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quarta-feira, 6 de julho de 2011

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Não sabia mais o que fazer, eu estava perdida nas minhas lagrimas.. nas minhas lembranças.
O que se passava na cabeça de um garoto para iludir uma garota, por tantos dias?! Ainda bem que isso não foi tão longe  poderia ter sido mais doloroso do que estava sendo, encolhi-me na cama forçando meus olhos a se fecharem e obrigar a minha mente tirar a imagem de Guilherme dali... tirar a sensação de suas mãos na minha gargante, tirar a sensação dos labios deles nos meus.. tirar tudo! Mas isso seria a parte mais dificil e mais dolorosa.. o pior nem era esquecer, mas sim a decepção depois de tudo que vivemos por esses dias.
- Meu Deus... - gemi virando minha barriga para cima, as lagrimas estavam cada vez mais descontroladas - O que eu fiz para merecer isso?

Eu tremi na cama e logo peguei o cobertor cobrindo o meu corpo, eu queria gritar.. eu queria fazer algo que aliviasse minha dor, algo que desviasse esse tipo de dor para outra.. uma física.
Por um momento eu me lembrei daquelas pessoas que faziam para aliviar a dor.. elas se cortavam.
Eu senti medo, mas o medo já estava fora de cogitação depois daquela tarde com Guilherme. Tirei o cobertor de cima de mim e levantei da cama sabendo o que eu iria fazer, prendi meu cabelo e fui em direção a cozinha com minhas pernas tremulas, parei na porta meio hesitante e fiquei analisando... lembrando como fora a manhã de hoje.. como tinha sido... tão... tão boa!
Entrei indo em direção a gaveta onde estava todos os talheres.
Olhei em volta para me certificar que não havia ninguem ali, olhei pelos cantos da janela... olhei ao redor da cozinha... e realmente não tinha ninguem ali, por fim eu peguei a faca mais afiada que tinha e fiquei a girando em meus dedos pensando em qual lugar do meu corpo eu iria fazer o corte.. o pulso era o mais comum, e acho que serveria para mim, pus meu pulso sob a bancada da cozinha e lentamente fui direcionando a faca na direção da mesma mas algo me impedira... algo forte a segurava, eu tentei puxar a faca, mas minha mão escorregou na pequena parte que servia para segura-la e acabei cortando a palma da minha mão.
A primeira coisa que fiz foi soltar um gritinho e fazer com que a outra mão segurasse a palma da mão cortada tentando tampar o corte, mas o sangue escorria por todos os lados... tudo começava a girar mas antes que eu pudesse cair senti uma mão forte, familiar e quente segurar em meu braço e me fazer ficar em pé.
Virei meu rosto dando de cara com Guilherme, meus olhos... meu corpo.. tudo começou a arder de raiva, ate aquela dor na palma da mão era insignificante para o que eu estava sentindo ao ve-lo.
- VAI EMBORA! - gritei tentando me livrar de sua mão pesada e forte - Sai da minha vida, não quero te ver nunca mais!
Mas é claro que ele continuou parado ali, seus olhos não demonstravam mais o que horas atras demonstravam... ele parecia calmo, severo... e... arrependido (?)
Meu coração vacilou novamente, eu sabia que mesmo eu estivesse com raiva de Guilherme o meu coração iria perdoa-lo mesmo pela tentativa de assassinato.
- Não até você parar de querer se cortar! - ele falou tão calmo, tão passivo que parecia que ele ja tinha esquecido o que acontecera... o que ele queria fazer comigo.. por que ele estava tão preocupado comigo agora? ele ainda tentava me conquistar? se tentasse iria levar uns bofe na cara mesmo que nao adiantasse nada.
- Por que está tão preocupado comigo?! - eu gritei, sua mão ainda nao tinha me libertado - Ate parece que voce esqueceu que tentou me matar.
Sua expressão não mudou como se aquilo que eu tivesse falado fosse verdade, mas que isso tivesse acontecido a mil anos atras.
- Alias... - eu gritei novamente cada vez mais alterada, meu corpo tremia muito e meu coração tava acelerado. - POR QUE  voce não me matou? Por que não concluiu o que estava fazendo? Ficou com pena?
Parecia que ele não estava escutando, seus olhos se abaixaram em direção a minha mão cortada e a pegou com sua outra mão.
Ele me ignorou novamente.
- Me responda Guilherme! - falei novamente lamentando pelo o meu tom de voz, ele saira fraco.. quase como um sussuro..
Mas antes que ele pudesse responder, eu senti algo... dentro de mim, algo tão forte que me fizera recuar brutamente fazendo com que minhas costas batesse fortemente na parede. Eu arfei, gemi e pus minha mão no intervalo entre meus seios... tava doendo tanto, tanto.
Antes de tudo se apagar a ultima coisa que vi era a expressão de pânico de Guilherme ao ver o que tinha acontecido comigo, seu rosto estava pálido e logo tudo ficou escuro.

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