Então me diga quando você ouvir meu coração parar,
você é o único que o conhece
Me diga quando você ouvir meu silêncio, há uma possibilidade de eu estar morta.
Tentei me levantar mas sua mão foi em minha barriga me impedindo de me levantar, ta tudo bem..não insisti e voltei-a me deitar lentamente e com muito cuidado pois meu corpo doía.
- Relaxa, você não está morta. - sua voz soara tão tranquilamente e tão docemente que não contive um sorriso. - Tudo bem, acho que deve ta se perguntando quem eu sou, certo?!
Balancei a cabeça forçando minha vista para ver se eu conseguia distinguir seus traços.
- Também. - falei - Não consigo ver seu rosto.
- Era de se esperar - ele falou um tanto severo - É o efeito colateral, daqui a alguns minutos isso passa.
Efeito colateral? de que? como assim? franzi a testa e perguntei:
- Efeito colateral? - retruquei - De que? como assim?
- Bem podemos dizer que aquele "fogo"... - ele falou respirando fundo - foi apenas uma ilusão.
O QUE? quer dizer.. aquilo foi tudo apenas uma ilusão? de quem? como? e como esse garoto sabia tanto disso?
- Do que você ta falando? - perguntei idgnada - Eu vi o fogo, eu senti o calor de suas chamas em minha pele.
Ele balançou a cabeça concordando.
- Eu sei eu sei. - ele falou tocando meu rosto com muito cuidado - Foi apenas uma parte do plano do meu irmão, o Guilherme.
Guilherme?! por que ele fizera isso?
- Guilherme?! - perguntei - ele que planejou tudo isso? por que?
Ele pareceu surpreso por minha pergunta mais logo respondeu com um sorriso no rosto.
- Nosso pai descobriu que você tava viva e bem... - ele suspirou - ele disse que se Guilherme não a matasse hoje, ele iria mesmo te matar na frente do mesmo.
Meu corpo se encolheu e meu coração falhou.
- Calma. - ele falou tentando me tranquilizar, mas já era tarde demais. - Ele conseguiu convence-lo.
Balancei a cabeça novamente deixando as lágrimas descerem de meus olhos e caminharem pelo meu rosto, como? como eu posso ser tão azarada a ponto de passar o meu azar para o Gui?!
- Diana? - falara novamente o garoto, minha visão estava voltando a ficar normal até que consegui ter uma visão ampla de seu rosto.
Era bonito quanto Guilherme só que mais musculoso e seus olhos eram tão pretos quando a própria escuridão, sua boca era um pouco carnuda porém bem tentadoras, a cor de sua pele era mais morena do que de Gui e suas asas eram tão imensas quanto as do pai.
- Eu não queria que ele corresse tal risco só por minha causa. - eu falei tentando disfarçar a minha admiração por sua beleza, ele sorriu e se aproximou.
- Ei relaxa gata. - ele falou tocando meu rosto com sua mão quente e pesada. - Ele te ama e não importa o quanto seja perigoso mentir para meu pai, ele só quer te proteger.
- Como sabe disso? - perguntei um tanto desconfiada mas nenhum segundo sequer sua confiança deixou-o.
- Acho que é um pouco difícil de explicar. - ele falou enrugando a testa. - Bem eu posso dizer que consigo sentir o que ele sente, não que eu esteja perdidamente apaixonado por você... mais que sei o que ele sente, isso é um dom que meu pai dera para meus irmãos e a mim, é complicado.
Esperei ele continuar, seus olhos estavam fixos nos meus.
- Mas posso-lhe afirmar que ajudarei Guilherme a te proteger, não se preocupe. - ele falou com um sorriso travesso - Somos uma dupla invencível e acredite, quando estamos juntos podemos ser mais forte que qualquer um.
- Não... por favor! - implorei me sentando no colchonete aonde eu estava deitada - Não quero que se arrisque também.
- HAHA se ta de brincadeira? - ele riu só nao entendi bem o porque, arquiei uma de minhas sobrancelhas franzindo meu nariz.
- Claro que não. - eu respondi desafiando com o olhar - Não acho a minima graça em eu ficar preocupada.
Ele riu novamente pondo as mãos em cima de seus joelhos, de vez em quando uma das penas caíam de suas asas e por isso quase me distrai com elas.
- Humanos! - ele falou coçando o alto de sua cabeça - Tão ingênuos...
Cruzei meus braços um pouco zangada de como ele referia minha especie, quer dizer eramos ingenuos sim em relação a especie dele e do Gui mas não queria dizer que não eramos inteligentes, mas pelo tom que ele falara parecia que estava nos considerando burros.
- Não somos burros! - retruquei dando um chute em sua perna mas infelizmente ele não sentira.
- Concordo plenamente, senão não fosse essa inteligencia que vocês tem, nunca teriam criado tantas tecnologias avançadas como as de hoje. - Ele piscara para mim - Mas quando o assunto é sobre minha especie vocês ...completamente foram e são desprovidos de sabedoria e conhecimento.
- Não venha dar um de Einsten não heim. - falei fazendo uma careta - você é apenas um anjo.
Ele e eu rimos.
- Tecnicamente... ainda sou um anjo. - ele falou passando a mão em seus cabelos lindos e sedosos.