha vida e nunca irá sair;
pois as portas de meu coração negro se fecharam e ela ficou.
Dentro dele.
Para sempre











 







quarta-feira, 24 de agosto de 2011

80

Derick se foi levando com si todo o resto de paciência que me sobrara. 
Eu queria gritar, bater em algo ou jogar um vidro até quebra-lo eu queria descontar minha raiva em alguma coisa mais a única coisa que havia naquele lugar era o sofá na qual eu estava sentada e o branco infinito. 
- Não acredito. - pus as minhas mãos em meu rosto e fiquei massa geando minha testa - Por que meu Deus? Por que?
Joguei minha cabeça para trás fechando meus olhos e desejando, rezando, orando.. para que Guilherme sentisse minha falta e viesse me procurar, na verdade eu sabia que ele iria fazer isso uma hora ou outra só esperava que não fosse tarde demais para isso. Forcei-me a sonhar, forcei-me a dormir e esquecer desse problema chamado "vida", esquecer que eu existo e esquecer que eu sou o centro dos problemas da pessoa que mais amei em toda minha vida. 
A ideia de morrer e acabar com o sofrimento de Guilherme não era tão ruim assim, eu iria pelo menos deixa-lo em paz invés de ficar fazendo ele se preocupar comigo todo santo dia, ele iria finalmente viver sua existência em paz sem nenhuma interferência minha.. se isso o fizesse ficar melhor do que está eu não iria impedir minha morte, não quando a felicidade e a liberdade de Guilherme estivesse em jogo. 


Eu tinha poucas horas, isso já era um fato, Guilherme nunca iria conseguir me achar neste lugar, quero dizer... prisão.
Mesmo longe, mesmo horas afastada dele eu ainda me lembrava muito bem do toque de suas mãos em meu rosto, de seus lábios colados nos meus, de seu beijo... de sua voz sedutora e de seu olhar perversamente misterioso.
Tudo.
Ele era uma lembrança na qual era difícil de acreditar que existia, de que um dia teria se apaixonado por mim... se apaixonado por mim.. oras, uma simples e humilde humana que não tem nada a oferecer a não ser o seu coração.
Meu pobre e humilde coração, um órgão involuntário no qual eu precisava para sobreviver não significava nada para mim quando o assunto era Guilherme, meu eterno e tão amado anjo negro de sentimentos tão puros e ao mesmo tempo tão impuros e malignos.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

79 - Guilherme narrando

Eu queria mata-lo da pior maneira possível, da mais brutal... 
Só de imaginar seu corpo aos pedaços causadas por mim a sensação era deliciosa e o bom de tudo era que ele não havia forças suficientes para me impedir de mata-lo. 
- Rápido, discreto e... 
- Eu sei, eu sei. - falei enquanto catava uma blusa qualquer e a vestia - Rápido, discreto e cruel. 
Seus grandes olhos vermelhos fogo brilhavam, ela estava vestida elegantemente como se tivesse indo para algum baile.. ela estava incrível, era difícil não se sentir atraído por ela. 
- Seja rápido. - ela falou sentando na beirada da cama e cruzando suas pernas. - Ela não tem muito tempo. 
Balancei a cabeça ficando um pouco desesperado ao lembrar-me que o tempo estava acabando e que Diana podia morrer a qualquer momento. 
Eu não conseguia imaginar ela morta, nunca... jamais. 
- Calma Gui. - senti suas mãos em minhas costas e deslizarem ate minhas pernas. - Eu sei que você vai conseguir, alias... você puxou seu pai nesse aspecto. 
Talvez ela estivesse certa,eu era otimo nesse assunto e não poderia falhar agora... não enquanto a vida de Diana estava em risco.
- Não tenho sensação boa. - ela falou de um modo preocupado
- Como assim? - fui em sua direção fixando meus olhos nos dela. - Aconteceu alguma  coisa com a Diana?
Ela não respondeu, apenas abaixou seus olhos em direção a porta de meu quarto peguei em seus braços fazendo com que ela olhasse novamente para mim. 
- O que aconteceu? - eu estava quase gritando, se a sensação que ela tivera envolvia a Diana eu teria que saber e salva-la de uma vez por todas, mas minha raiva.. meu odio estavam tomando conta de minha razão. 
- Eu.. eu... - lágrimas surgiram nos seus olhos vermelhos, mas ela os controlou... havia algo de errado e eu sentia que o que vinha por ai não era algo tão simples para se resolver quanto eu pensava, era grandioso, bem planejado. 
- Droga! - eu gritei jogando meus pertences na parede de meu quarto. - VOU ACABAR COM ESSE INFELIZ!!
 Desde que Ster se tornara uma anja das trevas ela ganhara um quase dom, uma premonição, que são essas sensações que ela tanto fala. 
- O que ele fez? - perguntei voltando a olhar para ela - Onde ele meteu ela? ONDE?!
Ela balançou a cabeça atordoada.
- É esse o problema. - respondeu - Eu não sei onde ele a colocou. 





78

Não tenho sorte.
Na verdade eu nunca tive. 
O azar sempre esteve presente nessa minha vida estúpida, desde de meu nascimento até agora.
- Me largue Derick. - gritei tentando me soltar - Eu quero voltar para casa!
Ele continuou a me segurar forte o suficiente para eu não me soltar, mas ao mesmo tempo não me segurava forte o bastante para me machucar. 
Branco.
Tudo estava branco. 
Pisquei várias vezes para me certificar que aquilo era realmente algum lugar, eu quis gritar... quis me debater... queria fazer algo para que alguma coisa diferente surgisse, mas quanto mais Derick andava.. mas branco surgia!
- Onde estamos? - perguntei tentando cutuca-lo - Me responde!
Ele não respondeu e por fim me colocou com muito cuidado, deitado em um sofá de couro preto (era a única coisa sem ser branca naquele lugar).
- Presta atenção. - ele falou com tom grosso e incomum, o que me deixou muito assustada porque ele nunca falou comigo daquela maneira - Pode gritar a vontade, pode desejar no fundo de sua alma que seu namoradinho note sua ausência e venha te buscar... ele não vai vim e muito menos vai sentir sua falta.
Como assim? o que ele queria dizer com aquilo?
Tentei argumentar algo mais faltavam para mim as palavras certas, ou uma frase otima para convence-lo que eu iria sair dali mais cedo ou mais tarde. 
Continuei em silêncio.
- Podemos dizer que estamos dentro de um 'congelador'. - ele suspirou e sorrio olhando ao redor - Não irei mata-la é claro, deixarei isso para meu pai mas enquanto isso não acontece... eu prefiro deixa-la conservada dentro desse 'congelador'.
Minha cabeça girava, minhas pernas tremiam... o que?! o que estava acontecendo? o que aconteceu com aquele antigo Derick que ficava preocupado comigo a minutos atrás?! o que ele verdadeiramente era?! e por que comigo?! 
- Deixe eu explicar melhor... - ele falou sentando ao meu lado, meus olhos estavam fixos em minhas mãos que estavam em cima de meu joelho, meu coração estava acelerado. - Sou um anjo negro, um anjo das trevas como Guilherme... sim, ele é meu irmão, só que eu tenho algo a mais que ele...
Fechei meus olhos segurando o máximo que pude o choro.
- O que? - perguntei com medo da resposta.
- Eu vejo o futuro... - ele falou com tom de superior - anos antes de acontecer, e bem.. eu vi ele se apaixonando por ele e senti o desejo que meu pai sentia em querer te matar, passei anos.. planejando isso e olha só!
Mordi meus lábios controlando minhas emoções, meu coração ficava cada vez mais acelerado, parecia que eu ia ter um ataque cardíaco.
- Deu certo afinal. - terminei sua fala abrindo os olhos e fazendo de tudo para não olha-lo.
- Por enquanto não. - ele falou levantando-se do sofá. - Só falta uma coisa.
Engoli em seco e perguntei com muita dificuldade.
 - O que? o que falta?
- Te matar. 



terça-feira, 9 de agosto de 2011

77

Não conseguia prestar atenção em nada, aquelas palavras... aquela voz em minha cabeça foram o suficiente para me deixar em um lugar longe do planeta Terra.
Como ele fazia isso?!
Bem eu sabia que o Guilherme tinha vários tipos de poderes mais não pensei que mensagens telepáticas fazia parte deles, na verdade... eu não fazia muita ideia nos poderes que ele tinha essa era a verdade.
DING DONG
 A campainha tocou me tirando de meus devaneios, já que Lucinda estava ocupada lavando a louça eu tive que me levantar e ir abrir a porta, levei minha mão na maçaneta puxando-a.
O choque atravessou meu rosto e rapidamente lembrei-me de meu nariz quebrado, levei minhas mãos no mesmo e percebi que não havia nada mais ali... meu nariz não doía e nem aquele gesso que deveria estar tampando-o.Parecia que ele estava em perfeito estado como se nada tivesse acontecido.
Derick sorriu.
- O que você quer? - perguntei irritada enquanto o analisava, ele vestia uma blusa branca de manga que definia muito bem seus músculos e estava de bermuda com desenho de uma praia calçando um chinelo branco deixando seus cabelos que agora estavam lisos caírem em seu rosto.
- Vim ver como você está... - ele respondeu sorrindo e ignorando o meu tom de nervosismo e irritação. - Parece meio irritada, aconteceu algo?
Franzi o nariz e soltei uma risada sarcástica, que pergunta imbecil.
- Claro que estou. - falei fuzilando ele - Só você estar perto para meu humor ficar péssimo.
Ele ainda sorria gentilmente como se ele tivesse escutado algo além do que eu falei, revirei os olhos e antes que eu pudesse fechar a porta na sua cara sua mão foi mais rápida, impedindo que a porta se fechasse por completo.
- Posso entrar? - perguntou entrando em minha casa sem que eu pudesse jogar um 'nao' na cara daquele infeliz e mal amado.
- Cai fora Derick. - eu retruquei indo em sua direção - Ainda não percebeu que você só faz besteira quando ta perto de mim? Não quero quebrar meu pescoço dessa vez...
- Eu não faço por mal, é só que... - ele fechou os olhos e pude ver a raiva passar pelo seu rosto, ele trincou os dentes - aquele seu namoradinho me irrita, me tira do sério.
Cruzei meus braços tentando controlar os palavreados que estavam entalados em minha garganta.
- O que você quer comigo? me diz... - perguntei - Eu juro que ainda não sei que intenções são essas para você não se desgrudar de mim.
Ele respirou fundo e sentou-se no sofá da sala, pegou o controle e desligou a TV eu sentia que a conversa ia ser longa.
Por fim sentei ao seu lado tentando deixar a raiva
- Eu tenho que tira-la desse planeta enquanto é tempo. - ele falou sério e tão confiante que quase cai na sua conversa fiada. - Eu tenho que protege-la, e para isso preciso leva-la para um lugar seguro.
Bufei.
- Ah sim, e que lugar seria seguro com você ao meu lado? - perguntei levantando minhas sobrancelhas e enrugando minha testa. - Nenhum lugar é seguro para mim enquanto você insistir em me seguir!
Ele respirou fundo procurando paciencia, eu tambem estava... aqueles argumentos não iriam me convencer de fugir com ele.
- Esqueça Derick. - eu falei me levantando - Eu não vou com você!
Derick não se mexeu, seus olhos não estavam mais nos meus e sua expressão parecia estar um pouco tristonha.
- Sinto muito. - ele falou levantando-se e parando centimetros perto de mim. - Mas não tenho outro jeito.
Seus braços me envolveram rapidamente e imobilizaram meus braços e pernas, como num estalo tudo desapareceu.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

76

Saí rapidamente de baixo do chuveiro recuperando o fôlego e o controle de meus batimentos cardíacos que estavam a mil por hora. Aquilo... foi... um sonho? ou uma ilusão na qual eu tava tendo?!
Impossível eu me tornar uma anja sem sentimentos mesmo que o Gui fosse o primeiro anjo das trevas que sabia o que era amor, se é que soubesse, mas eu preferia acreditar que ele sabia sim.
Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha azul bebê que estava pendurada perto do boxe, espremi meu cabelo tirando o excesso de agua deles e em seguida voltei para meu quarto fazendo de tudo para não me lembrar de mim própria só que transformada em algo realmente assustador, peguei uma calça de mole tom e uma blusa de manga comprida.. enfim, já vestida eu voltei para o banheiro um pouco cautelosa demais, com medo de ter outro tipo de ilusão como aquela.
Penteei meu cabelo rapidamente e corri em direção a cozinha tanto que Lucinda ficou assustada quando apareci de uma hora para outra nas suas costas.
- Ai menina... - ela falou pondo a mão em direção ao seu coração - Faz isso comigo não, meu coração já não é tão durável quanto antigamente!
- Desculpe Luce! - falei dando um beijo na bochecha dela, ela apenas riu e voltou a cozinhar - Prometo que se seu coração parar eu te empresto o meu.
Nos duas rimos e em seguida fui em direção a TV, essa hora era boa para desenhos (percebe-se que eu sou apaixonada por eles!) deitei-me no sofá completamente relaxada e quase a ponto de ir dormir quando alguém (um caso perdido) volta a me perturbar com suas  telepatias anormais.

Venha comigo, seja minha... te prometo que a eternidade não é tão ruim quando se tem alguém para compartilha-la. 


Eu juro que isso fez meu sono ir embora e meu coração se derreter mais rápido que qualquer coisa, um sorriso fora roubado.
Tentei fazer de tudo para tirar aquela mensagem da minha cabeça mas parecia impossível, imagina só?! quantas garotas por dia ganham uma mensagem telepática de alguém que a ama e que faz questão que a mesma participe da eternidade junto com o mesmo?!

Diana.


Meu nome soou em minha mente, aquela voz sedutoramente dominando todo meu ser voltara novamente.

Você não sabe quanto tempo andei por ai, matando pessoas e me orgulhando disso eu não conseguia ver nada além disso... porque meu destino estava traçado pelo meu próprio pai mas agora eu quero mudar isso, eu quero outra coisa, eu quero escrever... eu quero criar meu destino com você. 
Eu não quero matar 'humanos', eu só quero apenas viver um sentimento no qual cresce a cada dia e não preciso pensar em você para ele ficar mais forte porque você conseguiu me conquistar por completo... 
Esse sentimento é o tal "amor" que vocês tanto falam não é?! 
Porque não existe outra explicação plausivel que descreva o que estou sentindo por você. 
Aceite minha proposta eu te prometo que não vai se arrepender e só mais uma coisa... eu sei que é meio imbecil, egoísta da minha parte falar isso... mais "eu te amo".





75

Ah como é bom estar de volta em casa (como se eu tivesse passado anos fora) passei pela cozinha rapidamente dando um rápido oi para Lucinda que estava preparando o almoço, é o cheiro estava ótimo.
Entrei em meu quarto e fiz algo que nunca, jamais pensei em fazer... deixei a porta aberta e começei a cantar "Podia ser - Agnela" enquanto minhas mãos jogavam minhas roupas imundas em direção ao banheiro, enfim... fiquei de calcinha e sutiã em meu quarto e começei a dançar, saltitar pelo mesmo só pelo simples fato de estar em volta a minha casa, o meu lar, o lugar aonde eu acreditava que eu estaria segura (ou achava que estava).
Depois de vários minutos dando uma de louca fui finalmente para o banheiro jogando uma agua fresca e deliciosa em meu corpo, fechei meus olhos sentindo aquela água passar pelo meu corpo e tirar a tensão que havia nele.

 E nas sombras me escondi, mas retornei em busca daquela
que busco para me acompanhar na eternidade do meu mundo
sombrio.


Novamente aquela voz, aquela intuição na qual insistia em dizer que alguém estava me mandando esses tipos de mensagens telepáticas para mim estava mais próximo do que eu podia imaginar.
Então a imagem de Guilherme ensanguentado ao meu lado, com suas asas negras abertas perto de mim reapareceu.. só que agora parecia estar tudo diferente, invés dele estar cochichando em meu ouvido sua mão estava em minha direção esperando que a minha tocasse a dele, como se ele... como se ele tivesse me convidando para participar de alguma festa que eu fora excluida milhares de vezes.
Com medo, hesitei mas logo estendi minha mão na direção da dele tocando-a levemente mas foi só um toque para mudar tudo.
 Rapidamente meu corpo girava no meio de um furacão negro, mas somente eu estava ali... só eu. Então tudo começou a se transformar e foi ai que eu entendi o que estava acontecendo, eu tava me tornando uma deles. Uma anja demoníaca.





74

Depois de muitas horas cansativas finalmente me sentei na beirada de um banco ,eu não conseguia ver nada mais eu ainda sentia. Soltei um gemido baixo, como um sussurro, pois minhas pernas estavam bastante doloridas tanto que parecia que eu não sentava ou descansava-as a muitos anos.
- Ai senhor! - falei abaixando minha cabeças e fechando meus olhos desejando com toda a força de meu corpo sair daquele lugar - Me tira daqui...
Apertei meus olhos tendo a esperança que algo pudesse me salvar daquele pesadelo tão real, tão vivo. Eu sabia mais que ninguem (claro, não havia ninguem ali além de mim) que aquele lugar,aquela cidade era mal assombrada e que havia algo tão poderoso por ali, como se aquilo protege-se a cidade. 
Mais proteger do que? não havia ninguem ali e porque iriam querer destruir aquela cidade se mal dava para enxergar alguma coisa?! Não parecia valer alguma coisa... 
Foi então que um clarão invadiu a cidade e roubou rapidamente minha atenção, foi tudo muito rápido e quando dei por mim eu estava caída no meio da calçada perto da minha casa. Lentamente fui me levantando até meus pensamentos foram invadidos por uma voz grossa, familiar e convidativa:

Mira em meus olhos e verás todo o meu desejo insano por você, escute meu
escuro coração e saberás que nada te oculto, sou como você me vê.
Toma-me, quero romper sua carne sem piedade, quero sua chama viva,
seu fogo intenso, conhecer seus pecados e ser um deles. Sou o demônio que nasceu para consumir sua alma.

Meu coração se acelerou e nos primeiros segundos fiquei sem reação, nada se passava pela minha cabeça a não ser aquela frase mas o problema é que eu não sabia diferencia-las. 
A primeira pessoa que passou em minha cabeça foi o Guilherme e automaticamente minha mente me obrigou a imaginar ele falando isso perto de meus ouvidos com seu corpo cheio de sangue por causa da batalha e sua asas abertas, batendo ferozmente.
- Gui... - sussurrei para mim mesma enquanto voltava a me levantar, seu nome sooara em minha mente e a imagem de seu rosto rondava minha cabeça fazendo meu coração se acelerar cada vez mais.
Segui em direção de casa, com aquelas palavras em minha mente e a imagem de Guilherme junto com eles. 

73

Queria ter o poder de fazer tudo isso acabar, toda essa guerra, todas as mortes que estão acontecendo por ai por causa de um certo anjo demoníaco que vive de baixo da terra e que se alimenta dos piores sentimentos que alguém pode sentir, que alias é o pai do garoto que estou completamente apaixonada.
Guilherme.
Um outro anjo, um anjo jovem que ao mesmo tempo é velho, que foi destinado (obrigatoriamente) a matar todos os humanos que possuem sentimento bons , falando nisso... era para ele ter me matado mas não foi capaz, eu fui a exceção de todas as regras que o pai impôs na cabeça dele, e por isso o destino de Guilherme mudara completamente junto com o meu.
Não que isso fosse uma coisa má, apesar de eu estar sendo caçada por quase todos os anjos das trevas que existem por ai, mas não ligo para isso... eu não penso só em meu bem estar, eu penso também no bem estar de Guilherme em como ele deve estar quando não ta comigo, cada segundo, cada minuto... pensando no que ele poderia tar fazendo para me proteger dos ataques indiretos de seu pai.
Será mesmo que eu era tão importante assim para o Guilherme? Será mesmo que eu era a melhor pessoa para ele? será mesmo que eu valia tal sacrifício?





72

Num piscar de olhos eu já estava novamente na sala e assustadoramente percebi que Peter não estava mais ali, olhei ao redor do lugar e vi vários objetos quebrados, a mesa virada, a tela da tv quebrada e a cozinha completamente destruida... alguma coisa seria tinha acontecido, será que Guilherme passou por aqui e brigou com o irmão? Meus lábios tremeram de nervoso, me levantei rapidamente do sofá que estava rasgado e corri em direção a uma passagem escura e que deveria secreta.
A passagem era um grande túnel escuro, úmido e muito abafante, mal dava para respirar direito além do mais era muito largo.
Na terra havia pegadas, diferentes. Isso podia significar que Peter tinha recebido visitas e não era uma das boas a se julgar pelo que havia acontecido com a miniatura de uma casa, tentei apressar um pouco meus passos pois estava com medo de que ele pudesse voltar para a casa e quissesse acertar as contas comigo ou sei la o que... esses anjos são doidos!
Estava a quase meia hora andando na esperança de aparecer uma saída ou um buraco para que eu saisse daquele fim de mundo, eu já estava ficando desesperada porque de tanto andar não encontrei nada mas foi aí que tudo mudou. Uma pequena luz aparecia no fim do tunel, mais estava bem longe o que significava que eu teria que andar muito mais, mas não me importei... o que eu queria mesmo era sair dali e respirar um ar fresco para substituir aquele ar podre que eu estava respirando, minhas pernas doiam e tinha sensação de desmaiar a qualquer momento, minha garganta estava mais seca que deserto.

Vários minutos depois eu finalmente já estava bem longe daquele lugar e fora do túnel. Mas esse não era o problema, o problema era que o lugar, a rua na qual eu me encontrava estava completamente deserta e estava mais escura que o próprio tunel. Sim eu olhei o meu relógio e adivinha que horas ele estava marcando?! eram exatamente 15:00...e o céu estava mais escuro quando é meia noite.
Que diabos de lugar era esse?
Gemi ao sentir o vento frio e gelado passar pelo meu corpo e me fazer estremecer.
Onde Guilherme está? que inferno!
- Oi? - gritei escutando o eco de minha voz - Alguem ai?!
Nenhuma resposta, nenhum som... nada!
- O que está acontecendo aqui? - perguntei para mim mesma  voltando a andar em direção a algum lugar que eu pudesse sair ou um carro para eu ir para longe daquele lugar. Ta eu não sabia dirigir mas que mal há?! Se eu estivesse a beira da morte o Gui iria me salvar? Não iria?!
Continuei a andar elevando meus pensamentos para algo bom.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

71

Depois de almoçarmos ficamos sentados no pequeno e único sofá daquela casa, parecia mais uma casa de boneca do que uma casa normal. Cruzei as pernas e fiquei prestando atenção no jornal nacional enquanto Peter ficava mexendo no controle mas ele não mudara de canal, no exato momento que virei meu rosto para olha-lo ele fizera o mesmo fazendo com que nossos olhares se conectassem de um jeito estranho e então a imagem do rosto de Guilherme voltou a aparecer nos olhos de Peter e de uma maneira assustadora eu fui puxada para dentro deles, ou só a minha consciência que foi.
Estava tudo escuro o que não era de se estranhar já que minha vida tava se tornando tão sombria, abri meus olhos tendo a visão nítida de um campo florido e tão colorido que a primeira coisa que pensei era que eu estava no paraíso levantei-me ficando sentada em cima do mato recem aparado cruzando minhas pernas, meus olhos rondaram o 'jardim' (podia se dizer que era um) na procura de Guilherme mas nenhum sinal havia de uma outra pessoa além de mim, relaxei meu corpo e voltei a me deitar na grama tentando aproveitar meus últimos momentos de sossego... não que eu não ficasse sossegada com o Gui, é que.. sabe... de vez em quando precisamos um tempo para nos mesmos.
Franzi o nariz sentindo o doce cheiro de frutas frescas, da grama, do meu shampoo favorito e mais de uma coisa...
do perfume de Gui.
Abri rapidamente meus olhos dando de cara com seu rosto perfeitamente criado, seus olhos me avaliavam enquanto um sorriso brotava em seus lábios e automaticamente eu sorri junto.
- Finalmente veio. - ele falou pondo sua mão em meu rosto e o alisando
Abri um pouco meus lábios para perguntar o por quê dos finalmente mas antes das palavras saírem seu dedo tocara meus lábios e logo em seguida foi substituído por sua boca macia,quente e tão deliciosa.
O beijo demorou por longos minutos o que foi muito satisfatorio pois quase nunca ultrapassamos tal minuto quando nos beijamos fora daquele lugar, suas mãos contornavam as linhas de meu corpo com tanta delicadeza que senti meu coração se derreter deixando meu corpo molenga, então Guilherme se afastou.
- O que estamos fazendo aqui? - perguntei tentando controlar os batimentos acelerados de meu coração, ele me olhou com um certo ar de dúvida e depois olhou para o 'jardim'.
- Eu queria te ver... - ele falou deitando ao meu lado e passando seu braço por trás de meu pescoço. - Estava ansioso demais para esperar mais algumas horas, como é que você tá?
- Eu to bem. - falei dando de ombros - e você?
Seus olhos voltaram para mim e ele sorriu me deixando um pouco mais calma do que eu já estava.
- Estou me sentindo ótimo. - ele falou pondo a ponta de seu nariz no meu - Nada como sua presença para melhorar meu humor.
Por longos segundos ficamos com nossos narizes colados um no outro e nossos olhos fixos como se tivessemos nos comunicando por ele.
- Há algo de errado? - ele perguntou afastando um pouco nosso rosto.
- Tem. - eu falei mordendo o canto de meus lábios. - Eu não faço a menor ideia de como eu vim parar aqui, se minutos antes eu estava dentro de uma mini casa com seu irmão.
- Peter? - ele perguntou ficando meio preocupado.
- É sim... - respondi desconfiada pela surpresa em seu rosto - Pensei que soubesse.
- Não... - ele respondeu ficando sentando - Eu não sabia.
Fiquei sentada ao seu lado também começando a sentir o medo passar pelo meu corpo, minhas mãos começaram a tremer e então a beleza daquele jardim começou a desaparecer... todas as flores começaram a murchar, as frutas apodrecerem, a árvore morrer, o céu começou a escurecer, trovões começaram a surgir das nuvens que antes estavam brancas de tão limpas.
- Peraí... - eu falei tentando raciocinar - Se você não sabia... como é que ele sabia que aquela explosão no poste foi um plano seu?
Guilherme se levantou rapidamente da grama preta, mas que antes era verde, ele estendeu sua mão em minha direção e eu a peguei sendo puxada-a para perto dele.
- Eu já tenho uma ideia. - ele falou um pouco pensativo, eu fiquei com medo dessa tal 'ideia'.
- Como assim? - perguntei agarrando sua blusa com força. - Você ta pensando que ele está do lado de seu pai? quer dizer... ele quer me matar?
Ele apenas balançou a cabeça com os olhos fixos em algo tão distante de onde estávamos, meu coração se apertou me lembrando de tudo que ele falara para mim, da comida que ele fez... será que tava mesmo envenenada? ou tinha algo que me matasse lentamente?
- Droga. - foi a ultima coisa que Guilherme falou até eu poder voltar a aonde estava.. naquela casa onde Peter me levara.







terça-feira, 2 de agosto de 2011

70

Agora eu vou lhe dizer o que fiz por você
                              50 mil lágrimas eu chorei
Gritando, iludindo e sangrando por você.


- Você ainda não me disse seu nome. - eu falei observando o modo de como ele se mexia, tenho que admitir que fiquei meio sem folêgo. 
- Meu nome?! - seu rosto se virou em minha direção, seus olhos negros se fixaram nos meus me deixando um pouco tonta - Peter, prazer. 
- Nome legal. - comentei passando a mão nos móveis do lugar onde estava. - Onde estamos?
Ele andou e parou ao meu lado observando meu rosto, minha expressão. 
- Confidencial. - ele falou num tom sério - Por enquanto prefiro não lhe dizer, desculpe-me.
Olhei-o e sorri.
- Não.. tudo bem. - eu falei prendendo meus cabelos em coque - Eu entendo. 
Nossos olhos se encontraram e por um momento eu jurava ter visto a imagem de Guilherme neles, bem estranho eu sei... mais eu jurava que tinha visto. 
Peter estranhando minha expressão arqueou uma de suas sobrancelhas e sorriu. 
- Eai, ta com fome? - perguntou indo em direção a uma parte separada da sala mas parecia ser uma cozinha só  foi ele perguntar para minha barriga começar a roncar.
- Acho que sim. - falei indo na direção dele, pus minha mão em minha barriga e a pressionei tentando fazer com que ela parasse de fazer aquele barulho esquisito. - Alias, quantas horas eu fiquei desacordada?
Peter mexia e remexia nas panelas, nos armários, nos ingredientes no qual ele precisava e minutos depois desviara sua atenção daquilo para mim.
- Duas horas ou mais. - ele falou voltando a prestar atenção no que estava fazendo. 
- Ah. - falei olhando para a pequena mesa que havia no centro da pequena casa. - Quer que eu o ajude?
- Ah claro. - ele falou apontando para um gaveta perto de onde estava - Se não te incomodar.. ponha isso na mesa.
Fiz exatamente o que ele me pediu, agachei-me um pouco abrindo a gaveta; nela havia umas paradas para apoiar o prato, peguei duas e fui em direção a pequena mesa que havia ali e pus as paradas em lugares diferentes voltando logo em seguida para pegar os talheres e os copos enquanto Peter cozinhava algo que aparentava ser delicioso, minha barriga roncou novamente e ri baixinho. 
- Parece ser bom... - comentei parando ao lado de Peter e olhando para dentro da panela. 
- É sim. - ele falou sorrindo - Te garanto que não vai se arrepender de comer. 
- Claro que não vou. - retruquei rindo - Só de sentir o cheiro já me da água na boca, nham nham. 
Nois dois rimos juntos e vários minutos depois sentamos para comer, pus um pouco em meu prato e ele fez o mesmo. 
- Não ta com veneno não ne?! - perguntei sarcasticamente 
- Oh... - ele falou fingindo parecer ofendido - Sinto-me ofendido por essa pergunta, mas é claro que não... sou muito criativo na hora de matar alguem, essa tática é antiga e só utilizada pelos iniciantes. 
- Ah desculpe-me então - eu falei dando de ombros e voltando a comer - Está deliciosa. 
Ele sorriu simpaticamente. 
- Eu sei... - ele piscou para mim. - Anos de prática. 
- Ata... - falei encerrando o assunto, o único som daquela casa agora era da nossa respiração e dos talheres.