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domingo, 31 de julho de 2011

69

Então me diga quando você ouvir meu coração parar,
você é o único que o conhece
 Me diga quando você ouvir meu silêncio, há uma possibilidade de eu estar morta.

Lentamente meus olhos se abriam e meu corpo doía até quando eu precisava piscar, minha visão estava embassada e por essa razão eu não conseguia distinguir do rosto do rapaz mais seu cheiro era muitíssimo familiar, será que eu tava morta? era impossível o cara ter me salvado um segundo antes do fogo me acertar em cheio e ainda mais não havia ninguém aonde eu estava, será que ele tava escondido me observando?
Tentei me levantar mas sua mão foi em minha barriga me impedindo de me levantar, ta tudo bem..não insisti e voltei-a me deitar lentamente e com muito cuidado pois meu corpo doía.
- Relaxa, você não está morta. - sua voz soara tão tranquilamente e tão docemente que não contive um sorriso. - Tudo bem, acho que deve ta se perguntando quem eu sou, certo?!
Balancei a cabeça forçando minha vista para ver se eu conseguia distinguir seus traços.
- Também. - falei - Não consigo ver seu rosto.
- Era de se esperar - ele falou um tanto severo - É o efeito colateral, daqui a alguns minutos isso passa.
Efeito colateral? de que? como assim? franzi a testa e perguntei:
- Efeito colateral? - retruquei - De que? como assim?
- Bem podemos dizer que aquele "fogo"... - ele falou respirando fundo - foi apenas uma ilusão.
O QUE? quer dizer.. aquilo foi tudo apenas uma ilusão? de quem? como? e como esse garoto sabia tanto disso?
- Do que você ta falando? - perguntei idgnada - Eu vi o fogo, eu senti o calor de suas chamas em minha pele.
Ele balançou a cabeça concordando.
- Eu sei eu sei. - ele falou tocando meu rosto com muito cuidado - Foi apenas uma parte do plano do meu irmão, o Guilherme.
Guilherme?! por que ele fizera isso?
- Guilherme?! - perguntei - ele que planejou tudo isso? por que?
Ele pareceu surpreso por minha pergunta mais logo respondeu com um sorriso no rosto.
- Nosso pai descobriu que você tava viva e bem... - ele suspirou - ele disse que se Guilherme não a matasse hoje, ele iria mesmo te matar na frente do mesmo.
Meu corpo se encolheu e meu coração falhou.
- Calma. - ele falou tentando me tranquilizar, mas já era tarde demais. - Ele conseguiu convence-lo.
Balancei a cabeça novamente deixando as lágrimas descerem de meus olhos e caminharem pelo meu rosto, como? como eu posso ser tão azarada a ponto de passar o meu azar para o Gui?!
- Diana? - falara novamente o garoto, minha visão estava voltando a ficar normal até que consegui ter uma visão ampla de seu rosto.
Era bonito quanto Guilherme só que mais musculoso e seus olhos eram tão pretos quando a própria escuridão, sua boca era um pouco carnuda porém bem tentadoras, a cor de sua pele era mais morena do que de Gui e suas asas eram tão imensas quanto as do pai.
- Eu não queria que ele corresse tal risco só por minha causa. - eu falei tentando disfarçar a minha admiração por sua beleza, ele sorriu e se aproximou.
- Ei relaxa gata. - ele falou tocando meu rosto com sua mão quente e pesada. - Ele te ama e não importa o quanto seja perigoso mentir para meu pai, ele só quer te proteger.
- Como sabe disso? - perguntei um tanto desconfiada mas nenhum segundo sequer sua confiança deixou-o.
- Acho que é um pouco difícil de explicar. - ele falou enrugando a testa. - Bem eu posso dizer que consigo sentir o que ele sente, não que eu esteja perdidamente apaixonado por você... mais que sei o que ele sente, isso é um dom que meu pai dera para meus irmãos e a mim, é complicado.
Esperei ele continuar, seus olhos estavam fixos nos meus.
- Mas posso-lhe afirmar que ajudarei Guilherme a te proteger, não se preocupe. - ele falou com um sorriso travesso - Somos uma dupla invencível e acredite, quando estamos juntos podemos ser mais forte que qualquer um.
- Não... por favor! - implorei me sentando no colchonete aonde eu estava deitada - Não quero que se arrisque também.
- HAHA se ta de brincadeira? - ele riu só nao entendi bem o porque, arquiei uma de minhas sobrancelhas franzindo meu nariz.
- Claro que não. - eu respondi desafiando com o olhar - Não acho a minima graça em eu ficar preocupada.
Ele riu novamente pondo as mãos em cima de seus joelhos, de vez em quando uma das penas caíam de suas asas e por isso quase me distrai com elas.
- Humanos! - ele falou coçando o alto de sua cabeça - Tão ingênuos...
Cruzei meus braços um pouco zangada de como ele referia minha especie, quer dizer eramos ingenuos sim em relação a especie dele e do Gui mas não queria dizer que não eramos inteligentes, mas pelo tom que ele falara parecia que estava nos considerando burros.
- Não somos burros! - retruquei dando um chute em sua perna mas infelizmente ele não sentira.
- Concordo plenamente, senão não fosse essa inteligencia que vocês tem, nunca teriam criado tantas tecnologias avançadas como as de hoje. - Ele piscara para mim - Mas quando o assunto é sobre minha especie  vocês ...completamente foram e são desprovidos de sabedoria e conhecimento.
- Não venha dar um de Einsten não heim. - falei fazendo uma careta - você é apenas um anjo.
Ele e eu rimos.
- Tecnicamente... ainda sou um anjo. - ele falou passando a mão em seus cabelos lindos e sedosos.

68

Saí de casa depois de uns minutos, o sol ainda estava raiando e metade da rua ainda estava escura.
Mesmo ainda não sendo 6hrs já haviam carros na rua cada um entrando em ruas diferentes das outras, cruzei os braços e fiquei observando o movimento das folhas que estavam no chão, o vento que passava pelo meu rosto e  me trazia tranquilidade, nas lojas que abriam as portas de acordo com o tempo... bem, se eu não soubesse de nada sobre anjos até poderia dizer que era um dia normal tanto para mim quanto para outras pessoas, mais já que eu sabia demais era apenas outro dia que por um milagre divino eu ainda estava viva.
Sentei-me no banco aonde dias atras ocorreu meu primeiro beijo com o Gui, meu coração saltitou ao me lembrar da sensação de seus lábios tocando os meus, de suas palavras doces e delicadas...lembrar dele me dava a sensação de conforto, de segurança...
Abraçei-me tentando trazer aquela sensação de volta, mas eu não conseguia era impossivel substituir o abraço caloroso de Guilherme e falando nisso por onde ele estava? será que ainda estava criando pistas? ou... tentando convencer seu pai que eu estava morta? eu não sabia mais pensar nisso me deixava fraca e eu precisava ser forte para aguentar isso, eu tinha que ser forte o suficiente para proteger Guilherme mesmo eu não tendo a força que ele, mesmo eu não tendo a sabedoria que ele tem e a inteligencia... a esperteza que ele tem.
Olhei para o céu, estava ficando mais claro.. mais bonito.
bumm!
Alguma coisa tinha explodido, virei-me para trás olhando para o poste em chamas meus olhos se arregalaram      e meu coração ficou acelerado, o fogo passou pelos fios e estava cada vez mais perto do proximo poste que estava proximo a mim.
Eu congelei, não sentia meu corpo e o fogo aumentava cada vez mais... eu não sabia de onde tivera saído aquela explosão ou quem a causou alias não havia pessoas alem de mim na rua, eu devia estar enganada.
Me levantei com muita dificuldade e tentei correr para longe daquele poste que em questão de segundos iria explodir junto com tudo que estava proximo dele mas parecia que minhas pernas não faziam o que eu pedia, o que eu ordenava para elas.
Estava tão nervosa que meu corpo todo suava, minhas mão tremiam desesperadamente, meu coração estava a mil por hora quando finalmente o fogo se encontrou com o poste criando uma explosão pior que a do outro, ele me jogou para trás fazendo com que minhas costas batesse em algo duro e frio... tentei me levantar mas quando olhei novamente para o poste percebi que o fogo vinha em minha direção como tivesse sido programado ou algo do tipo, meus olhos se arregalaram ate que tudo se escureceu.

67

Aquele sonho, aquela voz...
O que aquilo seria? será que o pai do Gui realmente descobriu que eu to viva? será que ele ta planejando um jeito mais brutal... mais doloroso de me matar? sera que ele ja tava agindo? será que ele tava falando com o Gui?
Eu estava com medo, muito medo... medo de acontecer tudo cedo demais, medo do Gui se machucar primeiro que eu, medo... medo de morrer e deixar Gui vivo, solto por ai... com várias garotas melhores que eu, medo de ele se apaixonar por outra.
Medo de ser trocada apesar de eu estar morta,alias  meu coração pode parar no exato momento que minha alma deixar meu corpo mais meu amor por ele nunca vai me deixar, nunca vai me abandonar por completo só vai arranjar um outro lugar para ficar.
Tomei um banho, pus um short jeans e uma blusa sem manga rosa clara, calçei meu chinelo e fui para cozinha... eu estava morta de fome apesar de ainda ser 05:00 da manhã, abri a porta da geladeira pegando um pedaço de queijo e mortadela e pondo no pão frances, mastiguei-o e sentei-me na cadeira olhando para o pedaço mordido.
Vários pensamentos vieram, várias imagens dessa ultima semana como se tivesse passado um filme sobre minha vida... sobre os meus melhores momentos passavam rapidamente em minha cabeça, eu sorri... sozinha mesmo não tendo muitos motivos, eu ainda tinha esperança... esperança que um dia, qualquer que fosse eu e Guilherme poderiamos ficar juntos sem problemas.
Mas os problemas estavam cada vez mais enormes, mais piores e isso me matava por dentro... imaginar Guilherme morto ou machucado era pior do que a sensação de seu corpo ser partido ao meio por uma serra eletrica, era doloroso tanto para meu coração quanto para meu corpo.
E se sacrificar minha vida o salvasse de um destino cruel, assim eu faria... eu iria me matar, eu iria morrer por ele.

sábado, 30 de julho de 2011

66

Guilherme. 
Seu nome soara em minha mente, fazendo-me lembrar da sensação de suas mãos em meu corpo, de seus lábios macios e quentes nos meus delicados e sensíveis, de sua voz sedutora e misteriosa, de seus olhos negros e incomuns, de suas asas negras e hipnotizantes...e do modo de como ele me deixava quando me olhava ou me tocava, era a melhor sensação do mundo. 
Mas quando virei para olha-lo não havia ninguém, nenhum rastro de que Guilherme tinha acabado de passar por ali.. nem mesmo um sopro ou qualquer coisa, mas tudo bem... aquele sonho deve ter feito isso mas mesmo assim foi real demais, eu me lembro exatamente do lugar aonde eu estava, eu me lembro exatamente quando passei pelo vidro... isso deveria ter sido um aviso? um aviso de que o fim estaria próximo? mas o problema não era o meu 'fim' e sim o fim de Guilherme também. 
Era difícil imaginar ele morto, alias... você já imaginou ou você já parou para pensar em ver seu coração ser estraçalhado? por um motivo besta no qual se chama : "minha existência inútil". 
Mas não... eu não iria deixar o pai dele mata-lo ou machuca-lo por minha causa, por causa do nosso amor impossivel, irreal.. um amor que nunca deveria ter existido. Mas agora era tarde demais, tarde demais para dar adeus a esse amor tão profundo.. tão intenso... tão vivo como o brilho do sol mas de uma hora ou outra iriamos ter que dar adeus pois em algum momento eu iria morrer ou talvez adoecer e ele iria continuar vivo pelo resto da eternidade amando minha pobre e humilde alma condenada antes de eu mesma nascer, condenada a amar para sempre um anjo das trevas, condenada a ser morta pelas mãos de seu pai, condenada a amar somente uma pessoa... um anjo... somente um e nenhum mais.
Era Guilherme. Sempre seria Guilherme.


sexta-feira, 29 de julho de 2011

65

"Abri meus olhos e rapidamente levantei do sofá mofado e velho no qual eu estava deitada, olhei ao redor tentando reconhecer meu quarto mais não havia um móvel sequer que pertencia ao mesmo, as paredes do imóvel estavam raxadas e já não havia mais pintura, os vidros da janela estavam no chão como se tivessem atirado uma pedra neles, a pequena mesa que permanecia no centro estava quebrada ao meio e havia em cima dela gotas de sangue fazendo com que meu estomâgo se revirasse, continuei andando a procura de uma porta ou sei la alguma saída dali. 
Ta eu consegui passar pela janela mais o estranho é que não me cortei, não que eu me importasse com os machucados e cortes que eu taria no corpo, não naquela ocasião... eu estava me sentindo uma prisioneira, me sentindo sufocada pois quando me dei por mim estava de volta ao cômodo. 
Olhei ao redor tentando ver se havia algo de errado, mas pelo contrario.. estava tudo certo exceto pela desorganização.
- Ora ora. - falara uma voz masculina vindo de tras das paredes, olhei ao redor um pouco desesperada - Olha só quem está aqui. 
Meu coração se acelerou e automaticamente fui chegando para tras tropeçando em cada movel que havia no meu caminho.
Então algo ultrapassara, não sei como, pela parede.
Ele era grande, musculoso e tinha uma aparência perversa e de um certo modo.. tinha traços iguais a dos de Guilherme... ele era belissimo como um deus grego, sua pele era bronzeada e seus olhos... me arrependi de ter olhado... não eram negros como eu imaginava, eram vermelhos cor do inferno.
Suas asas rapidamente surgiram em suas costas , eram tão grandes, eram tão hipnotizantes e tão negras como a de seu filho... quando sorriu pude perceber que não eram comuns, ta ele já nao era normal... continuando, invés de haver dentes normais como os de seu filho havia presas como de vampiros, eu não entendi.. um anjo das trevas com presas de vampiro ?
- Bem... - ele falou com aquela sua voz grossa e perversa - Eu conheço você, era para você estar morta não acha?!
Meu coração falhou e as lagrimas arderam em meus olhos, elas queriam sair mais fiz de tudo para impedi-las eu queria me mostrar forte o suficiente para encara-lo.
- Eu sei que você está viva Diana. - ele falou avançando um pouco, tentei chegar mais para trás - Eu sei que meu filho mentira para mim para protege-la. 
Ele era bem pior do que eu pudia imaginar, quando ele passava ou encostava pelas coisas... essas coisas murxavam, quebravam, apodreciam.. coisas do tipo, seus olhos ardiam como chamas. 
- Diga-me Diana. - ele falou parando - Por que meu filho não compriu minhas ordens? por que ele não a matou? " 


- aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! - gritei dando um salto de minha cama, eu suava - o que...?
Olhei ao redor e lá estava meu quarto do mesmo jeito que eu o deixei antes de dormir, respirei fundo tirando a franja que caia em meu rosto, olhei para a janela e via o amanhecer de um novo dia...
- Ele sabe. - a voz de Guilherme sooara em meus ouvidos, o medo fizera meu corpo tremer.. desejei que fosse apenas uma alucinação. - Ele descobriu...

64

Depois de umas horas ai o Gui foi embora me deixando sozinha na sala junto com a tv, minha mãe ficara um pouco comigo e depois voltara para seu quarto... é ela estava exausta, sempre estava quando voltava do trabalho.
Pus minha mão em meu nariz sentindo o gesso em torno do mesmo suspirei lembrando-me do momento em que Guilherme e Derick estavam se batendo, meu coração se apertou violentamente, mas por que diabos eles se odeiam? eles mal se conhecem, eu acho... mas mesmo assim eles não teriam tanto motivo para se odiarem a não ser que... o motivo... seja... EU?!
Não.. nem pensar... fora de cogitação... por que eu deveria ser motivo de duas pessoas de especies diferentes se odiarem?! alias eu sou apenas uma humana qualquer, não tenho nada de agradavel a não ser o cheiro de meu perfume, eu sou simples, não sou popular, não tenho olhos azuis e muito menos cabelos dourados, não tenho corpão de deusa e nunca fui escolhida para nada tão popular como para líderes de torcida, no máximo para o grupo de livros.
Quer dizer, não ha motivos para brigarem por mim.. ainda mais dois gatos como Derick e Guilherme, desliguei a tv e fui para meu quarto.
Liguei a luz da mesma e me encaminhei em direção a minha escrivaninha, em cima da mesma estava meu celular peguei-o e dei uma olhada...
10 chamadas perdidas de...
Derick Natch. 
Meu coração se acelerou possivelmente ele queria me pedir desculpas pelo soco que me dera e pelo nariz quebrado, eu podia perdoa-lo mais não queria ve-lo.. NUNCA mais, não enquanto Guilherme não estiver por perto para me proteger... vai que ele queria quebrar meu pescoço ou qualquer parte importante.
Joguei meu celular para o canto de minha cama e logo fui eu... escondi meu rosto no travesseiro fechando meus olhos.

63

Guilherme ficou comigo em casa até que minha mãe chegasse, é claro que quando viu meu estado teve um ataque de pitibiriba e ainda pediu uma explicação para aquilo, Guilherme por sua vez mentiu... mas mentiu bem fazendo com que minha mãe acreditasse (amem) depois ela fora para seu quarto tomar um banho e assistir novela.
Ficamos na sala um abraçado no outro, se pudesse eu ficaria daquele jeito com ele para o resto de minha vida mas sabia que uma hora isso iria acabar, que aquele sonho todo poderia ser tornar um pesadelo em qualquer momento e era nisso que eu estava com medo... "o pesadelo" podia começar a qualquer momento.
- Estou com medo. - sussurrei escondendo meu rosto em seu peitoral, senti as mãos de Gui em meus cabelos.. alisando-os.
- De que meu amor? - ele perguntou, aquelas palavras fizeram meu coração se amolecer.. derreter como picolé no meio do deserto.
- Do que pode acontecer com você... - falei apertando sua blusa -..comigo... com o mundo!
Sua mão foi até em meu queixo levantando meu rosto na direção do dele fazendo-me olhar em seus grandes olhos  negros e hipnotizantes.
- Não fique com medo. - ele falou - não há nada o que temer, eu vou te proteger custe o que custar... não se preocupe comigo sou imortal se esqueceu?!
Envolvi sua nuca com meus braços colando minhas bochechas nas dele, meu coração se apertou só de imaginar Guilherme machucado por minha causa, ou pior... morto. Será que Guilherme ainda podia morrer?
Nesse momento para mim podia tudo, não havia mais uma palavra que eu considerava impossível que agora não seja possível.
- Eu não sei... - gaguejei voltando a olha-lo  - Não sei em que mais posso não acreditar.
Ele me olhava com ternura mais ao mesmo tempo preocupado.
- Acredite em mim. - ele falou fazendo com que eu olhasse para ele novamente.- Apesar de eu não estar totalmente sobre o controle da situação, eu 'posso' proteger você.
Eu sorri, não sei porque, deveria ser de nervoso... as possibilidades de Guilherme sair machucado enquanto me protege é enorme e ve-lo machucado iria causar em mim uma dor profunda que mesmo eu não sentindo no momento eu já teria uma noção de como doeria.
- Não quero que fique assim. - ele falou novamente passando seus dedos em meus lábios. - Confie em mim Diana.
- Eu... confio em você. - falei - Eu só não confio em seu pai.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

62

Demoramos uns dez minutos para chegarmos em minha casa que ficava apenas alguns quarteirões antes do hospital, Guilherme e eu não falamos nada sobre o que ocorrera hoje mais cedo porque eu sabia mais que todos que ele estava completamente arrependido.
- Me desculpa. - ele falou parando em frente da porta de casa e me olhando - Eu não queria te causar algum mau, jamais... nunca desejei isso, eu só... queria... ARGH!
Guilherme se afastou de mim pondo as mãos no rosto, fui em sua direção e pus minha mão em seu ombro.
- Tudo bem Gui. - eu falei tentando conforta-lo - Não foi você, foi ele... você sabe disso, agora pare de se culpar.
Ele não pareceu relaxar, parecia que ele gostava de se culpar de coisas que ele não fez... grunhi e fiquei na sua frente.
- Chega! - falei - Pare com isso, acabou. Já passou.
- Para você não. - ele falou apontando para a proteção que havia em meu nariz. - Seu nariz está quebrado e não há nada que eu possa fazer para isso melhorar.
- Isso não é importante.. - falei agarrando sua blusa - Eu não me importo de estar com nariz quebrado, meu nariz não é tão importante quanto você é para mim.
Ele franziu o nariz e desviou seus olhos dos meus.
- Guilherme! - falei pondo minha mão em seu queixo e o virando em minha direção. - Se nariz fosse tão importante não teriamos boca como outro meio de respirar, não é ?!
Ele não me respondeu novamente, respirei fundo e deixei que as lagrimas caissem de meus olhos... foi a única maneira de roubar sua atenção novamente.
- Está doendo? - ele perguntou com cara de dor.
- Meu nariz? não... - eu respondi fixando meus olhos nos dele - Mas meu coração sim.
- Por que? o que está sentindo? - ele perguntou me avaliando.
- Porque... - fechei meus olhos e continuei deixando as lagrimas cairem. - porque você fica se maltratando e isso doí bastante, Gui nem tudo é por culpa sua.. entenda isso!
- Eu... tento. - ele falou passando sua mão em meu rosto. - Mas já percebeu que tudo que acontece com você é porque eu estou por perto? eu... só queria te manter segura.
- Mas você me mantem meu amor. - eu falei aproximando meu rosto do dele. - Não importa se eu estou segura ou não, mas meu coração é o que precisa de sua proteção... é ele que pode me manter viva... quer dizer... você é o motivo de eu estar viva porque você é o meu coração.

sábado, 16 de julho de 2011

61

Horas se passaram e eu finalmente fui liberada para ir para minha casa, mas antes que eu saisse do hospital eu fui dar me uma olhada no espelho do banheiro.
A minha primeira reação foi de susto, pois eu estava um caco... estava muito dificil olhar para mim mesma;
A segunda foi de pânico... eu estava horrivel, tremendamente feia e o que minha mãe iria falar caso eu chegasse em casa com aquela coisa protegendo meu nariz? e o que ela falaria?
Bem não deu tempo de eu pensar na terceira pois tinha me lembrado que o pessoal do hospital podia ter ligado para ela avisando o que ocorrera comigo, eu não queria que ela se preocupasse comigo, eu sei me cuidar apesar de eu ter quebrado o nariz mais a culpa não foi 'exatamente minha', não fui eu que causei esse 'acidente', saí correndo do banheiro e parei em frente da recepção a jovem atendente tirou os olhos de seu computador e me olhou mau humurada esperando que eu falasse alguma coisa.
- Desculpa interromper... - falei embolando as palavras - mas podia me informar se vocês ligaram para minha mãe?
A atendente piscou uma, duas vezes e depois de minutos entendeu a minha pergunta, depois ela pegou minhas informações e se levantou da cadeira aonde estava sentada indo em direção a algum lugar no qual eu não conseguira ver, meu coração estava acelerado até que sinto uma mão quente, protetora e macia na minha cintura, virei-me lentamente dando de cara com o Guilherme.
- Oi. - eu falei meio séria e depois voltei a prestar atenção na atendente que tinha ido para uma pequena sala um pouco atras da recepção.
- Diana... - ele falou sério mais ao mesmo tempo preocupado, meu coração se amoleceu e voltei a olha-lo. - Eu sei que voce tem todos os motivos de estar me odiando agora, mas eu vim aqui lhe pedir perdão sei que o que eu fiz não foi o certo mais é só 'ele' me tira do sério.
Eu respirei fundo, eu estava quase o desculpando mas primeiro eu tinha que falar tudo que estava entalado na minha garganta.
- Olha só... - falei - Guilherme você não sentiu a dor que eu sentiu quando a mão de Derick acertou meu nariz, você não tem noção do medo que fiquei quando voces estavam brigando, você não tem noção do quanto me machuca ver vocês dois brigando ... por favor, agora pode me dizer o motivo de tanto se odiarem? eu ''mereço'' saber.
- Você tem razão. - ele falou parecendo desesperado. - Mas não aqui, eu vou te levar em sua casa e te falo la... mas por enquanto...
Então a garota que tinha me atendido estava voltando de um jeito meio atrapalhado e engraçado, ela sentou-se em sua cadeira e se inclinou um pouco na minha direção séria.
- Bem, não ligamos ainda... - ela falou - Mas caso queira comunicar sua mãe do ocorrido podemos fazer isso.
Engoli em seco mais antes que eu pudesse responder Guilherme falou.
- Não precisa, obrigado por sua atenção. - Ele falou pegando em minha mão e me conduzindo para fora do hospital.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

60

Foi tudo tão rápido para os meus pobre olhos humanos que quando percebi o que acontecera  eu já estava sendo jogada pelos ares e aterrissando na areia macia, foi isso que não me fez sentir dor.
Levantei meio desorientada e olhei para Guilherme que agora socava Derick que mal conseguia se defender, eu queria me levantar e fazer com aquela briga idiota acabasse logo mas não sei o que deu nas minhas pernas que continuaram imóveis, fiquei olhando aquela cena horrível.
Derick socando uma ou duas vezes Guilherme, Guilherme por sua vez socava umas cinco ou seis vezes Derick que por surpresa não tinha marca das mãos de Guilherme. O que era bem estranho porque pelo que parecia as mãos de Guilherme deveriam ser bem pesadas, meu coração vacilou ao ver que Derick tinha conseguido enganar Guilherme e o pegara pelo pescoço enforcando - o, o estranho foi que Guilherme não pareceu se importar e Derick começou a apertar cada vez mais... foi essa deixa que fez com que eu voltasse a ter o controle de minhas pernas, me levantei rapidamente e corri na direção deles. 
Havia uma pequena multidão de adolescentes idiotas e infantis gritando "briga, briga"!", passei pelo meio deles empurrando cada um e pouco me lixando para o que estavam me chamando, continuei correndo, parei no exato momento que Guilherme conseguira se soltar e Derick estava pronto para socar a cara dele mas corri tão rápido que invés de seu punho acertar o rosto de Guilherme acabou acertando o meu. 
Gritei, gemi e me contorci de dor. 
Desde quando Derick tinha tanta força que nem aquela? desequilibrei e acabei caindo na areia enquanto o sangue escorria pelo meu nariz, eu gritei novamente por causa da dor.
Agora aquela 'plateia' tinha cessado alguns vieram ate mim e ficaram tipo que falando que ia passar, que a ambulância tava vindo e tals, mas até la Derick e Guilherme estariam mortos. 
Ta nem é pra tanto. 
Mas do jeito que tava... 
Ouvi o barulho da sirene da ambulância la no fundo, eu sorri um pouco fraca e tonta e senti ser pega no colo.
- Seu babaca! - ouvi Guilherme gritar para Derick - Se tu encostar essa tua pata na cara dela novamente, eu quero suas duas pernas e tu vai começar a andar de cadeira de rodas entendeu seu bostinha?!
Estava me afastando cada vez mais dos dois até que a voz deles sumiram e eu não escutei mais nada só senti varias mãos me pondo deitada na maca, minha visão tava péssima.. tava toda embassada e por essa causa eu não consegui destingir os rostos dos caras da ambulância.
Eles fecharam a porta e nos fomos a caminho do hospital.

59

Já eram quase 15e30, Guilherme e eu ainda estávamos na praia deitados na areia aproveitando aquele momento de paz que nos restara, não sabíamos se haveria outro como este daqui a alguns meses ou mesmo dias.
Não havia muitas pessoas na praia pois estava ventando o bastante para que ficassem com frio, eu por exemplo não sentia tanto pois Guilherme estava colado em mim, estava tão quente.. tão aconchegante que para mim não seria problema nenhum passar o resto da minha vida daquele jeito, eu sorri.
- Isso parece sonho... - eu falei observando o movimento das ondas - que pena que uma hora terei que acordar.
Suspirei e vi a mão de Guilherme pegar na minha e entrelaçar as duas.
- Posso fazer com que não acorde. - ele sussurrou no meu ouvido fazendo com que meus pelos dos braços se arrepiassem, eu sorri e me virei para olha-lo.
- Então faça... - eu falei chegando nosso rosto mais perto um do outro. - só não me mate.
Nos dois rimos.
- Nunca farei isso... - ele falou ficando serio - nem que eu tenha que morrer para salvar sua vida.
Então ele me beijou lentamente, mordiscando de vez em quando meus lábios.
Era um beijo quente, romântico e aconchegante... era o tipo de beijo que me fazia esquecer tudo que estava acontecendo e então nos afastamos.
Ficamos em silencio por longos e demorados minutos até que só vejo Guilherme se afastar e ser forçado brutalmente a ficar em pé, me levanto rapidamente indo em direção a Guilherme ao ver a fúria passar pelo seu rosto.
- O que... - virei meu rosto e dei de cara com Derick - O que faz aqui?
Seus olhos não se desviaram dos de Guilherme o que me fez ficar um pouco com medo pois eles trocavam olhares assustadores.
- Vim te proteger - ele falou cruzando os braços - desse demónio que você acha que ama.
A raiva foi mais forte que eu, senti meu rosto ficar vermelho e minhas mãos arderam pois queriam bater nele.
- Vá embora.. - eu falei seriamente - não tem motivos para vim aqui me proteger.
Foi então que Guilherme pegara em meu braço e me botara para trás dele, como fizera ontem, ele rosnou e por um momento pensei que ele iria avançar no Derick.
- Seu baitola. - ele falou com tom sarcástico - Vá embora, não vê que está em desvantagem?
Derick riu e ficou no mesmo lugar.
- Não estou vendo seus irmãos aqui meu caro. - ele respondeu sorrindo desafiadora mente
- Não estou falando de quantidade, seu merda. - falou Gui trincando seus dentes. - Estou falando em poder, você ainda não está maduro o bastante para lutar comigo.
Estremeci, o que eles deveriam tar falando? olhei para Derick que agora não sorrira mais.
- Mas logo estarei... - ele cuspiu as palavras na cara de Guilherme que por sua vez dera um empurrão tão forte que fizera Derick se desequilibrar. - E a primeira coisa que farei será te desafiar.
- Estarei esperando anciosamente. - ele rebateu.
- Enquanto isso... - ele falou virando-se em minha direção, eu tremi e tentei me esconder pelas costas de Guilherme. - É o meu dever protege-la de tudo e todos, inclusive de você.
Arregalei meus olhos esperando que alguem me explicasse o que tava acontecendo.
- Não se preocupe não sou uma ameaça para ela e... - Guilherme falou - Já estou fazendo isso, e alias... to me saindo bem melhor que você.
A unica coisa que vi antes de ser arremaçada para trás foi o rosto de Derick ficando vermelho e ele correndo na direção de Guilherme.

58

- Eu soube o que aconteceu com a Ster. - ele comentou enquanto caminhávamos em direção a praia, eu virei meu rosto rapidamente em sua direção sentindo meu coração se apertar.
- O que houve com ela? - perguntei atropelando as palavras - Quer dizer... você sabe por que ela foi pra outro país?
Ele balançou a cabeça confirmando, minhas mãos e pernas tremiam... eu precisava saber, será que tinha acontecido alguma coisa? será que alguém tinha a machucado? tremi com essa possibilidade. 
- Não sei se isso é o que realmente aconteceu. - ele falou meio confuso e me conduzindo para a areia - Mas parece que uns dos meus irmãos está atras dela e ela percebeu. 
Meu coração falhou, meus olhos se arregalaram o medo passou pelo meu corpo fazendo-me tremer mais do o normal.
- Como aaaaassim? - perguntei quase aos prantos. - Ela não pode morrer, você não pode deixar!
Ele não respondeu e isso me deixou um pouco mais nervosa, ELE NÃO PODIA DEIXA-LA MORRER!!  Não podia, não podia... ele não podia.
- Guilherme?! - parei na sua frente fazendo - o parar, ele me olhava tristonho - por que?!
- Eu não posso... - ele falou desviando os olhos de mim, lagrimas caiam de meus olhos.. não.. se ele não podia fazer nada EU IRIA FAZER, dei as costas para ele e comecei a correr em direção a rua que voltara para minha casa, eu iria descobrir onde ele estava antes que fosse tarde demais. 
Eu corria de volta para onde viemos mas antes que pudesse me distanciar dele o bastante ele me impediu segurando meu braço e o puxando de volta para ele, fixou seus olhos nos meus e falou:
- Não vou deixar você fazer isso. - sua voz sairá grossa demais, séria demais...- não quero que você se arrisque. 
- Me deixa Guilherme! - eu gritei enquanto tentava me livrar de suas mãos - Se você não faz nada eu faço!
- Você está louca! - ele falou segurando meu outro braço - Meu irmão é bem pior que eu, se ele te encontrar e souber que estais viva ele contara pro meu pai que ira mata-la.
- To nem ai! - eu gritei novamente chorando - Só quero que minha amiga fique livre dessa maldição!
Guilherme franziu o nariz e demonstrou estar relaxando um pouco mas mesmo assim ele não soltara meu braço, ele me puxou novamente só que para um abraço e começou a fazer carinho na minha cabeça. 
 Eu nunca consegui imaginar minha vida sem minha amiga.. Ster, mas agora tudo mudara e eu não sabia em que poderia acreditar... religião e a ciência agora para mim não fazia sentido, não enquanto eu estiver apaixonada por um anjo negro cujo pai quer ver morto todas as almas puras deste mundo. Deixei que as lagrimas rolassem porque era a unica coisa que eu podia fazer... chorar. 

57

Quando se é criança você acredita que tem sempre um final feliz esperando por você, que existe um príncipe encantado por ai procurando-a para leva-la para aqueles castelos incríveis com grandes jardins e uma praia só para vocês... não é?! 
E ai você começa a crescer, suas esperanças sobre seu final feliz e seu príncipe acabam e você começa a conhecer a verdadeira realidade... a realidade de que nunca existiu final feliz, e que príncipes encantados só existem em livros de contos de fadas. 
Você se sente desolada, cada vez mais precisa de algo que te de esperança que eles existem..  esperança que um dia qualquer vai aparecer um garoto que vai te amar incondicional mente, que vai lutar por você, que vai te proteger de quem te quer te fazer mal, que vai te abraçar nas horas que mais precisa...
Então você começa a se interessar por livros fictícios no qual aquela garota se apaixona por aquele cara misterioso, aquele cara que te encanta só por olhar pra ele e então você fica cada vez mais fascinada por aquela historia, cada vez mais você deseja ser aquela garota que tem o amor daquele garoto que ao passar da historia fica cada vez mais interessante, mais forte e que apesar dos obstáculos ele conseguem ficar juntos porque o amor deles é maior que tudo e todos.

Então eu me pergunto... será que eu me encaixo nessa historia?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

56

As palavras foram sumindo da minha mente de acordo com o passar do tempo, eu estava com medo... medo do futuro, medo do que podia acontecer com aquela cidadezinha que eu vivera por tantos anos.
Eu podia não gostar de algumas pessoas que moravam lá, eu podia ter desejado que elas sumissem da minha vida nos meus momentos de raiva e de descontrole emocional mas neste momento eu não queria nem que uma formiga morresse por causa desta Nova era que estava prestes a chegar.
- Agora é sua vez de me responder. - ele falou, virei meu rosto em sua direção e esperei por sua pergunta - Quem foi que te falou sobre isso?
Eu esperava que ele me fizesse essa pergunta, eu sabia... 
- Derick. - falei prendendo minha respiração e fechando meus olhos pronta para escutar um exporro ou qualquer tipo de xingamento mas nada disso ocorreu, abri um de meus olhos e observei Guilherme que parecia estar segurando sua raiva. 
- Ele ta aqui? - perguntou com desconfiança
- Ontem, sim... - eu respondi  - Ele foi na minha casa ontem. 
Um rosnado se formara na garganta de Guilherme e em seus olhos vi o ódio, ele não falou nada mais e então veio na minha cabeça a pergunta que não queria se calar: "de onde viera tanto ódio entre Guilherme e Derick?"
- Por que vocês se odeiam tanto? - a pergunta saiu automaticamente da minha boca e ao ver a reação do mesmo percebi que parecia estar em choque. 
- É uma longa história. - ele respondeu se levantando do meu lado e caminhando em direção ao riacho que ficava um pouco mais atrás de nos. 
- Me diga, ainda temos tempo... não é?! - falei me levantando com um pouco menos de dor e andei atrás de Guilherme. 
Ele parou, de costas para mim fechando as mãos em punho. 
Então seu rosto se virou, seus olhos pretos se encontraram com os meus e por um segundo pensei que ele pudesse me matar, minhas pernas pararam automaticamente e chegaram para trás. 
- Guilherme? - chamei-o mas ele não me respondeu e continuou lançando aqueles olhares assustadores. 
- Não vai mudar em nada... - ele falou cruzando os braços. - se você souber, isso não vai mudar o que vai acontecer daqui a alguns meses. 
Tentei recuperar o controle de minhas pernas e voltei a me aproximar dele. 
- Não estou falando disso... - retruquei - eu... só quero saber de onde veio esse ódio todo. 
Ele fechou os olhos parecendo querer recuperar sua tranquilidade de sempre, meu coração se apertou. 
- Ele tinha me perguntado - continuei - se você tinha me falado sobre ele, sobre o que ele era..
Guilherme não falou nada, apenas esperou. 
- Eu queria saber... - eu implorei - Guilherme... me fale!
Ele levou suas mãos em meu rosto e a acariciou. 
- Temos coisas importantes para nos preocuparmos do que ficar ligando para o que esse garoto diz - ele respondeu me olhando nervoso, ele estava me escondendo algo.
- Isso é importante para mim... - rebati - Eu quero saber, eu preciso ...
- CHEGA Diana! - gritou Guilherme super exaltado - Chega de saber das coisas por hoje, já te disse sobre a guerra que você tanto implorou pra que eu contasse... agora sobre meu passado com Derick está fora de cogitação!
Por que ele tava assim? por que ele ainda tentava me esconder as coisas? meu coração se apertou violentamente fazendo com que lágrimas ardessem em meus olhos. 
- O que foi? - ele perguntou ao perceber que eu chorava. - Me desculpa Diana, eu não queria ser grosso com você, eu só... quero te proteger das coisas...
Eu balancei a cabeça pondo a mão na direção do coração, Guilherme se aproximou de mim novamente e me abraçou tentando fazer com que eu não ficasse daquele jeito mas não foi por causa de suas palavras que eu ficara assim, na verdade eu não sabia o por que. 
- Eu to bem - eu gaguejei enquanto as lágrimas continuavam a cair  - não se preocupe. 
- Como não me preocupar com você - ele sussurrou em meu ouvido - eu amo você e esse sentimento é mais forte que tudo, mais forte que eu.



terça-feira, 12 de julho de 2011

55

Meus olhos se abriram lentamente mas minha visão estava completamente embaçada por isso não consegui distinguir nos primeiros segundos o rosto de Guilherme que estava ao meu lado sentado com os braços apoiados nos seus joelhos, suas asas não estavam mais ali e ele estava com uma blusa que definia os músculos de seu braço.
Tentei me levantar mas senti uma pontada de dor na minha nuca e então voltei a deitar, Gui me olhou um pouco preocupado e sorriu para mim.
- Está tudo bem. - ele me garantiu - Tive que fazer você desmaiar, por isso você deve estar sentindo uma dor na sua nuca, me desculpe mas não pude permitir que você que caísse na armadilha.
Tentei me levantar novamente para observar melhor o rosto de Guilherme mas estava cada vez mais difícil, minha nuca doía e minha cabeça pesava. Respirei fundo tentando manter a calma, ai caraca.
- Que... armadilha? - perguntei deitando de lado.
- Eu estava em forma de anjo Diana... - ele explicou - e quando fico em forma de anjo o poder de sedução que nos temos não tem limites, deixa qualquer garota... independente da idade completamente cheias de desejo e quando elas tentam .. bem... você ja sabe... o meu desejo de mata-las é maior. Quando estou em forma de anjo eu sou quem sou por dentro.. sou uma maquina feita pra matar.
Então as imagens dele em forma de anjo negro passara em minha mente, não estava com tanto desejo quanto antes, parecia que eu estava dopada ou sei la o que, mas deveria ser assim que ele matara a suas vitimas femininas, desviei meus olhos dos dele imaginando que tipo de coisas essas tais mulheres tentaram fazer com ele, meu coração doeu.
- Então... - falei piscando várias vezes tentando controlar meus ciumes - vai me dizer o que é essa guerra?
Ficamos em silencio por longos e interminaveis segundos.
- To vendo que você não vai me falar... - falei levantando-me com o maximo de força que eu depositara em meu corpo. - Então terei que falar com meus informantes.
Dei as costas para ele e andei com muita dificuldade até uma arvore mais proxima mas Guilherme fora mas rápido, quando dei por mim ele estava ao meu lado sem eu se quer sair do lugar direito, ele estava sério e eu sabia mas que ninguem que ele estava com ciumes desses tais informantes.
- Ta eu falo... - ele fez uma careta de desaprovação - Mas fiquei deitada por favor, não quero que aconteça nada com essa cabecinha linda.
Nois dois rimos e fomos para os nossos devidos lugares.
Ele ficou ao meu lado novamente e eu me pus a deitar aonde eu estava antes que eu pudesse acordar daquela  escuridão.
- Está guerra não foi exatamente ... - ele pos as mãos em seu rosto - causada por nois dois.
- Como assim? - perguntei confusa
- Essa guerra iria começar de qualquer jeito... - ele falou trocando olhares preocupantes comigo.- Nois dois só demos uma empurrada para que começasse mais 'cedo'.
Fiquei pensando naquelas palavras mas ainda não entendera o motivo dessa guerra, e quem tava lutando contra quem.
- Me explica uma coisa... - falei ficando sentada. - Que tipo de guerra é essa?
Ele respirou fundo e fechou os olhos, parecia que devia ser dificil de se dizer mas eu nao podia deixar pra la... eu queria saber mas que qualquer coisa.
- Bem não é exatamente uma guerra. - ele falou pensativo - para os humanos podemos dizer que sim, mas é apenas o começo de uma nova era como diz meu pai.
- Nova era?
- É... - ele falou - Quer dizer a exterminação completa dos seres humano desse planeta, só os fortes e os de alma ruim sobreviveram.
Engoli em seco.
- Mas esse não é o maior dos problemas. - ele falou novamente mais pensativo e mais preocupado do que o costume.
- Se esse não é o maior... - falei histerica - ENTÃO QUAL É ?
- Eu não farei parte dessa exterminação. - ele falou cauteloso. - Quem vai fazer isso vai ser meu pai. Ao vivo e a cores.

54

Paramos em um canto bem menos populoso e um pouco mais escuro para que Guilherme pudesse abrir suas asas que eram mais negras que seus olhos, aquilo era tão incrível... tão... tão hipnotizante.
Então a blusa de Guilherme ficou em pedaços deixando sua barriga sensualmente definida a amostra, eu percebi que quando ele estava com as asas para fora seu corpo ficava mais moreno, seus olhos mais negros e mais perversos... ele estava completamente sexy, ele me lembrava aqueles jovens atores pornos.
Senti a onda de calor passar pelo corpo novamente, mas estava tão forte que tive que chegar para trás e me lembrar de respirar, mas aquela onda de calor não era aquelas inofensivas que eu sempre sentira e sim pura onda de desejo por imaginar aquele corpo dentro do meu.
Meu coração acelerou.
- Calma. - ele sussurou tão perto de mim que senti a sua fragrancia . - Isso é normal, reaja... não olhe.
Eu não entendia muito bem o que ele tava falando pelo simples fato que a onda de puro desejo ter dominado qualquer ideia racional que ainda passara por minha mente.
Envolvi meus braços em torno de seu pescoço e ergui meu rosto em sua direção mordendo o canto de meus lábios, Guilherme tentara se afastar de mim mas qualquer movimento que me fizesse desgrudar dele poderia causar algum dano em meu corpo, eu escolhi bem minha posição.
Sem ele poder fazer nada, dei um salto rápido envolvendo sua cintura com minhas pernas... eu olhava com desejo, com prazer doida para que ele pudesse tirar todas aquelas peças de roupas desnecessarias.
Mas ele foi rápido, retirou me de sua cintura e me pos no sentada no chão mas isso não foi o bastante para que o desejo passasse, alias ele tinha aumentado e meu corpo pedia pelo dele, implorava... e infelizmente antes que eu pudesse fazer algo novamente ele sei la o que fez e ficou atras de mim, falou algo em meu ouvido e tudo ficou preto.
O desejo passou.

53

Voamos pelo meu bairro inteiro e minutos depois pousamos em um beco onde não iríamos chamar atenção, enquanto eu ajeitava minha roupa e minha bolsa em meu ombro o som das asas de Guilherme ficara mais baixa e por fim quando me virei elas não estavam mais la.
Senti uma leve brisa passar por mim fazendo os fios do meu cabelo irem de um lado para o outro, tentei ajeita-los mas a brisa insistia em deixa-las assim.
Charme.
Guilherme se aproximou de mim e sorriu, senti uma onda de calor na qual eu não sentira a muito tempo passar pelo meu corpo e aquecer meu coração me deixando mas confortável quando ele passou seu braço por trás de mim e segurou em minha cintura me conduzindo até o pequeno movimento de pessoas.
Até agora nada estranho ainda bem porque não queria que nada estragasse meu momento com o Gui.
- Posso te fazer uma pergunta? - olhei para seu rosto um pouco apreensiva ele se virou na minha direção e esperou. - Que história é essa que está rolando uma guerra por nossa causa?
Ele parou de repente, seu rosto ficou branco ou até mesmo ficara pálido.
Meu coração se apertou.
Então era verdade, tudo que Derick dissera para mim ontem a noite.. mas por que Guilherme não me falara? o que ele tava tentando me esconder?
- O que foi? - perguntei parando na sua frente - Guilherme o que você ta me escondendo?
Seus grandes olhos estavam fixos em algo que nem eu mesma pudera ver e alias estavam mais escuros, como se o seu alarme de perigo estivesse sido tocado.
Eu olhei para trás mas não havia nada só pessoas normais seguindo sua rotina de sempre, voltei a olhar para Guilherme novamente sua cor estava voltando lentamente.
Eles piscou algumas vezes e voltou a me olhar muito estranho o que fez meu coração se apertar violentamente.
- Quem te disse isso? - perguntou franzindo o nariz, sua mão estava fechada em punho. Tremi.
- Perguntei primeiro. - cruzei os braços e fiquei a fita-lo, seu rosto se endureceu mas logo relaxou. - Vai me responder?
- Isso não é importante. - retrucou aproximando meu rosto do dele, suas palavras sairam como sussuro.
Como aquilo não importava? era por nossa causa  que começara essa tal guerra...
- É mais importante quanto pensa. - eu falei me afastando dele, ele tentou se aproximar mas o impedi colocando minha mão em sua barriga. Ele permaneceu ali, imovel... hesitante, talvez esperando que eu esqueçesse sobre aquele assunto, mas esse era um dos assuntos que não iria sair da minha cabeça... não ate ser resolvida por nois dois.
- Por que quer tanto saber sobre isso? - ele perguntou, seu rosto estava tomado pela dor. Eu toquei em seu rosto como se quissesse consola-lo.
- Porque isso está me envolvendo tambem... - eu falei cautelosamente para que ninguem ouvisse - eu tenho direito de saber Gui, e quero saber por você e não por outros.
Ele ergueu um pouco seu rosto me olhando desconfiado.
- Que outros? - perguntou, eu senti uma pontada de ciumes na pergunta.
- Se você me falar... - eu o ameaçei - eu irei te falar quem foi ontem la em casa.
Seus olhos se arregalaram um pouco, eu sabia que eu era muito facil de se interpretar mas sobre a visita de Derick ontem eu mantinha bem guardado no fundo da minha mente.
- Você não precisa ficar com cíumes... - eu falei - Não rolou nada, alias... eu amo você.
Ele riu sarcasticamente e isso me deixou um pouco irritada.
- HAHA não estou com ciumes. - ele resmungou e logo bufou - Não tenho motivos para ter ciumes de você.
Então foi minha vez de rir.
- A conta outra Guilherme... - eu ri novamente - Você tem que ver sua cara, ta morrendo de ciumes!!
Ele riu junto comigo e me puxou para perto dele, fazendo com que nossos corpos se colassem.
- Ta bom... - admitiu com aquele sorriso lindo - Estou com cíumes, mas é porque tenho medo de perde-la e tenho que admitir que a concorrência ta ficando forte.
- Não vejo que concorrência você ta falando. - falei fazendo biquinho
Ele riu e abaixou seu rosto olhando para nossas mãos que estavam entrelaçadas uma na outra.
- Venha... - ele se desgrudou de mim e começou a me conduzir para algum lugar - Preciso te mostrar uma coisa...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

52

Estava esperando uns 15 minutos pelo ónibus que não aparecera, o que era incomum, sempre esse horário qualquer um dos ónibus que eu pegara estaria passando mesmo cheio.
Peguei meu celular que estava no bolso da minha calça e dei uma olhada 7:20, estava quase na hora de bater o primeiro sinal, eu não estava com tanta pressa assim mas eu não gostava de chegar atrasada, dei uma olhada para a rua.
Deserta. Sem movimento. Nada.
Eu estava ficando meio que desesperada pois se algo acontecesse comigo ninguém taria ali para me ajudar, tremi dos pés a cabeça esperando pelo pior e pelo melhor também é claro, imagina... não quero que nada de mal aconteça comigo.
Abracei -me e encolhi no banco que havia ali no ponto, eu estava com muito medo óbvio... minha rua sempre fora movimentada e agora parecia mais cidade assombrada que nem aqueles filmes de faroeste. Tentei não me esquecer de respirar ao escutar o som dos pneus do ónibus se aproximando, meu coração se acelerou e por fim eu sorri grata por algum ter aparecido.
Mas eu estava completamente enganada.... aquele ónibus não iria parar... ele estava em alta velocidade e sem motorista o que me assustou mais.. mas o pior não foi isso, o pior era que ele vinha em alta velocidade na minha direção.
Eu não sabia o que fazer, ocorreu tudo rápido demais a única coisa que eu me lembrara foi do ónibus tão perto de mim e que antes que ele se colidisse comigo fui brutalmente puxada para cima.
Vi aquela imagem do ónibus descontrolado batendo no ponto e fazendo aquele barulho estrondoso o que fez meu corpo tremer, mas o estranho foi que eu estava vendo o ónibus por cima... segurei firmemente minha bolsa e olhei para o rosto do meu salvador.
Meu coração pulou e automaticamente sorri.
- Tudo bem? - Guilherme perguntou preocupado, eu balancei a cabeça abobada... meu coração tava a mil mas havia algo diferenciando ele das outras  vezes que eu vira.
Primeiro estávamos voando e ao olhar para frente eu vira um grande par de asas negras porém muito hipnotizantes surgindo das costas de Guilherme, eu abri um pouco meus lábios pronta para comentar sobre isso mas as palavras não queriam sair da minha garganta.
Segundo ele estava sem camisa porém sua pele estava mais morena do que antes, duvido que teve tempo de ir pra praia pegar um bronze.
Terceiro seus cabelos estavam um pouco menores e seus olhos estavam muito mais escuros e perversos, me fazendo ficar um pouco com medo.
Quarto e ultimo... ele estava diferente mas mesmo assim eu sentia no modo que ele me abraçava e me segurava para eu não cair. Ele me amava... mas do que nunca.
- Onde esteve? - perguntei enquanto eu via que nos afastávamos do local e subíamos um pouco em direção ao céu.
- Meu pai anda meio desconfiado com sua morte. - ele fez uma careta - Ando criando falsas provas que você está morta, só pra mante-lo ocupado para que não venha te fazer uma visita.
- Quanto tempo mais você vai ficar fazendo isso? - perguntei admirando o modo de como suas asas batiam.
- Hoje poderei ficar com você, meu pai acha que eu vou visitar as gêmeas do inferno. - ele riu e balançou a cabeça ao ver a minha reação - Ele acha que elas são ótimas candidatas para eu me envolver, mas nunca me dei bem com elas... são tao frescas como água, nojentas como uma lesma e lerdas como uma tartaruga.
Eu desviei meus olhos dos dele e fiquei imaginando como seriam... sera que eram bonitas? sera que eram magras?! será que eram tão perversas quanto o pai de Guilherme?!
Fiquei meio depressiva porque o pai de Guilherme nunca iria nos deixar namorar, nunca!
E se ele imaginasse que eu estaria viva ele mesmo viria me mataria ao vivo e a cores.
Tremi com essa possibilidade.

51

Acordei muitíssima animada pra ir pra escola, ainda mais que minha melhor e única amiga fugira do país. 
Continuei na mesma posição ali no sofá cada vez menos indisposta para levantar, me arrumar e ir pra escola. 
Saco.
Ta, eu podia contratar um professor particular como os jovens famosos faziam... mas minha mãe não tinha tanto dinheiro para pagar um pra mim, fechei os olhos e respirei fundo procurando forças para me levantar. 
- Que saco! - falei dando um pulo do sofá e arrastando lentamente meus pés ate chegar no meu quarto, peguei uma toalha qualquer e entrei no banheiro. 
Tomei um delicioso e demorado banho quente.
Se pudesse eu ficaria dentro daquele boxe pro resto do dia, pensando na vida enquanto aquela agua caia sob minha cabeça e escorria pelas partes do meu corpo.Fechei os olhos e levantei meu rosto sentindo aquela agua quente passar pelo mesmo, deixando que minha mente fosse domada por aquelas palavras de Guilherme... sua ultima expressão... seu ultimo sorriso, nosso ultimo beijo, senti um aperto do coração e depois de minutos eu saí indo pro meu quarto enrolada na toalha e pondo o uniforme. 
Estava tão indisposta hoje... sem Ster lá comigo eu iria me sentir como se tivesse acabado de me mudar pra aquela escola.. sem amigos, sem grupo no qual eu pudesse me encaixar. Sem nada. 
Gemi. 
Peguei minha bolsa e pus no meu ombro, saí do quarto indo em direção a cozinha, tomei café e logo fui em direção a porta de casa. 
"Deus, me dê paciencia e força de vontade... estou tão desanimada e preciso tanto de alguem ao meu lado nesse momento. Por favor, me ajude." implorei por pensamentos e fui para o ponto. 

sábado, 9 de julho de 2011

50

- Isso não te interessa. - retruquei enrugando minha testa - O que você faz aqui?
- Se não me interessa-se eu não teria falado. - ele cruzou os braços e se jogou no sofá como se ele morasse ali, olhei rapidamente para a porta do quarto de minha mãe e depois voltei a olha-lo. - Na verdade... vim verificar se você ainda estava viva.
Bufei encostando na parede e desviando meu olhar dele para o chão.
- Agora que  você já teve a prova que eu estou... - falei indicando a porta com minha mão. - Pode ir.
Ele riu e continuou ali, sentado... no meu sofá... me olhando como se estivesse a ponto de aprontar alguma.
- Alias, cade sua namorada? - perguntei fazendo um sinal de aspas com meus dedos quando falei a palavra 'namorada', seu sorriso sumiu.
- Por que está se importando com a Lucky? - ele perguntou desafiador, desde quando Derick era daquele jeito?!
- Não posso perguntar? - falei mordendo meus lábios.
- Ah, claro que pode... - ele sorriu - Mas invés de perguntar sobre algo que eu sei que você não se importa, por que não pergunta como anda a guerra?
Ele levantou uma de suas sobrancelhas, minha expressão mudou..
"Guerra? que guerra era essa?", minhas pernas começaram a tremer e meu coração começava a bater tão rápido que pensei que iria ter um ataque cardíaco.
- Não sei do que você ta falando... - falei abaixando meu rosto, tentando não me deixar intimidar por ele.
- A guerra... - ele finalmente levantou-se do meu sofá e foi na minha direção, parando centímetros afastado de mim. - Na qual você e o seu queridinho Guilherme borboleta causaram.
Levantei meu rosto, quem era ele para ficar falando mal de Guilherme?! e alias, Guilherme não me falara nada sobre isso... se houvesse mesmo uma guerra ele me falaria... não falaria?!
- Olha aqui. - aumentei meu tom de voz e pus meu dedo no meio de seu peitoral (que surpreendente mente estava maior) - Ninguém fala mal dele na minha cara, e não vai ser um fantasma que ta tentando dar um de camarada que vai ter suas exceções, beleza?!
- Calma ae, oh mulher maravilha. - ele riu estendendo os braços como estivesse se rendendo - Não quero te aborrecer, eu só queria que você soubesse do que a 'paixonite' de uma humana pelo anjo das trevas ta causando no mundo.
Tentei não demonstrar nenhuma surpresa ao chamar Guilherme de anjo das trevas, porque ele realmente era... mas o que fiquei mesmo surpresa era por ele saber disso.
E pensei no pai de Guilherme... ele já deveria saber que eu tava viva e por isso declarara guerra?!
- Como sabe sobre Guilherme? - perguntei o desafiando pelo olhar, quem tivera contado isso para Derick já deveria tar morto... eu acreditava, e futuramente Derick também.
Tremi com essa possibilidade, eu não podia gostar tanto de Derick quanto dias atrás... mas isso não queria dizer que eu o queria morto.
DE JEITO NENHUM!
- Ué?! ele não te contou?! - e então Derick riu como se eu tivesse contado alguma piada - Ele tava mesmo querendo me tirar da jogada, hum.
Guilherme?! me contar o que mais?! e ainda sobre Derick que mal conhecera ele direito, quer dizer... os dois se odiavam por nenhum razão eu creio.
- O que Guilherme teria para me contar sobre você Derick? - perguntei
- Se ele não te contou, não vai ser eu que vou falar. - ele respondeu se afastando de mim - Quero que você descubra sozinha. É o meu direito.
Bufei, mas antes que eu pudesse falar algo sobre os meus direitos Derick sumira... tipo assim do nada e além do mais a porta estava metros atrás de mim.
Olhei para o teto e nenhum sinal de que ele voara... será que ele tava invisível? ou se tele-transportou?
Que idiotice... eu tava mais perdida que cego em tiroteio, mas eu ia descobrir.. mesmo que eu tenha que descobrir sem ajuda dos dois.
Alias, cade Guilherme? Será que essa tal guerra que Derick falara era verdade?! Será que Guilherme tava correndo risco?
Voltei a sentar no sofá e observei meu pacote de trakinas intocavel e meu refrigerante aberto.
Eu passei a noite toda assim...
               Comendo trakinas, bebendo coca cola e pensando onde Guilherme estaria.

49

Acordei no meio da noite depois de um sonho bem estranho.
Queria esquece-lo pois nele envolvia Derick e tudo que vinha de Derick só me fazia mal, mas mesmo assim.. ele estava diferente no sonho, estava mais bonito e menos feliz, parecia preocupado... preocupado comigo, preocupado com meu futuro, como se ele já soubesse o que eu estava passando. Respirei fundo tirando a minha franja que estava na minha cara, levantei da cama e fui em direção a cozinha. 
Estava tudo escuro, parecia que eu estava presa num filme de terror.
Liguei todas as luzes do corredor e entrei na cozinha lentamente, eu ainda estava com sono e o sono me deixava mais lerda do que eu ja tava,catei um trakinas de morango, peguei uma latinha de refrigerante e fui para sala. 
Já eram quase 20hrs, como eu dormira por tanto tempo? e como Guilherme ainda não viera me ver? ou fazer algum sinal pra me mostrar que estava tudo bem? 
Ele era um anjo, ele sabia ler meus pensamentos... ele sabia que eu tava preocupada e então pra que esse suspense todo? 
Sentei no sofá e liguei a tv pondo no canal de desenhos, ta podia ser muito infantil para uma garota daquela idade vendo desenho animado.. mas fazer o que?! eu gostava, era algo que pelo menos podia me distrair naquele momento e sei que não sou a unica adolescente que fica vendo desenho por aí. 
Ster!
Caraca eu me esquecera completamente dela, ela não me ligara para falar do tal encontro que ela arranjara... meu coração se apertou, não sabia bem pelo motivo, mas não tinha uma sensação boa em relação a minha amiga. Será que aconteceu alguma coisa? 
Fui até o telefone e disquei o numero do seu celular.
Ocupado.
Disquei para a casa dela.
Ocupado tambem.
Tentei novamente ligar para seu celular, mas dava ocupado e as vezes caía na caixa postal. 
Tremi ao pensar na possibilidade dela estar morta. 
Claro que não estava, Guilherme sabia que ela era importante para mim e não iria fazer mal a ela... eu achava, porque eu não sabia quantas vezes ele iria se arriscar para me proteger. 
Coloquei o telefone no gancho e fiquei esperando, não sabia pelo que... mas eu estava esperando. Eu ainda tinha esperança que ela pelo menos me mandasse qualquer mensagem mas que estava morrendo de acordo com o tempo que passava cada vez mais rápido. 
Minutos depois peguei o telefone novamente e disquei seu número. 
Caixa postal.
- Esqueça. - falou uma voz masculina, porém muito sexy atrás de mim. - Ela não vai atender. 
Meu corpo congelou. 
Não quis me virar, tinha medo de quem era. 
O pânico começou a fazer com que meu corpo tremesse todo, minha mente girava e meus olhos piscavam várias vezes tentando conter as lágrimas. 
- Mi dispiace disturbarti, Miss. - eu não entendera nada que ele falara mas eu sabia que era Italiano pelo sotaque. - Já estou indo, só vim avisa-la que.. sua amiga Ster saíra do país.
Me virei rapidamente e segurei em seu braço, meus olhos foram rapidamente na direção do seu rosto e o choque atravessara meus olhos. 
O garoto era idêntico com Derick dos meus sonhos, eu fiquei paralisada ali... enquanto meus olhos admiravam aquela beleza inconfundível. 
Ele estava mais bonito do que eu podia imaginar, meu coração se acelerou. 
- Derick? - minha voz falhou, eu não queria saber da resposta porém eu já sabia qual era...
- Eu. - ele falou erguendo seu rosto, era impressão minha ou ele estava mais branco? 
- Como? o que? - levei minha mão no rosto afastando os cabelos do mesmo, cruzei os braços ainda incrédula.. o que ele tava fazendo aqui? - O que faz aqui? e desde quando você fala italiano?
- Eu aprendi. - ele falou - A séculos antes de você mesma nascer. 
Balancei a cabeça, querendo que aquilo tudo acabasse... que isso fosse apenas mais um sonho que eu tivera. 
Ai meu Deus! 
O que eu fiz para merecer isso? 
- Você está louco. - eu falei dando as costas para ele, mas suas mãos foram em meus ombros e quando as tocou senti uma leve calma passar pelo meu corpo. 
- Louco era aquele seu "quase" namorado... - ele falou fixando seus olhos azuis nos meus. - ... que tentara te matar. 
Eu me encolhi. 
O que ele queria? e o que ele sabia sobre aquele assunto que não interessava a ele? 
Engoli a raiva que descera com dificuldade pela garganta e voltei a olha-lo, com mais confiança... sem medo.


quinta-feira, 7 de julho de 2011

48

A dor tinha aliviado um pouco depois que Guilherme se foi.
Minha mente relembrava tudo que ele me falara, o que ele era.. quem era seu pai e ainda mais depois da grande revelação por ainda não ter me matado. 
Suspirei bem fundo escondendo meu rosto no travesseiro, fiquei assim por várias e tediantes horas, eu queria tanto que ele voltasse rápido para ficar comigo, para me contar mais sobre sua espécie, tipo que eu tava achando tudo aquilo fascinante demais e tinha que admitir que as vezes eu ficava com medo, não de Guilherme é claro, mas sim do seu pai.. o anjo da morte.
Pensei nos rostos daquelas pessoas que estavam sendo mortas, e nos outros rostos das pessoas que não morreriam por causa de sua alma ruim, me encolhi pensando quem seria elas... e ate quanto era o grau de maldade delas. Tremi. 
- Filha? - minha mãe abriu um pouco da porta do meu quarto e deu uma espiadinha em mim. - Tudo bem?
Eu sorri por minha mãe estar bem, Guilherme não teria coragem de machuca-la.. podia me machucar, mas nao machucaria ela. 
- To otima mãe... - eu falei me movendo um pouco. - Por que demorou?
Ela entrou no meu quarto, e foi ai que percebi seus traços preocupantes.
- O transito tava péssimo. - ela suspirou - Mas eai... como foi ontem?
- É foi legal. - eu falei desanimada.
- E eles já foram para casa? - perguntou ela dando uma olhada pelos cantos do quarto.
- Já ne mãe, ta vendo mais alguém aqui comigo? - eu falei
- Ata, eu vou descansar, se estiver com fome é só esquentar seu prato ta bom?! - ela falou tentando sorrir, mas estava tensa demais... ela tava me escondendo algo.
- Ok. - e assim o nosso pequeno dialogo terminou, afundei novamente meu rosto no travesseiro imaginando como seria Guilherme com asas, mas não brancas, e sim negras como seus olhos. Então senti uma onda de calor passar pelo meu corpo, aquecendo tudo que vinha pela frente.. e isso me fez ficar mais relaxada, mas em paz com meu corpo.
Fechei os olhos e sorri, me lembrando do seu toque, do seu cheiro, do seu modo de falar, do seu sorriso, dos seus olho misteriosos , de seu corpo musculoso... wow!
Chega!
Tenho que pensar em outra antes que eu fique completamente louca.
Levantei da cama com uma baita preguiça e peguei meu celular, voltei a sentar na beirada da minha cama e pus a música : "What Hurts The Most" , a música mais perfeita para mim. 
Pus os fones no meu ouvido e começei a cantar : 
"What hurts the most, was being so close and having so much to say
and watching you walk away
and never knowing, what could have been and not seein that lovin you
is what i was tryin to do"




47

Ficamos ali por horas conversando sobre sua especie, é claro que do jeito que sou curiosa perguntei tudoooo! sem exceções e ele finalmente me respondeu com as mais sinceras palavras.
Seus olhos não estavam tão escuros quanto antes, seu rosto demonstrava seriedade.. tranquilidade, como se tivesse conversado sobre isso comigo milhões de vezes.
- Mais a uma coisa que eu ainda não te contei... - ele falou cruzando os braços e sorrindo travesso - Sobre os pais de Lucky.
Meu coração falhou, quando ele pronunciou o nome de Lucky automaticamente a imagem do rosto de Derick passou pela minha cabeça.
- O que? - perguntei desinteressada, não o olhei.
- Eu... matei os pais dela. - ele falou, eu percebi que em seu tom de voz... tinha mesmo que fosse um pingo...arrependimento.
- Você matou os pais dela? - fiquei surpresa por eu não ter me exaltado, porque foi a culpa de Guilherme por eu ter me afastado de Derick... mas eu não estava nem ai para Derick, então para mim tanto faz quem tinha matado os pais de Lucky.
- Eles... eram bons? - perguntei meio sem graça, nunca tinha visto ou conhecido os pais de Lucky, mas para mim a imagem da filha eram a imagem dos pais.
- Não tanto. - ele respondeu meio pensativo. - Mas eles sabiam de nossa existencia e estavam planejando algo grandioso para nos exterminar.
Eu balançei a cabeça um pouco incredula, voltei a olhar para Guilherme e em seus olhos haviam aquele brilho demoniaco que eu vira quando ele tentara me matar.
- Foi muito prazeroso te-los matado. - ele riu e lambeu os seus labios, me dando um pouco de medo. - Meu pai ficou com tanto orgulho de mim, que me deixou ficar por aqui mais uns meses.
O que?? como assim "meu pai ficou com tanto orgulho de mim, que me deixou ficar por aqui mais uns meses?" fiquei irritada mesmo, nunca passara na minha cabeça que Guilherme tinha um certo limite para ficar nos lugares.
- Você vai embora? - perguntei irritada, nervosa e raivosa... tudo com 'osa' - você vai me deixar?
- Não por enquanto. - ele respondeu desanimado e preocupado - Eu nunca senti medo em toda minha existência, nunca recuei uma só vez quando o destino me dava uma oportunidade mas agora...
Ele respirou fundo e fechou os olhos, parecia que ele queria chorar... meu coração se apertou
- Eu to com medo de quando eu partir e acabar deixando você sem proteção, to com medo de quando meu pai descobrir que você ta viva. - ele falou cada vez mais preocupado - Não to com medo do que ele irá fazer comigo, mas sim com você... Diana... ninguem nunca vai sentir isso que to sentindo.
- Calma Gui. - eu falei me levantando de onde estava e o abraçando mesmo com aquela dor insuportavel no corpo. - Eu não vou deixar ele me machucar, e nem te machucar.
Ele tentou falar alguma coisa, mas antes que as palavras fossem pronunciadas.. a expressão de seu rosto mudou.
- Eu tenho que ir. - ele falou me fazendo se afastar dele. - Meu pai... precisa de mim.
Fiquei em pânico, não sabia o que fazer nem o que falar... as palavras estavam emboladas em minha garganta.
- Será que ele sabe? - perguntei sentindo os pelos dos meus braços se arrepiarem.
- Ainda não... - ele falou fixando seu olhar em um lugar muito distante de onde estavamos. - Ele só quer que eu mate alguém.
Meu coração se acelerou quando ele me lançou aquele olhar feroz na minha direção e sorrio, ele se aproximou de mim, e rapidamente colou meus lábios nos deles me fazendo sentir calma. Eu sorri abobada e então ele se foi.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

46

Abri lentamente meus olhos, a visão tava meio embassada mas mesmo assim consegui distinguir o rosto de Guilherme, a luz do teto deixava seu rosto um pouco iluminado.
- Como você ta? - ele perguntou, senti uma pontada de preocupação no seu tom de voz.
- O que você acha? - falei desafiadoramente, eu não conseguia mexer muito bem meu corpo.. estava pesado demais.
- Não quero brigar com você. - ele falou severo sentando ao meu lado.
- Não quer? então quer por favor me explicar... - tossi - Por que queria me matar?
Ele ficou em silencio por um bom tempo, parecia que estava procurando as palavras exatas e com muito cuidado como iria dize-las.
- É complicado. - ele falou fixando seus olhos negros nos meus, eu não tinha mais medo dele, ele realmente tinha me surpreendido.. mas era minha vez de surpreende-lo.
- Sou capaz de entender. - falei tentando fazer esforço para eu me sentar, mas não consegui.. a mão de Guilherme me obrigara a me deixar deitada. Gemi.
- Estou me referindo... - ele hesitou por uns instantes - a sua éspecie.
Hã? cuma?
Eu realmente começei a me sentir algum tipo de animal, nao entendi muito bem o que ele queria se referir com  a 'minha especie'.. sera que minha familia e eu tinhamos algum tipo de problema?
- O que voce quer dizer com isso? - perguntei atordoada - Voce ta chamando minha familia e eu de doentes?
Ele riu, mas não por achar graça no que eu falara... mas de nervoso.
- Não... - ele falou acariciando meu rosto, ele sabia como me deixar calma mesmo depois do que tinha acontecido. - Estou falando da especie humana... vocês nao iriam entender, acreditar se eu falasse.
Enrruguei minha testa.
- Você é algum tipo de mutante? - perguntei cruzando meus braços com dificuldade, Guilherme riu novamente olhando para janela a fora.
- Não, mas é algo dificil de se explicar. - ele falou ficando sério - você não iria acreditar em mim se eu dissesse.
- Creio que nessa altura do campeonato sou capaz de até acreditar que papai noel me visita todas as noites. - falei sarcasticamente, ele me olhou mordendo seus labios .
- Eu sou um anjo... - ele falou levantando-se de minha cama e andando pelo meu quarto, de um lado pro outro - Não sou um tipo qualquer de anjo... minha especia é rara, quase não se tem por aí.
Meu coração se acelerou... "um anjo? mas anjos não são bons?" pensei e voltei a olha-lo.
- Nem sempre. - ele respondeu meus pensamentos - Meu pai é o anjo das trevas, é o anjo da morte... podemos dizer que ele é demonio, mas então... ele sempre falara que temos que matar as pessoas que praticam o bem porque no futuro poderiam acabar com a nossa especie mesmo que eles sejam os mais fracos...
Deixei ele continuar, eu tentara mil vezes imaginar como seria a familia de Guilherme... mas agora seria um pouco mais dificil pois eu não sabia como deveria ser a forma de um demonio ou de um anjo demoniaco.
- Sou imortal... - ele falou pondo seus braços para trás. - Eu vivo para matar, sou uma maquina de assassinatos.. matar me faz bem... quero dizer, pode ser horrivel para você estar ouvindo esse tipo de coisa,  mas matar faz com que nossa especie evolua mais.
Eu tentei raciocinar com uma coisa dessas, como isso?! era realmente horrivel demais.
Então imaginei quantas vitimas estavam mortas por causa do pai de Guilherme e quantas mais poderiam morrer.
- Por que isso? - perguntei com a minha voz tristonha. - Vocês vao aniquilar toda a especie humana?
- Não exatamente. - ele respondeu voltando a se virar na minha direção. - Meu pai só quer as pessoas com a  alma pura mortas... e as pessoas com a alma ruim, demoniacas vivas, mas ele ainda nao me disse o por que.
- Quer dizer... - eu parei para rapidamente tentar raciocinar com aquelas palavras. - você é escravo do seu proprio pai?!
- Não... - ele falou rindo - Temos direito de escolha.. ou serviamos os desejos de meu pai ou nos tornariamos humanos e na primeira oportunidade iriamos ser assassinados brutamente.
Meu coração vacilou, eu nao queria imaginar Guilherme morto... ainda mais que eu nao sabia o metodo de como eles matavam.
- Então voce escolheu ser uma maquina de matar por livre e espontanea pressao? - perguntei cada vez mais curiosa, aquilo estava me deixando anciosa.
- Não. - ele respondeu com o olhar severo - Eu escolhi ser isso porque eu sabia que eu era assim, meu destino sempre foi esse e eu não poderia fugir do meu proprio destino.
Abri minha boca um pouco e fiquei pensando, ou tentando pensar um pouco sobre aquilo... mas ainda ele não tirara minha duvida.. por que ele nao me matara?
- Por que voce nao me matou? - perguntei depois de um certo tempo, engoli em seco esperando anciosamente pela resposta.
Ele não respondeu nos primeiros segundos, mas logo ele voltou a sorrir carinhosamente para mim.
- Eu queria matar você, era minha obrigação. - ele falou cada vez mais sombrio - Eu tive que inventar aquele sonho que você teve para enganar meu pai, mas daqui a um certo tempo ele vai descobrir que você ta viva e não sei o que vai acontecer...
- Então por que nao me matou? meu Deus Guilherme... - eu gritei indignada, ele estava com pena de mim? - Não quero que seu pai faça alguma coisa com você, só porque voce ta com pena de me matar!
- Hã? - ele me olhou confuso e logo riu. - Eu? com pena? de você?
E riu novamente.
- Deveria ter não é?! - gaguejei - Já que voce não me matou ainda...
Ele parou de rir e foi até mim, ajoelhou-se e pegou nas minhas mãos.
- Eu não te matei por ter pena de você. - ele falou sorrindo, meu coração se acelerou.
- Então por que? - perguntei
Ele fechou os olhos e tentou sei la o que ele tava fazendo, parecia estar tentando achar as palavras certas, para falar.
- É bem dificil...- ele falou - para o caçador matar a sua caça quando se está apaixonado por ela.

45

Não sabia mais o que fazer, eu estava perdida nas minhas lagrimas.. nas minhas lembranças.
O que se passava na cabeça de um garoto para iludir uma garota, por tantos dias?! Ainda bem que isso não foi tão longe  poderia ter sido mais doloroso do que estava sendo, encolhi-me na cama forçando meus olhos a se fecharem e obrigar a minha mente tirar a imagem de Guilherme dali... tirar a sensação de suas mãos na minha gargante, tirar a sensação dos labios deles nos meus.. tirar tudo! Mas isso seria a parte mais dificil e mais dolorosa.. o pior nem era esquecer, mas sim a decepção depois de tudo que vivemos por esses dias.
- Meu Deus... - gemi virando minha barriga para cima, as lagrimas estavam cada vez mais descontroladas - O que eu fiz para merecer isso?

Eu tremi na cama e logo peguei o cobertor cobrindo o meu corpo, eu queria gritar.. eu queria fazer algo que aliviasse minha dor, algo que desviasse esse tipo de dor para outra.. uma física.
Por um momento eu me lembrei daquelas pessoas que faziam para aliviar a dor.. elas se cortavam.
Eu senti medo, mas o medo já estava fora de cogitação depois daquela tarde com Guilherme. Tirei o cobertor de cima de mim e levantei da cama sabendo o que eu iria fazer, prendi meu cabelo e fui em direção a cozinha com minhas pernas tremulas, parei na porta meio hesitante e fiquei analisando... lembrando como fora a manhã de hoje.. como tinha sido... tão... tão boa!
Entrei indo em direção a gaveta onde estava todos os talheres.
Olhei em volta para me certificar que não havia ninguem ali, olhei pelos cantos da janela... olhei ao redor da cozinha... e realmente não tinha ninguem ali, por fim eu peguei a faca mais afiada que tinha e fiquei a girando em meus dedos pensando em qual lugar do meu corpo eu iria fazer o corte.. o pulso era o mais comum, e acho que serveria para mim, pus meu pulso sob a bancada da cozinha e lentamente fui direcionando a faca na direção da mesma mas algo me impedira... algo forte a segurava, eu tentei puxar a faca, mas minha mão escorregou na pequena parte que servia para segura-la e acabei cortando a palma da minha mão.
A primeira coisa que fiz foi soltar um gritinho e fazer com que a outra mão segurasse a palma da mão cortada tentando tampar o corte, mas o sangue escorria por todos os lados... tudo começava a girar mas antes que eu pudesse cair senti uma mão forte, familiar e quente segurar em meu braço e me fazer ficar em pé.
Virei meu rosto dando de cara com Guilherme, meus olhos... meu corpo.. tudo começou a arder de raiva, ate aquela dor na palma da mão era insignificante para o que eu estava sentindo ao ve-lo.
- VAI EMBORA! - gritei tentando me livrar de sua mão pesada e forte - Sai da minha vida, não quero te ver nunca mais!
Mas é claro que ele continuou parado ali, seus olhos não demonstravam mais o que horas atras demonstravam... ele parecia calmo, severo... e... arrependido (?)
Meu coração vacilou novamente, eu sabia que mesmo eu estivesse com raiva de Guilherme o meu coração iria perdoa-lo mesmo pela tentativa de assassinato.
- Não até você parar de querer se cortar! - ele falou tão calmo, tão passivo que parecia que ele ja tinha esquecido o que acontecera... o que ele queria fazer comigo.. por que ele estava tão preocupado comigo agora? ele ainda tentava me conquistar? se tentasse iria levar uns bofe na cara mesmo que nao adiantasse nada.
- Por que está tão preocupado comigo?! - eu gritei, sua mão ainda nao tinha me libertado - Ate parece que voce esqueceu que tentou me matar.
Sua expressão não mudou como se aquilo que eu tivesse falado fosse verdade, mas que isso tivesse acontecido a mil anos atras.
- Alias... - eu gritei novamente cada vez mais alterada, meu corpo tremia muito e meu coração tava acelerado. - POR QUE  voce não me matou? Por que não concluiu o que estava fazendo? Ficou com pena?
Parecia que ele não estava escutando, seus olhos se abaixaram em direção a minha mão cortada e a pegou com sua outra mão.
Ele me ignorou novamente.
- Me responda Guilherme! - falei novamente lamentando pelo o meu tom de voz, ele saira fraco.. quase como um sussuro..
Mas antes que ele pudesse responder, eu senti algo... dentro de mim, algo tão forte que me fizera recuar brutamente fazendo com que minhas costas batesse fortemente na parede. Eu arfei, gemi e pus minha mão no intervalo entre meus seios... tava doendo tanto, tanto.
Antes de tudo se apagar a ultima coisa que vi era a expressão de pânico de Guilherme ao ver o que tinha acontecido comigo, seu rosto estava pálido e logo tudo ficou escuro.

44

Estava tudo escuro.
Estava tudo acabado então? Guilherme realmente me matara? mas como eu pudesse estar morta se eu escutava os batimentos do meu coração? 
Foi então que meus olhos se abriram rapidamente e dei um pulo, meu rosto suava, minhas mãos tremiam de nervoso e minha cabeça estava a mil. Engoli em seco.
Levantei do sofá e caminhei pela casa toda.
Será que teria sido outro sonho? mas como poderia ser sonho se era tão real? tão... tão verdadeiro.
Por um momento eu estava com Guilherme na sala da minha casa, nos beijando até que quando dei por mim estavamos no mesmo lugar daquele meu pesadelo, o que aquilo significava?
E a proposito.. Guilherme não estava mais na minha casa...
Então perai..
Aquilo tudo realmente aconteceu.. Guilherme tentara me matar mesmo, e ele me levara para aquele lugar que realmente existia não só nos meus sonhos mas como na vida real... meu coração vacilou. Então... era mesmo verdade, mas eu não entendera ainda o por que eu ainda estava viva, quer dizer, Guilherme teve sua oportunidade para me matar mas... ele não matou.
Ta eu não iria me iludir que talvez ele realmente me amasse.. claro que não amava, eu ja deveria tar esperando por isso, ele não me amava e ele tinha deixado isso bem claro horas atras. Mas por que ele me iludira? me falara aquelas coisas tão bonitas, tão tocantes antes que isso acontecesse?
Levei minha mão no meu pescoço e a acariciei.
Encostei na porta do meu quarto, vendo o estado que eu tinha a utilizado pela ultima vez e então uma lagrima caira de meus olhos e logo viera mais, mais e mais.
Isso não era vida...
Era um inferno.

43

As mãos de Guilherme começaram a tentar tirar minha blusa, mas tentei impedi-lo com minhas mãos... eu não queria, e ele tinha que entender. Afastei nossos lábios e então ele parou, seus olhos negros ficaram esperando por uma explicação.
- Eu não quero. - eu falei recuperando o folêgo, voltei a olha-lo e ele ainda me fitava com aquela expressão vazia, como se aquilo que eu tinha falado não fosse o bastante para convence-lo - Não estou pronta, ok?!
Ele não se afastou, ao contrario, ele continuou ali imovel com seus braços fechando qualquer passagem que eu pudesse fugir, e então ele sorriu maliciosamente... não era um sorriso no qual eu vira depois de ter levado um fora. Ta aquilo não era um fora, mas eu não queria.. nao estava preparada e ele não me podia obrigar a fazer sexo...
Meu coração vacilou e minhas pernas tremeram.
Então minha consciencia foi engolida para dentro daquele pesadelo novamente...
     "Guilherme.. as sombras me sufocando... as palavras daquele homem"
Eu gritei... mas eu sentia que meus lábios não me obdeciam mais, meu corpo estava imovel  como se ele tivesse acabasse de levar um banho de cimento, minha mente girava... e eu não tava entendendo como eu pudera voltar naquilo.
Estava tudo tão real, tudo tão... tão.. não sei como explicar. Eu não queria acreditar, mas parecia que aquele sonho, não era exatamente um sonho.. e sim o futuro (?)
Guilherme estava a poucos centimetros de mim, sorrindo como estava sorrindo a poucos segundos atras, suas mãos tocaram meu rosto, parecia estar planejando alguma coisa ou analisando alguma coisa que eu ainda nao entendera.   Mas em seus olhos dava para perceber o que ele realmente queria...

 "ele quer me matar"  pensei comigo mesma, meus olhos se arregalaram enquanto eu percebia que suas mãos envolviam meu pescoço e começavam a apertar. Meu corpo e minha mente estavam em pânico porque tudo que eu tentaria fazer era inutil, ele era milhoes de vezes mais forte que eu e mesmo assim eu não conseguira mexer nenhuma parte de meu corpo.
Estiquei meu pescoço e abri meus lábios tentando pegar nem que se fosse um pouco de ar...
Eu estava morrendo, mas não era isso que me preocupava... eu nao estava ligando se eu estava morrendo ou não...
e sim porque era o Guilherme que estava me matando.
Tentei olhar novamente para seus olhos, mas me arrependi...
Dentro deles não haviam nada, só a escuridão... mas mesmo que estivesse escuro dava para ver que não havia nenhum pingo de sentimento neles.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

42

Ficamos minutos (que por sinal foram os mais maravilhosos) parados, encostados na porta de casa abraçados e nos beijando de segundos em segundos.
Ate que a porta atras de mim se abriu e como eu estava com meu corpo apoiado, por impulso meu corpo foi imediatamente para trás, meus braços se ergueram para frente tentando se agarrar em alguma coisa que me segurasse antes que eu pudesse cair, mas foram as mãos de Guilherme que conseguiram me por novamente em pé. Seus musculos se contrairam quando ele me puxara de volta para ele e vi em seus olhos o reflexo do rosto de Ster com cara assustada.
- Opa! - ela falou enquanto verificava se eu nao tinha me machucado. - Desculpa amiga, não sabia que voce tava aqui.
- Tudo bem. - eu falei rindo, dei uma olhada em sua roupa - Vai pra onde? Ta toda... arrumada!
Ela sorriu timidamente, abaixou e levantou rapidamente seu rosto e percebi que suas bochechas coraram.
- Ata... entendi. - eu ri e virei para olhar para Guilherme que parecia ter entendido tambem. - Como arranjou?
- História longa, bem... - ela falou ageitando a alça da bolsa no seu ombro. - Eu te falo depois... e juizo heim, voces dois!
Nois tres rimos.
 - Juizo é o que não me falta e voce sabe muito bem! - eu rebati fazendo uma careta para ela - Quem tem que tomar juizo aqui é você mocinha!
- A ta bom mamãe! - brincou Ster se despedindo e indo em direção ao ponto de onibus do outro lado da rua, eu fiquei a olhando para me certificar que ela chegaria segura e ao chegar voltei a prestar atenção no Guilherme.
Ele me olhara maliciosamente, eu sabia que ele estava pensando.. mesmo eu não ter o dom de ler mentes.
Estavamos sozinhos... em casa.
Suas mãos prenderam na minha cintura e me empurraram delicadamente para dentro de casa, eu o olhava.. eu o admirava... eu queria saber o que ele desejava naquele momento mesmo eu ja sabendo o que era, ele parou até minhas costas baterem na parede mas antes ele ja teria fechado a porta e desligado a luz de cima.
Então ele começou a me beijar novamente, não do jeito romantico e carinhoso como de antes... agora era de desejo, de puro prazer..

domingo, 3 de julho de 2011

41

Eu fiquei sem palavras.
Meu Deus... a única coisa que eu sabia era que meu coração estava mais que acelerado, que minhas pernas tremiam e que minhas bochechas estavam rosa choque. Eu não sabia o que falar, quero dizer... não com aquela intensidade.
- Guilherme... - falei abaixando meu rosto e sorrindo timidamente. - eu nao sei nem o que falar!
Sua mão quente e macia foi ate meu queixo e levantou meu rosto lentamente, seus olhos grudaram nos meus e por longos segundos permaneciamos naquela transe.
- Não quero que diga nada... - ele aproximou nosso rosto ate colar minha testa na dele - Só quero que sinta.
A ultima coisa que vi foi a dos labios de Guilherme cada vez mais proximos dos meus, então senti aqueles labios macios sendo pressionados com cuidado e com delicadeza sobre os meus, sua outra mão que nao segurava meu queixo agora deslizava pelas minhas costas e parava na minha cintura fazendo força para que meu corpo colasse com o dele.
Senti o nossos corações batendo na mesma velocidade, na mesma sintona... como se os dois fossem apenas um só.
Eu me encaixava tao bem nos braços de Guilherme que parecia que aquele abraço fora feito somente para mim, que ele fora feito só para mim.
Então me lembrei de suas palavras, tão lindas, tão perfeitas que era dificil acreditar que Guilherme realmente existia. Eu nunca tivera sorte em relaçao ao amor ao algo do gênero, os poucos namorados que eu tive terminaram comigo por motivos idiotas e obvios : "o problema não é com voce, é comigo" ou então "você merece alguem melhor Diana" ou ate mesmo "Eu to gostando de outra garota... então CAI FORA"
Aqueles labios... aquele toque... aquele cheiro...
Era realmente a pessoa mais perfeita que eu conhecera na minha vida todaaaaaa! Como eu tivera tanta sorte assim?

40

- Não vai falar? - perguntou Guilherme me tirando de meus desvaneios, olhei para ele um pouco angustiada.
O sonho que eu tivera era um assunto que eu não queria comentar, para ninguem. Não queria que ele soubesse de minhas conclusões desesperadas sobre os sonhos que eu tivera e se tornara real, e eu tinha medo de sua reação.. medo de que ele achasse que eu sentia medo dele, medo de que ele achasse que fosse apenas uma desculpa para eu me afastar dele.
Suspirei pesado, fechei meus olhos e contei até 3... fiquei repetindo isso várias vezes.
- Por que? - ele perguntou me olhando como se fosse cachorro abandonado, talvez... se eu fosse outra garota que não estivesse paranoica com esses sonhos, talvez eu falaria... talvez! Mas havia algo diferente em mim desde que eu conhecera Guilherme, não que eu estava culpando por aquilo tudo, mas desde que ele chegara..desde que eu pus os olhos nele, eu sabia que minha vida iria mudar, eu sabia que eu nao seria mais a mesma.
Talvez eu esteja mais do que paranoica, eu estava me iludindo com essas suposições de sonhos, intuições... etc, eu tava louca!
Balançei a cabeça tirando aquelas asneiras da minha mente.
- Me promete uma coisa? - perguntei parando em frente da porta de casa e me virando na direção de Guilherme, ele cruzou os braços, arqueou as sobrancelhas e ficou esperando. - me promete que nunca vai mentir para mim? promete que se não me quiser mais, me fala? na cara? sei la... escreve uma carta, qualquer coisa... só não me ilude, já basta a historia de Derick e...
O dedo de Guilherme tocara meus labios, fazendo que eu me calasse.. sem entender direito eu o olhei curiosa e sentindo um enorme buraco dentro de mim, por um momento achei que ele iria me deixar, ou sei la.. me machucar?!
- Eu nunca... - ele falou fixando seus olhos negros nos meus,seu tom de voz estava tão serio que senti meu coração se apertar - eu nunca seria capaz de fazer o que aquele babaca fez com que você, eu não me daria o luxo de ser igual a ele... eu nunca vou me cansar de você, só você pode me curar das mais piores doenças que possa existir, dos mais profundos machucados que eu posso ter. Só você é capaz de me machucar, só você Diana... pode acabar com minha existencia inutil. Eu não posso existir longe de você, nunca, jamais.

sábado, 2 de julho de 2011

39

- Vai me contar o que aconteceu? - perguntou Guilherme minutos depois de darmos uma volta no quarteirão e voltar para casa, seus grandes olhos tentavam tirar alguma coisa..alguma informação, pois ele percebera a minha reação quando ele comentava sobre o sonho que eu tivera.
Mordi meus lábios sentindo aquela pontada no coração novamente, eu queria conta-lo o que aconteceu, desabafar sobre os meus sonhos... falar minha opnião.
Mas algo em mim... me dizia, insistia para que eu não falasse sobre o assunto.
Sua testa enrugou na espera que eu respondesse sua pergunta mas sabia que estava obvio que eu não iria lhe dizer tão cedo.
Seguiamos nosso percuso até que nos esbarramos com Ster que nos olhara brava, com braços cruzados e vestida de pijama.
- Muito bonito ne?! - ela falou começando a bater um dos pés no chão, eu agradeci mentalmente por ela te aparecido. - Os pombinhos saiem sem me chamar... quanto consideração!
Nois dois rimos da careta que Ster fizera e então falei:
- Voce queria que eu te acordasse novamente? - perguntei a desafiando, sua expressão mudara rapidamente e então ela relaxou.
- Obvio...claro que não. - ela respondeu sem graça desviando seu olhar de mim para Guilherme que envolvia minha cintura com seus braços. Suas bochechas coraram. - Eu... não queria atrapalhar.. er
- Relaxa. - Guilherme falou tranquilamente enquanto me olhava e voltava a olhar para Ster. - Já estavamos voltando, quer pegar uma carona? E... por que voce saiu de pijama?
Sem entender, Ster abaixou seu rosto para ver o que ela estava vestida... devia ter saido tão apressada que nem percebeu que estava de pijama.
Ela soltou um berro e logo tampou sua boca com as maos, seus olhos estavam arregalados.. ela deu tchauzinho e correu de volta para casa.
Eu e Guilherme rimos novamente, voltando a caminhar.
- Mas então... - ele falou pondo seus labios contra os meus cabelos. - Vai me contar?
Eu sabia que ele iria voltar a persistir nesse assunto, por que ele não desistia?
 Bufei e falei:
- Você não desiste heim! - eu ri

38

Guilherme e eu estavamos caminhando, um longe do outro.
O sonho me deixara um pouco estranha, não sei como definir isso, mas algo em Guilherme estava me intrigando.. eu sabia mais que nunca que ele me escondia algo sobre seu íntimo e sabia mais ainda que ele não iria me contar.
Meu coração vacilou enquanto minha mente voltava aquele sonho maldito, o que aquilo significava? será que era um sinal para eu ficar afastada dele? será que Guilherme era algum tipo de ameaça?
Ah chega!
Cansei de ficar me deixando levar pelos meus sonhos, se era sonho ou não que se dane... o Guilherme nunca iria me machucar.
Ou iria?
Cruzei os braços e parei de andar, fiquei -o olhando de costas... seus musculos se contraindo ao parar, o seu rosto ao se virar, os seus olhos ao me admirar. O que havia de errado comigo? como eu poderia pensar que Guilherme poderia ser aquele tipo de Guilherme que eu vira em meus sonhos?
Eu não sabia o que aquilo significava, mas eu nao iria perder meu tempo tentando saber, andei em sua direção e sorri timidamente, seus grandes braços musculos se abriram dando espaço para eu me acomodar neles.
Ele me abraçou, me aconchegou em seus braços, me beijou e por fim fez carinho na minha nuca.
Me senti no paraíso, se aquilo mesmo que eu estava sentindo se chamava paraíso... acho que iria alem disso, eu estava em paz comigo mesma, em paz com Guilherme.
Eu não precisava de mais nada, eu não precisava de cama.. nao precisava de computador, internet... nada dessas coisas materiais.
O que eu precisava mesmo era do amor de Guilherme, eu precisava dele ao meu lado... eu o desejava tanto, eu o queria tanto que chegava a ser uma necessidade, como meu pulmão necessita de ar... como meu coração necessita de sangue...