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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

71

Depois de almoçarmos ficamos sentados no pequeno e único sofá daquela casa, parecia mais uma casa de boneca do que uma casa normal. Cruzei as pernas e fiquei prestando atenção no jornal nacional enquanto Peter ficava mexendo no controle mas ele não mudara de canal, no exato momento que virei meu rosto para olha-lo ele fizera o mesmo fazendo com que nossos olhares se conectassem de um jeito estranho e então a imagem do rosto de Guilherme voltou a aparecer nos olhos de Peter e de uma maneira assustadora eu fui puxada para dentro deles, ou só a minha consciência que foi.
Estava tudo escuro o que não era de se estranhar já que minha vida tava se tornando tão sombria, abri meus olhos tendo a visão nítida de um campo florido e tão colorido que a primeira coisa que pensei era que eu estava no paraíso levantei-me ficando sentada em cima do mato recem aparado cruzando minhas pernas, meus olhos rondaram o 'jardim' (podia se dizer que era um) na procura de Guilherme mas nenhum sinal havia de uma outra pessoa além de mim, relaxei meu corpo e voltei a me deitar na grama tentando aproveitar meus últimos momentos de sossego... não que eu não ficasse sossegada com o Gui, é que.. sabe... de vez em quando precisamos um tempo para nos mesmos.
Franzi o nariz sentindo o doce cheiro de frutas frescas, da grama, do meu shampoo favorito e mais de uma coisa...
do perfume de Gui.
Abri rapidamente meus olhos dando de cara com seu rosto perfeitamente criado, seus olhos me avaliavam enquanto um sorriso brotava em seus lábios e automaticamente eu sorri junto.
- Finalmente veio. - ele falou pondo sua mão em meu rosto e o alisando
Abri um pouco meus lábios para perguntar o por quê dos finalmente mas antes das palavras saírem seu dedo tocara meus lábios e logo em seguida foi substituído por sua boca macia,quente e tão deliciosa.
O beijo demorou por longos minutos o que foi muito satisfatorio pois quase nunca ultrapassamos tal minuto quando nos beijamos fora daquele lugar, suas mãos contornavam as linhas de meu corpo com tanta delicadeza que senti meu coração se derreter deixando meu corpo molenga, então Guilherme se afastou.
- O que estamos fazendo aqui? - perguntei tentando controlar os batimentos acelerados de meu coração, ele me olhou com um certo ar de dúvida e depois olhou para o 'jardim'.
- Eu queria te ver... - ele falou deitando ao meu lado e passando seu braço por trás de meu pescoço. - Estava ansioso demais para esperar mais algumas horas, como é que você tá?
- Eu to bem. - falei dando de ombros - e você?
Seus olhos voltaram para mim e ele sorriu me deixando um pouco mais calma do que eu já estava.
- Estou me sentindo ótimo. - ele falou pondo a ponta de seu nariz no meu - Nada como sua presença para melhorar meu humor.
Por longos segundos ficamos com nossos narizes colados um no outro e nossos olhos fixos como se tivessemos nos comunicando por ele.
- Há algo de errado? - ele perguntou afastando um pouco nosso rosto.
- Tem. - eu falei mordendo o canto de meus lábios. - Eu não faço a menor ideia de como eu vim parar aqui, se minutos antes eu estava dentro de uma mini casa com seu irmão.
- Peter? - ele perguntou ficando meio preocupado.
- É sim... - respondi desconfiada pela surpresa em seu rosto - Pensei que soubesse.
- Não... - ele respondeu ficando sentando - Eu não sabia.
Fiquei sentada ao seu lado também começando a sentir o medo passar pelo meu corpo, minhas mãos começaram a tremer e então a beleza daquele jardim começou a desaparecer... todas as flores começaram a murchar, as frutas apodrecerem, a árvore morrer, o céu começou a escurecer, trovões começaram a surgir das nuvens que antes estavam brancas de tão limpas.
- Peraí... - eu falei tentando raciocinar - Se você não sabia... como é que ele sabia que aquela explosão no poste foi um plano seu?
Guilherme se levantou rapidamente da grama preta, mas que antes era verde, ele estendeu sua mão em minha direção e eu a peguei sendo puxada-a para perto dele.
- Eu já tenho uma ideia. - ele falou um pouco pensativo, eu fiquei com medo dessa tal 'ideia'.
- Como assim? - perguntei agarrando sua blusa com força. - Você ta pensando que ele está do lado de seu pai? quer dizer... ele quer me matar?
Ele apenas balançou a cabeça com os olhos fixos em algo tão distante de onde estávamos, meu coração se apertou me lembrando de tudo que ele falara para mim, da comida que ele fez... será que tava mesmo envenenada? ou tinha algo que me matasse lentamente?
- Droga. - foi a ultima coisa que Guilherme falou até eu poder voltar a aonde estava.. naquela casa onde Peter me levara.







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