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sábado, 15 de outubro de 2011

110

 Ficamos nos olhando por muito tempo, sem Guilherme ali eu não sabia nem o que eu iria falar.. e bem tenho que dizer que aquele Maike era meio estranho no meu ponto de vista, quando ele olhava para Guilherme era... diferente, era como se ele estivesse vendo além do que Guilherme deixava transparecer. 
Elizabeth parecia ser uma pessoas boa apesar de estar sofrendo, eu pude ver isso em seus olhos e bem eu também estava, acho que quando há dois corações partidos no mesmo lugar eles se.. bem, se reconhecem. 
Vi Maike sair lançando um olhar triste para Elizabeth e acho que vi coisa a mais naquele olhar, não era por nada não mas eu acreditava que havia mais sentimento envolvido naquele olhar do que poderia pensar. 
- Ah.. - falei tentando quebrar o silêncio entre a gente. - Desculpa mesmo.. não queria incomodar vocês e... 
Balancei a cabeça, " o que eu estava pensando? dar uma de depressiva agora não ia melhorar nada a situação."
-Diana , sinta-se em casa esta tudo bem , acho que é melhor ele ir , passei por tantas coisas hoje , perdi a pessoa que eu achava que amava , e agora Maike , é meu melhor amigo que gosta de mim , e eu não sei mais o que fazer , mais mesmo assim , vou me divertir , esta com vergonha não esta ? - ela falou com um sorriso no rosto que pareceu ser sincero. 
- Estou eu acho ... - abaixei meus olhos. - Você não é a única.. está acontecendo tanta coisas comigo que tenho medo que outras pessoas queiram me.. bem... me machucar. 
Fechei meus olhos deixando que as lágrimas caissem enquanto a imagem de Guilherme viera em minha mente. 
- Eu queria ser forte... - falei - eu queria ser forte para poder ajudar ele, eu odeio ser fraca e ter que sempre chorar.
- Que tipo de coisas querida? Quer conversar ?Olhe , estamos passando por coisas difíceis , podemos dividir os sofrimento juntos , porque sempre que temos um amigo pra estar conosco , é mais fácil.  - limpei minhas lágrimas com a palma das minhas mãos enquanto a via sorrir para disfarçar sua vontade de chorar. -Sabe , eu quero chorar agora.
Deixei- me que ela me levasse enquanto o silêncio da casa fora tomado pelo som de meu choro, sentei-me ao seu lado e pus minhas mãos no intervalo entre minhas duas pernas enquanto desviava o meus olhos de minha mão para a garota.
- É na verdade... - falei mordendo minha boca -  um segredo, é algo realmente confidencial. Algo que pode abalar tudo que a ciência acredita, um problema que agora está me envolvendo.
Respirei bem fundo lembrando-me de Kirous o pai de Guilherme e de Troy, o cara com o pior destino que alguém poderia querer.

-Sabe , Acho que precisamos rir enquanto há tempo então , ou logo acabara tudo . – ela sorriu esperando que eu sorrise também, mas não dava... não quando um exercito de anjos das trevas estava atrás de você para mata-la e fazer com que seu grande amor sofresse as consequencias.
- Não na minha situação, eu bem que queria esquecer um pouco sobre isso... - falei respirando fundo - mas eu irei tentar, tentarei sorri quando puder.
Tirei a franja que estava caindo sobre meu olho e olhei para os arredores da sala, meu coração estava despedaçado.. morto e congelado e parecia que não havia nada que pudesse mudar isso.

Ok, tudo bem , o que esta acontecendo ? – ela perguntou com o tom de voz um pouco grosso mas ao mesmo tempo curioso, era de se esperar uma pergunta dessas de uma hora para outra.
 - Se eu te dissesse você nunca iria acreditar. - falei cruzando minhas pernas e a olhando com o tom de voz confiante. - é um tanto impossível de você acreditar que isso existe, não sei se adiantaria..
Falei um pouco pensativa.
-Se você não disser, nunca vai saber , talvez eu tenha vivido coisas que você nem imagina , e de uns tempos pra cá , tenho acreditado em tudo. -  ela falou levantando uma de suas sobrancelhas, respirei fundo procurando coragem e falei:
- Ah uma guerra acontecendo. - falei com os olhos fixos nos dela, tentei me manter o mais séria possível. - A guerra dos anjos das trevas, e eles estão atrás de mim para acabar comigo e castigar Guilherme por sua infidelidade. 
A expressão de seu rosto era indecifravel, não tinha como dizer se ela tinha acreditado ou não... e eu estava com medo do que ela poderia dizer, eu sabia que não estava louca por enquanto. 
-Achei que houvesse uma guerra todos os dias pelo mundo , mais de anjos ?Anjos bons e Anjos maus ? Você fuma menina ?Se drogou ?-  eu já esperava que ela falava algo do tipo, ou talvez estivesse esperando pior,  bufei e fiz sinal com a mão para que deixasse para lá. 
- Não precisa acreditar em mim senão quiser, não quero te envolver nisso. - falei cruzando os braços e indo em direção a janela, meus olhos procuravam algo que eu sabia que não ia encontrar por um bom tempo.
Guilherme. 
Meu coração se apertou de um jeito não tão gentil que me fez encolher. 
- Não são anjos maus contra os de bem. - falei fazendo uma careta. - Na verdade é os anjos maus contra os humanos, o pai de Guilherme quer acabar com todos aqueles que possuem sentimentos bons e transformar os maus em anjos, é isso... uma guerra. Os anjos de bem... não sei se existem nunca vi um, mas se existem espero que façam algo para impedir isso.

109

A figura de um garoto apareceu depois que a porta se abriu, seus olhos estavam fixos nos de Guilherme e pela expressão de seu rosto eu pude perceber que havia algo de errado entre os dois.
Como um vento o garoto que segundos atrás abrira a porta fechou milessimos depois, eu quase perguntei para o Gui qual era o problema dele mas quando olhei para seu rosto eu pude ver a mesma expressão que havia naquela garoto. Respirei fundo e bati na porta meio tensa com o que poderia acontecer, voltei a olhar para o Gui mas fui surpreendida quando a imagem de uma garota apareceu quando a porta se abriu. 
- Oi... - falei tímida, olhei para Guilherme procurando palavras, ele por sua vez passou a minha frente e falou:
- Podemos entrar?
-Claro , claro que pode , entrem - ela falou, Gui segurou em minha mão e me conduziu para dentro da casa dei uma rápida olhada ao redor da casa e fiquei fascinada pela organização. -O que posso fazer por vocês ? 
Gui me parou na entrada da sala e me pos ao seu lado, suas mãos tremiam e eu sabia mas que ninguém que alguma coisa estava errada. 
- Obrigado por nos ter deixado entrar. - ele falou sorrindo gentilmente enquanto ignorava os olhares do outro garoto. - Não quero incomodar, mas minha namorada... Diana. - então apontou para mim e eu sorri junto - Precisa de um lugar para ficar, se não for muito incomodo... ela poderia ficar uns dias aqui? 
Apertei sua mão com força e desviei meus olhos dos dela, não sabia o que Guilherme estava planejando mas já tinha uma idéia.
.-Claro , mais , tem alguma coisa errada .Eu sei , da pra ver no seu olhar  - ela falou fazendo com que eu lançasse olhares alarmantes para Guilherme e depois para ela, respirei fundo tentando manter a calma.
- Tem sim. - ele falou mostrando tranquilidade - e por isso estou aqui, queria mante-la em segurança e sei que aqui é o lugar certo para isso. 
-Porque ela abrigaria uma garota da qual nunca vira na vida , grandalhão ? - perguntou o garoto.
Guilherme levantou as sobrancelhas mostrando indiferença quando o garoto fez aquela pergunta para ele, mordi o canto de meus lábios.
- Porque sei que ela tem um bom coração e acho também que ela precisa de uma amiga essas horas, ta que ela não conheça Diana direito... mas pode começar a conheçe-la. - disse.
-É claro que eu vou abriga-la , e sim , não sei se tenho um bom coração mais , foi despedaçado tantas vezes , mais ainda assim , acho que bate um pouco  - ela falou com lágrimas nos olhos, no primeiro momento quis abraça-la e dizer que está na mesma situação mas continuei quieta deixando que Guilherme fizesse tudo.
Ela estendeu a mão em minha direção e hesitante eu estendi a minha mão em direção a dela e apertei.
- Prazer.. - falei ainda sorrindo sem graça - Sou Diana e ele é Guilherme.
Guilherme fez o mesmo quando ela estendeu a mão dela em direção a dele e por fim falou:
- Então acho que eu já vou... - ele falou olhando -me com tanta tristeza que partiu meu coração. - Vou sentir sua falta. - ele sussurou em meu ouvido e depois falei:
- Eu te amo. - falei sabendo que era a ultima vez que essas três palavras iriam ser pronunciadas de mim. - Se cuida.
 - Você também. - ele falou e então foi embora deixando nos três parados ali. 

108 - Esperanças

 Ele continuou me segurando enquanto andava pelas ruas desertas e silenciosas, passamos por uma placa que estava escrito o nome da cidade ou deveria ser o nome... Speranza.  Nome estranho, cidade estranha e clima estranho... tinha nada de normal naquele lugar mas mesmo assim aquela cidade me dava uma sensação boa, uma sensação boa.  Essa sensação se bem que eu conhecia, eu costumava chama-la de esperança. 
- Por que viemos aqui? - perguntei olhando para Guilherme, as asas dele já tinham sumido e a temperatura de seu corpo ficara normal novamente. 
- Essa cidade... - falou, seus pensamentos pareciam distantes. - tem uma história magnifica, mas não tenho muito tempo para lhe contar... talvez algum morador lhe conte. 
Não gostei muito disso mas fiquei calada, virei meu rosto para observar melhor a estrutura daquela pequena e simples cidade que parecia servir de cenário para aqueles filmes de mil novecentos e antigamente.
Passamos por várias casas e parecia que nenhuma tinha interessado Guilherme somente uma, a ultima de uma das várias ruas que haviam por ali.
Era bonita, tinha um toque moderno mas parecia ser simples...mas pelo que via deveria ser confortável.
Guilherme fixou seu olhar no rosto de um garoto que acabara de sair daquela casa, seu rosto estava vermelho  deveria tar com raiva de algo e juro que fiquei super curiosa para saber o que era, ele passou direto por nos e parecia que nem tinha percebido nossa presença.
Estavamos cada vez mais proximos e tive uma breve sensação sobre aquela casa, uma sensação de que tudo poderia melhorar eu creio... mas mesmo assim nem mesmo uma casa poderia mudar o destino que estava escrito para mim e para Guilherme. 
Nunca iamos poder ficar juntos.


Guilherme bateu na porta quando me pos no chão, institivamente fiquei atrás dele com as pontas do lençol presas em minha mão.  Ele sabia muito bem esconder seus sentimentos mas não agora, ele estava nervoso e um pouco ancioso, olhei novamente para a porta.. a maçaneta girou-se e a porta se abriu fazendo com que eu sentisse um frio na barriga.

107

Deixei minha blusa e minha calça em um canto do celeiro estendidos para que secassem logo em seguida fui em direção ao colchonete improvisado e deitei-me pensando em várias maneiras para demonstrar  o quanto eu poderia ser forte mesmo naquela situação.
- Vamos embora! - gritou Guilherme logo após o estrondoso barulho da porta sendo arremessada para o outro lado, rapidamente peguei o lençol e o envolvi em torno do meu corpo olhando-o assustada. - Levante-se, o que está esperando?
Ele pegou em meu braço e me levantou bruscamente deixando que o lençol se desenrolasse de meu corpo e caisse me deixando somente de calcinha e sutiã, ele não pareceu surpreso mas fiquei sem graça.
- Calma ai. - falei tentando me soltar de sua mão - Para onde vamos?
- Para longe... - ele falou me pegando agora em seus braços e pondo o lençol em torno de meu corpo novamente. - Não tenho tempo de explicar agora, só se segure.
Fiz o que ele pediu, envolvi meus braços em seu pescoço e no mesmo segundo suas asas começaram a bater tão rápido que tudo que estava atrás voou, ele chegou para trás e saltou voando em direção celeiro a fora.
Tinha que falar que estava muito assustada com a expressão de Guilherme, seus olhos estavam muito vermelhos e seu corpo queimava de tanto que estava quente. Estavamos voando tão rápido que em torno de cinco minutos depois que saímos de lá, uma pequena cidade começou a ficar em nossa vista, não parecia ser muito habitada mas era ali que Guilherme iria me deixar porque quanto mais nos aproximavamos, mais iriamos diminuindo a velocidade e a altura até que finalmente tocamos o chão.



106

Sentei-me em cima de uma das maiores nuvens que ficava pelas redondezas da fazenda, mesmo não podendo de vez em quando eu ficava observando Diana até que ela adentrou no celeiro. 
Eu queria ter esperanças que um dia nos dois poderíamos ficar juntos sem interrupções, sem guerras e nada do tipo... mas isso não seria possível.
Eu era um anjo, um anjo das trevas... eu era uma ameaça para ela que era uma simples humana envolvida em uma guerra que eu causei. 
- Bem que sabes. - uma voz surgira de trás das nuvens fazendo com que minhas asas se agitassem, sem interesse algum virei meu rosto e vi Derick parado. - Que pena não é mesmo... não poder ficar com quem ama.
- Vai embora. - falei trincando os dentes - Esse assunto não é da sua conta. 
Fiquei em pé fazendo com que meus músculos ficassem rígidos. 
- Desculpa irmão. - ele falou com ironia na voz - Mas esse é um assunto que é de minha conta sim, aliás e da conta de todos nós.
Ele abriu os braços como se tivesse indo abraçar-me, recuei enquanto vários de outros nossos irmãos surgiam inclusive nosso pai. 
Franzi o nariz enquanto o via voar em minha direção.
- Você acha que aquela coisa iria me distrair por muito tempo? - ele falou parando ao meu lado e pondo sua mão pesada e forte em meu ombro. - Olha só, pensei que fosse mais esperto ainda mas quando as coisas veem de você Guilherme... não quero poupar seu tempo meu filho, te darei 10 minutos para pegar aquela sua namoradinha inútil e esconde-la em um lugar melhor, se eu acha-la em menos de uma hora eu a matarei e ainda te deixarei de castigo, você como ninguém sabe quais são os castigos que eu imponho. 
Rosnei tão alto que aposto que Diana ouvirá lá de baixo. 
- Não tenho medo de você. - falei sentindo meus olhos arderem de raiva. - Suas ameaças não me assustam.
- Isso é bom - ele falou rindo enquanto se afastava e ia em direção aos meus irmãos. - Significa que isso vai ser divertido. 
E então eles sumiram como sempre faziam.
- Covardes - falei enquanto voava em direção a Diana.



105

Talvez isso fosse apenas mais uma daquelas fases que se precisa de tempo para que tudo volte a ficar normal, mas não era, eu sabia que isso não era temporário, eu sabia que agora em diante ele não iria mas se intrometer em minha vida. Era isso que ele queria, mas eu não.
Era nesse momento que eu precisava de alguém para me abraçar, para me dizer que tudo iria ficar bem mesmo sabendo que não irá, alguém para chorar comigo e dizer que mereço coisa melhor... é, eu precisava de uma amiga de verdade.

Você roubou a minha vida 
A alma inteira
Você não sabe como é a 
minha dor mas eu não quero a sua 
pena
Você não sabe o importante que foi
Que sua ausência nunca vai chegar ao fim
Que eu te dei um pedaço de mim.


Aquela música não saía de minha cabeça e fez com que meu coração doesse brutalmente. 
- Cansei de chorar... - sussurei para mim mesma - Cansei de me mostrar fraca quando eu preciso me mostrar forte, cansei de não lutar pelo que quero e somente lamentar pelo o que não aconteceu, cansei... cansei de ser nada para o mundo.
Levantei-me da grama e pouco me importei o quanto suja eu estava, começei a correr em direção ao celeiro sentindo a forte chuva me molhar e fazer com que minha roupa pesasse sobre o meu corpo.

sábado, 8 de outubro de 2011

104

Queria sentir seu cheiro, tocar seus lábios pela ultima vez antes do nosso verdadeiro adeus acontecer... antes que tudo entre nos dois se acabe.
Aquela conversa não foi um adeus definitivo, foi apenas uma amostra grátis do que viria pela frente e de que seria 100% pior do que aquilo, 100% mais difícil e mais doloroso. 

Andei em direção ao celeiro já que a chuva piorara, não que eu me importasse em ficar doente, naquela altura do campeonato pouco me importava a minha saúde e o que iria acontecer comigo daqui para frente, tirei a blusa e a pus em um canto na qual ela pudesse ficar secando e fui me deitar no colchonete improvisado. 
Estava machucada demais para continuar  em pé, continuar vivendo como várias outras pessoas estão neste momento.
"A gente nunca sabe o verdadeiro valor do amor até que chega o momento em que somos obrigados a deixar de amar , no exato momento em que somos obrigado a esquece-lo."
Guilherme foi a pessoa mais importante para mim e sei que não existirá ninguém que irá substituir seu lugar em meu coração, na verdade ninguém tem chance de arranca-lo de seu pódio... de sua verdadeira morada. 
Escondi meu rosto no travesseiro deixando que a dor da perda, a dor da magoa, a dor da decepcão se extinguisse em meu corpo. Eu daria tudo para voltar atras mas nunca iria mudar o destino que foi me dado, apesar dele ter me sacaneado e ter me feito sofrer milhares de vezes mas isso fazia parte da vida não é?! eu tinha que aceitar isso, aceitar que a vida não é só feita de sorrisos mas é feita também por lágrimas e dores... apesar que os ultimos dias foram feitos mais de lágrimas do que de sorrisos, mas tranquilo... eu ainda to viva.

- E essa dor que insiste em ficar... - sussurei enquanto as lágrimas joravam - insiste em me fazer chorar e fazer meu coração sangrar, essa dor que insiste em me matar enquanto ainda ar para eu respirar.
Gritei, mas gritei tão alto que a maior parte da agonia que havia dentro de meu peito suavizou e as lágrimas começaram a secar.
De uma hora para outra nada mais para mim fazia sentido, desde ontem a minha existência se tornara invalida... significava que estava mais que na hora de eu morrer e todos sabiam, inclusive eu.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

103

Eu a amava e era esse motivo que eu não podia ser completamente egoísta em relação a ela. 
Eu já causara danos demais, sofrimento demais... já contei mentiras demais e isso só a machucou invés de protege-la, eu sou uma ameaça. 
Que tipo de amor é esse?! que só machuca?!
Eu iria protege-la até que a maldita guerra acabe mas depois.. eu iria deixa-la livre, livre de mim, livre do meu sentimento e de meu mundo.

Eu voava o mais alto que eu podia e pela primeira vez em minha vida eu chorei, é eu estava chorando por uma garota humana que cujo o coração estava partido por causa de minha burrice. Eu estava com odio de mim mesmo, odio por não ser capaz de protege-la até de mim, odio por não ser capaz de ama-la o suficiente para não machuca-la, odio por te-la metido nesta maldita guerra ... odio por não ser capaz de sair de perto dela nem por um segundo e odio por não conseguir fazer com que ela me odeie. 
Eu me odeio por ficar cada vez mais apaixonado. 

102

- Por que está dizendo isso? - ele perguntou - Eu não tinha a intenção de te magoar tanto assim Diana, e alias eu só a transformei porque ela estava morrendo mesmo, eu fiz isso por você.
Tentei imaginar como ele a transformou mas não fazia a menor ideia de como transformava humanos em anjos, enruguei minha testa.
 - Do que adianta ficar se explicando? - falei - Já passou, agora deixa para lá.. isso não irá interferir em  nosso destino, o que está feito.. está feito. Chega, acabou.
Ele pareceu falar uma língua estranha na qual eu não entendi e logo se levantou com o rosto completamente mudado, quando olhei para seus olhos e pude perceber que estavam vermelhos como ontem quando ele me pegou quando estava com Troy, suas asas saíram de suas costas e foram crescendo até chegar ao seu limite, a blusa na qual ele estava vestido se rasgou e as partes ficaram ao redor dele, ele já não me olhava mais e antes que pudesse bater as asas ele falou:
- Desculpe, desculpe por ter feito você ficar assim... - ele falou - esse sentimento pode te ajudar a você me odiar, e isso é o que quero. Eu quero que você se afaste de mim, eu já fui egoísta o bastante para te fazer sofrer, me desculpe novamente... eu te amo e é por isso que não quero você comigo. 
E então ele pegou impulso e rapidamente pulou começando a bater suas grandes asas negras em direção ao céu que em questão de segundos já parecia ser um pontinho preto naquele infinito mar de cor azul. 
- Eu te amo! - gritei em sua direção, mas ele não deve ter escutado.. estava longe demais. - Eu te amo... eu te amo..
Lágrimas voltaram a cair de meus olhos, eu não aguentava mais chorar.. mas era muita dor e dava para deixa-las guardadas em meu peito. 
- Destino... - sussurrei  enquanto chorava alto - tira ele de mim, tira tudo que resta dele aqui... tira ele do meu coração, tira ele de mim


101

Deitei-me na grama da fazenda me encolhendo enquanto deixava que as lágrimas caíssem, era a única maneira de extravasar meus sentimentos, a única maneira de aliviar um pouco a dor que se acumulava dentro de meu peito. 
Foi interessante porque quando comecei a chorar as nuvens do céu começaram a se escurecer e gotas da chuva começaram a cair, foi como se o céu estivesse chorando junto comigo, foi um jeito de me distrair, pus minhas mãos atrás de minha nuca e deixei que as gotas da chuva me molhassem enquanto as gotas das minhas lágrimas caiam em minha bochecha e depois no gramado, fechei meus olhos. 

- Diana... - a voz masculina de Guilherme rapidamente me tiraram de minha distração, tentei ignorar sua voz.. tentei não escutar o meu nome sendo pronunciado por ele, tentei parar de dar tanta importância a ele. - Eu.. queria falar com você.
Respirei fundo e me mantive firme ainda ali, deitada e fingindo que não estava escutando ele... foi a coisa mais difícil que eu já fiz, ignorar a pessoa que amo.. ignorar o chamado de meu coração.
- Por favor... - ele pediu pondo o fim em minha estratégia de ignora-lo, me levantei e fiquei sentada olhando-o. 
- O que você quer? - perguntei fazendo com que minha voz saísse com a maior ignorancia do mundo. - Quer falar mais alguma coisa? quer quebrar mais algum vínculo que existe entre a gente? na verdade não existe nada, só quero saber se você vai me decepcionar de novo.
Seu rosto mudou completamente como se eu tivesse me visto traindo-o , ele abaixou seus olhos e se sentou em minha frente tentando segurar em minhas mãos que rapidamente desviei. 
- Eu só queria deixar claro... - ele falou fixando seus grandes olhos negros nos meus. - eu nunca enganei você em relação a nada, nunca menti sobre meus sentimentos sobre ti. 
Revirei os olhos e bufei esperando que ele terminasse aquele dialogo que eu sabia que não levaria a lugar nenhum.
- Diana... - ele falou agora segurando em minhas mãos, novamente aquela onda de calor passou pelo meu corpo fazendo com que eu o desejasse. - Eu te amo, sempre te amei e se eu menti alguma vez para você é porque eu quis te proteger do meu mundo. 
- E mentir para proteger é uma prova de amor? - falei reunindo forças para não cair em sua rede novamente. - Não quero esses tipos de amor não Guilherme, acho que morrer é meu destino.. já que você conseguiu matar uma boa parte de mim.
- Eu... o que?! - ele perguntou assustado. - O que?
Respirei fundo mordendo o canto de meus lábios, olhei para o céu e percebi que a chuva estava passando. 
- Você me matou... - eu falei - matou os meus sentimentos, matou o que eu era... matou tudo e principalmente, matou minha confiança em você.

100

Todo esse tempo pensei que meu coração estivesse certo em relação ao Guilherme, confiei; senti; amei por demais e agora descubro que ele é verdadeiramente um monstro, sem sentimentos. 
O mundo está cada vez mais frio, mais desumano, mais cruel e muito mais mentiroso. Não se pode acreditar em mais ninguem hoje em dia, nem mesmo em um ANJO, nem mesmo na melhor amiga... o que fizeram com o mundo? o que fizeram com os sentimentos? o que fizeram com as pessoas?
Acho que eu fui a única idiota a acreditar que ainda existia sentimentos, fui idiota o bastante para cair nas redes feitas por mentiras dos outros, eu fui idiota demais, inocente demais, coisa que agora não irei mais ser.
Estava caminhando pelos cantos da fazenda sozinha sem me preocupar onde taria Guilherme e Ster, na verdade eu estava sim preocupado.. o que os dois estariam me escondendo mais? será que estavam tendo um caso?!
Balancei a cabeça tentando tirar aquelas perguntas e insinuações da minha mente mas nada adiantou, era mais forte que eu e tinha que admitir, eu estava completamente com ciumes mas na altura do campeonato isso não importava. 
Eu nunca fui importante para ninguém além de minha mãe, ninguém além dela me amava... isso não é drama, é sentimento, é a dor que meu coração sente.
É duro, é difícil aceitar que uma pessoa que você ama incondicionalmente e que dizia ama-la também menti para você, faz tudo ao contrario do que ele mesmo diz... ele não a ama, nunca amou.. você foi apenas uma diversão, um passatempo.
E é isso que me doi, ser apenas um objeto.. um brinquedo para aquele que eu tanto amei.


domingo, 18 de setembro de 2011

99

Minhas palpébras se abriram e senti o peso de meu corpo pela primeira vez, há muito tempo eu não descansara tanto quanto hoje. Levantei sentindo um cheiro bom de café puro e de misto quente, minha barriga roncou como nunca.
- Nossa. - falei enquanto mastigava o pão e tomava um gole do café - Está do jeito que eu gosto.
- Que bom que gostou. - uma voz feminina surgiu no celeiro fazendo com que meus olhos rapidamente procurassem a dona da voz, apesar de eu já saber quem era.
- Ster? - falei pondo a xícara em cima da bandeja e o pedaço do misto no pequeno prato que havia ali, ajeitei minha roupa e logo meu cabelo ao ve-la se aproximar.
- Oi. - ela falou com um sorriso gentil em seus lábios, se aproximou mais um pouco de mim e se agachou. - Eu que fiz.
Abaixei meus olhos cruzando meus braços, eu não queria falar com ela... não depois do que os dois fizeram comigo.
- Eu sei que não quer falar comigo Diana. - disse Ster - Eu até entendo.
- Não, você não entende... - eu falei lançando um olhar raivoso para a mesma - Vocês em nenhum momento se puseram em meu lugar, em nenhum momento pensaram em como eu deveria estava me sentindo... e não, vocês não tem o direito de falar que entende o que estou sentindo, não tem o direito de continuar falando comigo como se nada tivesse acontecido.
Ela não respondeu apenas se levantou e disse:
- Tudo bem - falou tristonha. - Espero que um dia você entenda que isso foi pro seu bem.
E então ela se foi como o vento deixando que a raiva me dominasse por completo, eu tinha certeza de uma coisa... essa traição mudou completamente o que sinto pelos dois, e com certeza  eu nunca mas iria ser a mesma pessoa, a mesma idiota no qual eles mentiram e enganaram ate agora.
- Eu não quero ser mais idiota. - falei dando um ultimo gole no meu café e uma ultima mordida no meu misto.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

98

Ali estava ela, encolhida no cobertor que Ster conseguira roubar de uma casa qualquer antes que viessemos para cá, o colchão não parecia ser um dos mais confortaveis mas Diana não parecia estar incomodada com eles.
- Linda. - sussurei enquanto me aproximava dela e ficava de joelhos ao seu lado. - Para sempre minha.
Inclinei meu rosto na direção do dela e toquei minha boca em seus lábios macios e quentes como de costume.
Ela não reagiu. 
Isso foi bom e ao mesmo tempo não; eu queria que ela não sentisse que eu estava ali mas ao mesmo tempo queria que ela retribuisse o beijo.
Afastei-me um pouco meu rosto do dela observando os belos traços que formavam seu rosto, tão delicados e femininos que era dificil não admira-los.
- Se eu tivesse o poder de desenhar o destino  - sussurrei novamente - seria somente eu e você, para toda a eternidade... Ninguem precisaria se machucar e você não precisaria chorar mais porque eu estaria ao seu lado para conte-los.
E novamente desejei que ela pudesse ter escutado, pudesse ter acordado e me envolvido com seus braços enquanto falava o quanto me amava.
Eu queria que aquilo acontecesse, eu queria... eu a queria e era isso que não podia me impedir de deixa-la viver sua vida com um humano que poderia faze-la feliz melhor do que eu.

Eu deveria deixa-la ir.
Droga, isso acabava comigo.

97

Dormir para sempre, viver eternamente em seus próprios sonhos.
Até que não era uma má ideia comparando com o que eu estava passando, esse pesadelo que se chama 'viver ou existir'.
Acordar e perceber que a vida não é aquilo tudo que tu pensa e quando acha que está ruim fica mil vezes pior, mesmo que tu não morra tu sofre que nem escravo... escravo da vida, escravo do azar de ter nascido.
Tive que deixar uma lagrima cair de meus olhos, quer dizer num momento como este era impossivel não deixar de chorar, só de lembrar que agora terei que seguir minha vida longe de Guilherme me doía, fazia com que a faca que estava cravada em meu coração apertasse e o fizesse doer como nunca, uma dor na qual eu nunca desejaria para ninguem.

- Por que me deixaras? - sussurrei comigo mesma enquanto limpava minhas lagrimas com a palma de minha mão e me estremecia debaixo do cobertor, com o passar das horas o clima ia ficando cada vez mais frio, mas desconfortavel.
Então tudo ficou escuro.

Estavamos em um campo tão grande e tão florido, era tão bonito que parecia ser o único lugar que chegava mais perto do paraíso. Eu estava tão vidrada naquela beleza que nem percebi que havia uma garota ao meu lado, admirando como eu.

- Quem é você? - perguntei ouvindo o eco de minha voz sooar pelos arredores do campo, quando ela se virou pude distinguir rapidamente a cor de seus olhos.
Dourado topazio. Lindos e hipnotizantes, era dificil não parar de olha-los e com delicadeza ela jogou um pouco de seus cabelos loiros para o lado.
- Jaqueline, mas me chame de Jaque. - ela falou mostrando seus belos dentes brancos - E você deve ser a tal Diana não é?!
Tenho que admitir que fiquei com um pouco de inveja de sua beleza alias, ela parecia um clone daquelas deusas do Olimpo, quando saí do transe rapidamente tentei pensar em uma resposta.
- Ah.. acho que sou. - falei enrugando a testa, - que tipo de resposta foi essa? -
Ela voltou a olhar para o campo e em seguida - como se estivesse dançando - caminhou em direção ao meio do mesmo.
- Já esteve presente em um lugar como este? - ela perguntou virando seu rosto em minha direção e me lançando aquela olhar dourado para mim - cara, eu precisava daqueles olhos -
Apenas balançei a cabeça respondendo sua pergunta, inves de ter sido um jesto delicado e calmo, foi como se eu tivesse jogado meus cabelos em frente do ventilador.
Como ela conseguia tal perfeição?
- Então... - ela falou sentando-se e acariciando as flores ao seu redor - Não te chamei até aqui para falar sobre o lugar.
Perai! ela me chamou ate aqui? o que?! ela nem me conhecia.
- Sei que parece meio confuso para você... - ela me olhou novamente, mas me olhou de um jeito tão profundo que pensei que estaria vendo minha alma. - Mas alguem precisava te avisar sobre...
Ainda havia um grande ponto de interrogação no meio de minha cabeça, ta que ela é muito bonita e tals.. mas ela parecia pirada da vida, porque ela não tava dizendo coisa por coisa.
- O que? - perguntei atordoada, o que deveria ser?!
- Guilherme não queria que ninguem soubesse esse tal plano. - ela falou movimentando suas mãos. - Mas não conte a ninguem sobre o que irei falar, é de extrema segurança... promete?
Fiz que sim com a cabeça.
- Prometo. - falei um tanto curiosa, agora seus olhos pareciam mais escuros, menos brilhantes e mais sombrios.
- Você vai morrer. - ela falou mas antes que eu pudesse falar algo ela me interrompeu - Mas voltara, Guilherme está preparando um novo corpo para você, só que em forma de anjo. Tenho que lhe dizer, você ficara poderosa, ficara bebada de poder e a força que você terá é algo que nem Deus é capaz de tirar.

 

96

- Entendo. - ele falou, na verdade foi só isso e nada mais... cadê ele vindo me implorar, tentando me fazer acreditar que ele realmente me ama?! é, ele não fez nada disso além de falar só um 'entendo', e ele entende o que? não, ele entende nada! Foi então que ele se abaixou em direção a uma cama improvissada que deveria ter sido feita pela Ster e com cuidado me pós sentada em seguida sentou-se ao meu lado. 
E então ficamos ali, sem falar nada, sem ninguém um olhar para o outro.
- Me desculpe. - ele falou por fim abaixando sua cabeça e deixando uns fios de seu cabelo preto caírem em seus olhos. -  Eu não mereço seu amor, na verdade.. não mereço você.
Foi como se uma faca - uma das mais finas - tivesse atravessado meu coração e ficasse ali, machucando-me, matando-me lentamente enquanto sangrava.
- Ta terminando comigo? - perguntei um pouco boba por essa pergunta, não podíamos terminar algo que nunca começou, eu sabia desde o começo que não iríamos conseguir ficar juntos... 'nunca, jamais' e eu não deveria estar surpresa agora.
- Para ser exato... sim. - ele respondeu - Mas isso não quer dizer que eu não a ame, pelo contrario, eu só quero que você arranje alguém melhor que eu.. alguém com quem você possa conviver, alguém que seja da mesma espécie que a sua, eu quero que seja feliz e se ficasse comigo essa palavra  não iria existir no nosso relacionamento.
Desviei meu olhar dos dele e tentei conter as outras lágrimas que queriam descer, mas por um milagre eu as contive, tentei ser forte o suficiente para aguentar aquelas palavras - e eu iria ser -  Guilherme tinha razão, se continuássemos com nosso relacionamento nos nunca iria conseguir ser felizes de verdade.
- Tudo bem. - fiquei surpresa por ter falado, por ter pelo menos concordado - coisa que eu não queria -.
Guilherme se levantou e ainda não olhara para mim, não diretamente nos meus olhos e nem eu nos dele. Meu coração estava partido demais, quebrado demais, decepcionado demais.. e acho que mais um desgosto eu iria sofrer de ataque cardíaco.
- Obrigado por entender. - ele falou tão baixo que quase não escutei e então se foi porta do celeiro a fora, quer dizer... o meu mundo se foi, tudo que eu ainda tinha ou acreditava ter.
Deitei-me na cama e fechei meus olhos querendo que tirassem minha vida logo porque está foi a ultima decepção que eu queria ter, a ultima que eu queria conhecer em minha vida. Peguei o lençol azul-bebê e me enrolei nele.
- Era tudo que eu precisava - sussurrei para mim mesma - Além de ter perdido minha melhor amiga, eu perdi o meu coração e para substitui-lo ficou a decepção, isso que é vida... ou melhor inferno.

95

Depois de alguns minutos de voo começamos a descer e finalmente nos aproximando da terra firme, que na verdade ficava em uma 'fazenda' cercada de arvores na qual dificultava de ter um pouco de visão da mesma.
Quanto mais nos aproximavamos dela mas dava para ver que uma jovem estava parada em frente ao celeiro de costas para gente, ela estava usando um grande vestido preto com bordas nas pontas - bem medieval - com meia calça preta e calçando uma sandalia preta tambem de salto alto fino, seus longos cabelos loiros ondulados caiam sob seu ombro e juro... juro que mesmo de costas pensei que pudesse ser Ster - meu coração se apertou e pela primeira vez depois de alguns dias a esperança de reencontra-la renasceu no meu peito -.
Pousamos na terra úmida da fazenda e em seguida Guilherme me conduzira em direção a garota loira que continuava de costas para a gente, "será que ele o conhecia?" pensei meio desconfiada, ela parecia ser muito bonita além das curvas de seu corpo serem muito perfeito - ao contrario do meu quem não era tão cheio de curvas quanto o dela -  o que me deixou com uma pontada de cíume.
- Quem é ela? - sussurei ainda a observando mas pude perceber pela demora da resposta que ele me escondia alguma coisa em relação a essa garota.
- Você mesma pode responder essa pergunta. - ele falou secamente enquanto paravamos um pouco distante dela.
No mesmo segundo ela virou seu rosto em camêra lenta deixando que um pouco de sua cabeleira loira caisse na metade de sua face, como um trovão o choque atravessou meu rosto e senti também como se estivesse sendo apunhalada pelas costas...tanto tempo pensando que estaria morta, tanto tempo sofrendo por uma morte que nunca aconteceu e o pior... ela estava completamente diferente.
Sua pele - que antigamente era branca - adquirira uma cor dourada como o de Guilherme, seus olhos agora estavam muito vermelhos e para a minha maior surpresa em suas costas as grandes asas negras apareciam e se debatiam.
Meu coração falhou.
- S-Ster? - falei um tanto assustada. - Você.. por que?!
Quanto tempo Guilherme estava me escondendo isso? e por que nunca me contou? ta não o culpo pelo menos da parte em que fiquei trancada naquele lugar horrivel e monotomo mas ainda assim, no mesmo dia em que eu soube... por que?! será que nunca.. jamais passou pela sua mente no quanto eu poderia estar sofrendo por causa disso? será que pelo menos uma vez ele se importou com que eu estava sentindo?
- Amiga.. - ela falou com aquele tom de voz quando alguém fez algo de errado e agora quer se desculpar - Eu... eu não sabia, foi...
- Como pôde? - falei me virando para os dois, Guilherme ainda estava sério. - Parece que não sabem que eu tenho sentimentos...
Os dois se olharam e logo voltaram a prestar atenção em mim, balançei a cabeça nervosa e dei as costas para eles.
- Onde você vai? - ela perguntou preocupada (ou fingindo que estava) - Aqui é mais seguro.
- Por isso mesmo que eu estou saindo daqui. - gritei ignorando os olhares repreensivos que Guilherme me lançara. - Prefiro estar morta do que estar no mesmo lugar que vocês dois.
Guilherme parou em minha frente e rapidamente me pegou no colo, tentei chuta-lo mas não deu  sucesso.
- Me largue! - gritei me debatendo - Seu.. seu ... - não consegui completar a frase por causa das lagrimas, que droga eu sempre choro!
Ele continuou calado como sempre isso foi o que me deixou com mais raiva, mordi seu braço mas nada adiantou, ele não aparentou estar com dor.
- O que você quer tanto comigo? me diga.. - falei enquanto ficava quieta, seus braços não me apertavam mais. - Por que ainda me quer viva? só não me fale que me ama por favor, não suporto mais ouvir essa m-e-n-t-i-r-a.
Então ele parou no meio do celeiro, revirei os olhos imaginando que se eu tivesse olhado para a cara de Troy não precisava estar passando por esta situação.
- Não acredita que eu te amo? - ele falou e senti uma pontada de decepção no tom de sua voz.
- Quer mesmo saber minha resposta?! - falei cruzando os braços - Não.. eu não acredito que me ame, muito menos que exista um pingo de sentimento por mim dentro de você.

sábado, 10 de setembro de 2011

94

Fiquei completamente atordoada depois que o Guilherme falara aquilo, - mas antes só uma obs, eu não estava olhando para a cara da morte é obvio, senão eu já estaria morta -
Tentei imaginar ele antes de ser preso neste destino completamente cruel, desumano.. mas por que, qual motivo de Guilherme ter feito isso com ele? 
Tentei me lembrar de como se respirava quando vi Guilherme vindo em minha direção com o olhar mais doce do mundo, mas eu sabia que havia algo de errado em seu rosto, algo que ele estava querendo me esconder, algo que eu deveria saber mas não sabia...
Ele estendeu sua mão em minha direção e por um instante eu hesitei em pega-lo, hesitei em ir embora com ele segura em seus braços, hesitei em continuar viva e ver ele passar pelas piores situações mas enfim, segurei em sua mão e ele me puxou para perto de seu corpo. 
Senti seu cheiro delicioso em seu pescoço, senti o calor de seu corpo junto ao meu, senti a sensação de seu toque, a maciez da sua pele.
- Cadê Kirous? - perguntei dando uma olhada em seus grandes olhos vermelhos
- Dei um jeito para mante-lo ocupado por um certo tempo.. - ele falou me pegando em seus braços e lançando um ultimo olhar em 'Troy' - Temos que ir enquanto podemos.
Seus braços envolveram meu corpo enquanto suas pernas pegavam impulso e logo se lançara em direção ao céu, por seu ombro dei uma olhada em 'Troy' - mas nao em seu rosto - ele parecia meio abatido, transtornado - afinal quem não estaria?! -
Estavamos voando tão rápido que eu mal conseguia piscar por causa das rajadas de ventos em meu rosto, mal conseguia me mexer pelo jeito que ele me pegara e por isso desejei mil vezes para chegarmos logo porque não aguentava mais ficar naquela posição.
- Onde estamos indo? - gritei.
- A um lugar seguro. - ele respondeu - Não posso te dizer por enquanto, é sigilo e seus pensamentos ainda não estão completamente seguros.
Franzi a testa não entendendo o que ele queria dizer com aquilo, eu sabia que de vez em quando - ou sempre- Guilherme lia meus pensamentos... bem só sabia dele até agora.
- Kirous? - não precisei completar a frase, Guilherme rapidamente confirmou o que eu temia com apenas um balanço rápido de cabeça. - E como protegerei minha cabeça de informações que ele não pode saber?
Deve ter sido por minha causa que Kirous descobrira que eu estava viva...
Esse tempo todo... EU NÃO ACREDITO, eu mesma me condenei!
- Pense em Ster... relembre seus momentos juntas. - ele respondeu com o tom de voz estranha - Ou em qualquer pessoa que não tenha nada haver com o que está acontecendo. Mas cuidado para não ocorrer nenhum desvio, ele está vigiando cada pensamento seu, cada lembrança que você pode achar que não tem nada haver mas o que para ele pode mudar o rumo de qualquer ação nossa. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

93

Tentei parar de olhar para aquele rosto terrivelmente desfigurado, horrível mas era quase impossível... minha curiosidade queria observar melhor. 
- Eu sei que quer olhar Diana. - eles falaram novamente - Não deixe que sua vontade de viver controle sua curiosidade de vez, olhe-me... e veja o quanto é interessante olhar para a morte.
Fechei de vez meus olhos e os forcei a ficar fechados por um bom tempo - que merda, já não bastava Kirous querendo me matar agora a própria morte veio atrás de mim para me matar também, ai como sou disputada. - pensei.
- Não se esqueça que... - ele falou - no exato momento que minhas adoráveis e mortais mãos tocarem sua pele você pode morrer no mesmo segundo, mas prefiro que você se mate sozinha... não preciso fazer o esforço de me mexer já que você está mais próxima da morte do que eu de você.
- Dessa vez não... - uma voz masculina e grossa surgiu de trás dos clones enquanto meus olhos procuravam o dono do mesmo. - Quem está encrencado aqui é você.
Meus olhos se arregalaram quando Guilherme posou lentamente no meio da roda na qual eu estava, suas grandes asas estavam abertas enquanto mandava os ventos em rápida velocidade na direção daquele cara estranho, sua pele estava tão dourada que parecia estar brilhando e dava para perceber que estava muito mais musculoso desda a ultima vez que eu o vira.
- Saía da minha frente seu garoto imbecil. - gritou a 'morte' para o Guilherme - Senão acabo com ela e você ao mesmo tempo.
- Ok. - falou Guilherme pacientemente - Vamos ver... comece então, mas me mate primeiro, eu faço questão.
- Não! - gritei correndo em sua direção mas acabei tropeçando em algo e caindo na metade do caminho, gritei novamente... além da dor que eu sentia a dor em ver Guilherme morrer. - Não... me mate primeiro... EU!
Tentei gritar novamente mas minha voz falhou.
- Guilherme! - gritei mas antes que a pronuncia de seu nome saisse por inteiro, engasguei-me com a saliva.
Então ele estendeu seu braço musculoso na direção da 'morte' e esperou que ele fizesse o resto, a 'morte' hesitante olhou Guilherme de soslaio e tocou em seu braço.
Lágrimas escorreram rapidamente de meus olhos sem ter tempo de ver o que realmente iria acontecer, mas para minha surpresa nada aconteceu e então me lembrei o que a 'morte' me falara minutos atras.


"- Não se esqueça que... - ele falou - no exato momento que minhas adoráveis e mortais mãos tocarem sua pele você pode morrer no mesmo segundo"


Nada, nenhum arranhão aconteceu no braço do Guilherme.
 A 'morte' tocou  no braço dele e nas outras partes de seu corpo mas pareceu ainda estar intacto.
- O que... - ele falou se afastando de Guilherme e o olhando enquanto pedia uma explicação.
Guilherme por sua vez continuo parado na mesma posição e pareceu estar sorrindo quando viu a 'morte' se afastar.
- Acho que esqueceras de quem te aprisionou neste destino não é... - ele falou desafiadoramente, enquanto cuspia as palavras na cara da 'morte' - Troy?!

domingo, 4 de setembro de 2011

92

 Eu sei que a minutos atrás tava com remorso por não ter morrido mas morrer levada por um furacão era um dos tópicos que haviam na minha lista de 'maneiras de não morrer', Kirous ainda não demonstrou um pingo de medo  ou de surpresa. 
- Faça algo! - gritei para ele mas ele pareceu não ouvir por causa que o furacão estava mais perto, me escondi atrás de uma árvore próxima a mim e rezei.

Está tudo bem...
Corra enquanto a tempo, irei busca-la mais tarde.

Continuei atrás da árvore, meu corpo estava congelado - se eu não saísse dali enquanto era tempo eu poderia ser levada junto com Kirous -.
Depois de muita dificuldade para retomar o controle meu corpo começei a correr para uma direção diferente da qual Kirous estava, as vezes caía sem querer nos pequenos buracos que havia na floresta mas rapidamente voltei a correr para algum lugar, para qualquer direção que me levasse para longe dali.
Foi então que eu parei.
Um pouco longe de mim, estava parada uma figura de um homem sem rosto - é, ele não tinha rosto. -, engoli em seco.
Lentamente fui dando passos para trás mas isso não foi uma boa ideia, rapidamente a figura daquele homem começou a se multiplicar e em uma questão de segundos eles já faziam um circulo em torno de mim, olhei desesperadamente para todos os lados mas não havia nenhuma saída, nenhum buraco para eu escapar.

- O que é você? - perguntei
- Sou o que você mais teme. - eles responderam.
- Ah sim. - debochei cruzando os braços - Então você é o bicho papão? me poupe querido, essa frase é mais velha que não sei o que.. você é nada, pensa que você e esse seus clones vai me assustar?
- Ta eles tinham conseguido me assustar para valer, mas é claro que eu não iria dizer que estava. -  e então todos eles riram, de modo completamente aterrorizante.

- Muito corajosa para quem minutos atras estava fugindo de um furacãozinho de nada. - eles falaram - Mas me diga uma coisa Diana... você teme a morte?!

- Que tipo de pergunta era aquela? bufei e continuei com minha postura confiante -

- Claro que não né. - revirei os olhos - Só fugi porque... bem... me falaram para fugir. É.
Então a escuridão que estava onde deveria estar em seus rostos saiu dando lugar a verdadeira imagem deles, minha primeira vontade depois que pus os olhos naquele rosto deformado foi de vomitar e depois morrer.
- O... o que aconteceu? - perguntei pondo minhas mãos em minha boca.
- Nada oras. - eles responderam sorrindo - Acho que você nunca viu o rosto da morte não é?!







sábado, 3 de setembro de 2011

91

Senti o forte vento frio passar pelo meu corpo enquanto eu caia em uma velocidade aproximada a 100km/h, virei meu rosto rapidamente e logo vi as ruas da cidade na qual morava se aproximarem cada vez mais, deixei que uma lágrima escorresse e fechei meus olhos lembrando da ultima visão que tive de Guilherme e automaticamente sorri.
- Obrigada. - sussurrei para mim mesma e deixei que o destino fizesse o que deveria ser feito, sem interrupções minhas e nem de ninguém, mas antes que tudo pudesse acabar para mim uma mão forte e grande me segurara impedindo a minha queda, abri meus olhos rapidamente e olhei para a face do desgraçado do Kirous. 
- O que... - falei me balançando para que ele me soltasse - me largue seu idiota!
Suas grandes asas batiam enquanto voamos para o leste.
- Calma gracinha... - ele falou sério - fique quietinha e logo vai ter o que merece. 
E então ele sorriu fazendo com que suas asas batessem mais rápido e mais forte. 
- Alias, ele vai se arrepender pelo que tentou fazer... - Kirous falou - Ele pensa que medindo forças comigo irá salva-la de seu destino, rá... 
Fiquei quieta como ele pedira e fiquei observando a paisagem, gemi.
Sinceramente eu preferia ter caído daquela altura mesmo e estar morta, porque parecia que Kirous não iria me matar hoje. 
Revirei os olhos.
- Até quando vou ter que continuar participando dessa brincadeira idiota de vocês dois? - perguntei franzindo o nariz, Kirous apenas riu e voltou a ficar em silencio. Hum.
- Não por muito tempo. - ele respondeu minutos depois e logo percebi que estavamos quase em terra firme - Desculpe por este transtorno, posso te afirmar que irás morrer em menos de uma hora se isso te deixar um pouco mais aliviada. 
Fechei os olhos procurando paciência. 
- Acho que consigo esperar. - respondi apoiando meu corpo depois que Kirous me jogara bruscamente no chão, dei uma olhada nos meus braços e pernas me certificando que não havia nenhuma mancha roxa. 
Logo em seguida eu me levantei daquele chão imundo e fiquei olhando para os arredores daquela floresta quase escura por completo. 
- O que estamos fazendo aqui? - perguntei.
- Você irá ver. - ele respondeu sorrindo perversamente, segui seu olhar.
Grandes asas negras apareciam no meio do céu e então pude perceber que era Guilherme só por sentir aquele calor desumano passar pelo meu corpo - sempre acontecia quando ele estava perto de mim -. minha boca rapidamente se escancarou  quando vi um furacão dos grandes bem atras de Guilherme, numa tentativa frustrada de sair dali fui chegando para trás, minhas pernas tremiam tanto que não me facilitou a minha fuga, Kirous não parecia preocupado
- O que foi? - Kirous perguntou virando seu rosto para mim - Está com medo daquilo? 
Então apontou para o grande furacao que estava destruindo tudo que estava no seu caminho.
- O que você acha? - perguntei enquanto minha boca tremia - Você é um anjo, eu sou só uma humana...
- ... quase morta. - ele completou voltando a dar atenção a Guilherme. 







sexta-feira, 2 de setembro de 2011

90 - O fim começa agora.

Nenhum sinal de Guilherme até agora, fazia quase uma hora que Derick, Peter e seu pai tinham chegado até neste fim de mundo para realizar um único objetivo... 'me matar'.
"Será que Guilherme escutara o meu aviso pelos meus pensamentos? será que ele fugira?" - não que  isso não fosse otimo, mas senti uma pontada bem forte em meu coração só de imaginar Guilherme não me procurando mais, mas seria  pro bem dele e para o meu ficarmos longe um do outro. - Voltei a olhar para o grupo formado por três anjos, cujo o maior era o líder e o mais diabólico  e os outros dois eram seus filhos.. "Derick e Peter". 
- Acho que  meu filho nunca lhe falou meu nome pra ti, estou certo?! - o meu assassino sorriu maleficamente esperando uma resposta, abaixei meus olhos e apenas balançei minha cabeça confirmando. - Meu nome é Kirous Palo, mas prefiro que me chame somente de Kirous.  
  Fingi sorrir e então joguei-me no sofá, o único objeto que tinha por ali e que não era branco, eu já estava cansada de ficar em pé por tanto tempo mas parecia que os 'anjos' não se incomodavam com isso. 
Suspirei.

- Acabe logo comigo... - implorei jogando minha cabeça para trás - Não aguento esperar mais!
Kirous me olhou pelo canto do olho e ficou sério novamente, cruzou seus grandes e musculosos braços e voltou a se aproximar de seus 'seguranças' ou sei la, revirei os olhos e por fim fechei-os.

Não vai acabar, não agora.

Meus olhos rapidamente voltaram a se abrir quando a voz de Guilherme invadira minha cabeça, risos surgiam  ao redor do lugar onde estavamos e todo aquele branco tinha sido tornado preto. 
- Até que enfim. - falara Kirous - Sua querida namoradinha estava sem paciencia, e então.. vamos começar?
Engoli em seco quando vira a figura de Guilherme frente a frente a seu pai, mas ele estava tão diferente.. estava tão... tão estranho fisicamente, parecia estar mais forte, mas ... dourado (?), suas asas estavam maiores e mais negras e seus olhos... estavam vermelhos como o do pai. Os olhos de Guilherme se fixaram nos meus e jurava que pude algo mais neles, tentei falar algo... falar pela ultima vez que eu o amava mas parecia que havia em minha garganta um nó bem complicado de tirar.

Se segure, a queda vai ser grande.


Voltei-me a prestar atenção em Guilherme mas para minha surpresa ele não estava mais lá. Kirous nervoso, ficou ameaçando-o enquanto o procurava pelos os arredores daquele lugar até que por fim...
Tudo se explodiu.




terça-feira, 30 de agosto de 2011

89

Eu não estava com medo, eu sabia que um dia isso iria acontecer mas nunca pensei que eu morreria tão jovem, mas agora isso não importava. 
Ele andava lentamente em minha direção e enquanto caminhava Derick aparecia ao seu lado e Peter no outro, tinha que admitir que eu queria chorar... não por medo mas sim de nervoso. 
Enquanto se aproximavam eu pude perceber que havia raiva em seus olhos, mas era uma raiva na qual eu nunca vira passar por um olhar humano, uma raiva desigual, desumana.. algo sobrenatural, algo devastador e foi desses olhares que senti medo. 
- Continua a mesma, como eu a deixei. - Derick falara parando ao lado esquerdo de seu pai e afastado uns metros de mim - Boa ideia ter te trago aqui, não acha?!
Eu arfei mas não respondi aquele imbecil, desviei meu olhar dele para o Peter que parecia estar com a mente em outro lugar, ignorei-o e finalmente olhei para o meu assassino.
Suas presas estavam a amostra e nos seus olhos vermelhos dava para ver o fogo queimando, isso me fez estremecer, suas grandes asas se abriram como se estivessem se preparando para um abraço.
- Cade seu irmão?! Ele está atrasado. - falou o meu assassino para Derick que agora olhava em seu relógio de pulso.
- Deve estar chegando, deixei o recado muito bem avisado. - ele falara apontando para mim, meu corpo estremeceu. - Ele vai vim sim.
"Era uma armadilha para Guilherme?! Não! NÃO VENHA GUILHERME, NÃO ME SALVE!" pensei com todas as minhas forças querendo que ele lesse "Guilherme, por favor... vá embora, isso é uma armadilha.. não venha!"
Quis gritar, quis correr para avisa-lo mas isso não iria ajudar ... por que eles não me matam logo e esquecem de Guilherme?! seria tão fácil, prático e económico.
- Esqueçam dele! - gritei fazendo com que os três me olhassem - Me matem logo...
O meu assassino riu junto com Derick e Peter, do que tanto riam?
- Quero deixar as coisas mais... - ele falara fazendo sinais com as suas mãos - animadas sabe?! Agora que temos você, Guilherme não irá fugir e finalmente poderei puni lo... não se preocupe não irei toca-lo fisicamente, só sentimentalmente.
Ele piscou para mim e finalmente entendi o que ele estava querendo dizer, o pai de Guilherme iria punir ele com minha morte.
Meu coração se apertou.
- Não vai ser tão doloroso para você, é claro... - ele falou se aproximando um pouco mais de mim - Pretendo te matar rapidamente para poupar tempo.









88

"E talvez em uma outra vida, poderemos viver nosso amor em paz.."






Cansada de tantas ilusões, tantas mentiras e principalmente cansada de viver por nada.
Tantas vitorias, tantas derrotas, tantas lagrimas derramadas... tudo para nada.
Eu faria tudo, daria minha alma só para ter mais alguns minutos ao lado de Guilherme... alguns minutos para sentir seu cheiro, alguns minutos para tocar sua pele e tocar seus lábios com os meus, alguns minutos para olhar em seus grandes olhos negros e dizer diretamente para eles o quanto ele era importante para mim e o quanto eu o amava... para sempre.

Não importava a distancia na qual eu estaria, não importava se eu estaria morta ou não... o importante que eu tinha certeza de uma coisa [...]

[...] Eu o amo e sempre vou amar e não vai ser a morte que vai fazer com que essa chama que fica cada vez mais forte dentro de meu coração sumir, desaparecer. Não! Só de saber que Guilherme estará vivo a chama fica mais forte, cada vez mais impenetravel.
Era ele que eu queria mas nem tudo que queremos podemos ter, então só me resta desejar que ele seja feliz.. que ele consiga seguir seu rumo.. seguir o seu verdadeiro destino.
Fechei meus olhos me levantando do sofá, cruzei os braços e deixei que as lagrimas escorressem pelo meu rosto.


Estava na hora, eles estavam chegando. 





sábado, 27 de agosto de 2011

87

Final feliz, argh!
Que bobagem, que mentira idiota e mau contada. Mas tenho que comentar que já acreditei nela, acreditei que tinha um final feliz reservado para mim e um príncipe encantado que iria me salvar e me proteger de todas as maldades que existem neste planeta.
Que boba que eu era, até agora o único final que estava guardado para mim era a morte e o 'principe encantado' era um anjo das trevas, filho de um demónio. As chances de sobreviver e viver feliz para sempre com ele ao meu lado eram minímas, na verdade elas não existiam.. era isso que me deixava deprimida.
As palavras, as revelações que o pai de Guilherme me fez ainda rondavam minha mente só de pensar que minha morte já estava sendo planejada antes de nascer me deixava cada vez mais desesperançosa, mais em desvantagens...ele merecia parabéns, ele realmente merecia uma salva de palmas nunca conheci tal pessoa com tal inteligencia como a do pai de Guilherme. 
- Não sei porque ainda me surpreendo com as coisas. - falei para mim mesma enquanto deitava no sofá de couro, fechei meus olhos lembrando do rosto de Guilherme e o do pai dele, eles tinham muitos traços iguais e a personalidade forte, confiante também... poderíamos dizer que os dois tinham mais cara de serem irmãos do que pai e filho.
Mas eu sabia... mais que tudo desse mundo que a única coisa que diferenciava o pai do filho era o sentimento... era o coração.
Guilherme era capaz de sentir, de amar eu sabia disso enquanto o pai dele nem deveria ter um coração, no lugar deveria ser um buraco negro onde tiraria (expulsaria) dentro dele qualquer sentimento puro que pudesse surgir, como um furacão assim podemos dizer.
 Leva tudo que é bom e deixa tudo que é ruim, ou deixa o que era ruim pior ainda.

Pode ser tarde demais para você,
mais para mim nunca irá ser.
Estou te procurando e irei acha-la aonde quer que esteja...
só quero deixar bem claro que eu a amo.
Até em breve.

Meu coração deu uma acelerada bem legal enquanto eu tentava reorganizar as palavras em minha mente.
GUILHERME! ERA ELE...
Agora eu tinha plena certeza que ele estava atras de mim, tinha certeza que ele sentira minha ausencia e que o plano de Derick sobre Guilherme estava completamente errada... que não ia dar certo e que ele - Guilherme - estava vindo me salvar.

Meu coração ainda estava a mil por hora, enquanto imaginava os lábios dele tocando os meus novamente. 






86

Havia algo de muito familiar naquele rosto, eu sentia que o conhecia de algum lugar mais ao mesmo tempo eu sabia que nunca tinha visto-o na vida.
Ele andou em minha direção fixando seus grandes olhos vermelhos nos meus castanhos, seus cabelos balançavam de acordo com a brisa que se passava pelo seu rosto, seus lábios finos, pequenos e rosados estavam um pouco abertos mas dava para ver muito bem suas presas, ele não usara blusa deixando a metade de seu corpo a amostra, o tom de sua pele chegava a ser quase dourado.
- Calma. - ele falou sorrindo - Não vim mata-la agora, mesmo porque não iria ser tão emocionante como estou querendo que seja. 
Tentei argumentar algo mas nada veio em minha mente, deixei que ele continuasse a falar.
- Sabe, por muito tempo eu e meu filho 'Derick' esperamos pela sua chegada... - ele falou sentando-se ao meu lado - Sabíamos que Guilherme iria me trair por sua causa.
Desviei meu olhar do dele pensando no que Guilherme poderia ter evitado caso não me conhecesse, seria tão fácil nunca ter nascido!
- Sabíamos o que ele iria fazer, controlamos os seus passos e suas ações sem que ele soubesse... - sua mão foi em meu braço e o tocando, por um breve momento meu braço ficou dormente com seu toque mas logo parou. - Infelizmente é um desperdício ter que mata-la seria mais fácil transforma-la que nem Guilherme fizera com aquela sua amiguinha.
"Peraí, para tudo! o que ele quis dizer com isso?! que amiguinha?" Congelei.
- O que você está falando? - perguntei tentando não demonstrar muita surpresa.
- Ah, então ele não lhe contou?! - suas sobrancelhas se levantaram e sua testa se enrugou - Era de se esperar.
Engoli em seco tentando imaginar que 'amiga' ele falara, e o que o Guilherme estava escondendo de mim?!. pensei que não existia mais segredos entre nos dois mas parecia que eu estava completamente enganada.
- Quem? que amiga é essa? - perguntei tentando manter minha voz calma e controlada, tentei não demonstrar desespero e pânico. - E como assim transformou-a?
Ele balançou a cabeça como se estivesse dizendo não e desfez seu sorriso.
- Oh, sorry! - ele falou fingindo estar indignado com a situação - Se meu filho não lhe contara até agora o que fizera ... não vai ser eu que irei lhe dizer. Desculpe, deixarei ele mesmo te falar.
Ele se levantou lentamente dando uma ultima olhada em mim e depois se fora, se teletransportara como Derick quando me trouxe aqui.
Sozinha de novo mas dessa vez o aperto no coração estava mais forte, mais intenso... estava devastador.
O que Guilherme estaria me escondendo?




sexta-feira, 26 de agosto de 2011

85

Tempo.
Por que tanta demora? por que essa tal hora não chega logo?! por que eu tenho que continuar esperando?!
Tantas perguntas, tantas dores de cabeça para nenhuma resposta e nenhum remédio.. aquele lugar estava me deixando louca porque a única pessoa na qual eu podia conversar era eu mesma e mais ninguém. 
Como estaria Guilherme?! será que ele tava bem? será que ele me procurava? será que ele já percebera minha ausência ?! 
Essas perguntas estavam me torturando e meu coração já não tava tão forte para aguentar esses tipos de dores, eu precisava de Guilherme para me curar mas minha cabeça não deixava... minha cabeça me proibia de ter esses tipos de pensamentos, meu destino já estava traçado e o dele também e o nosso amor não estava nos planos dele. 
Era isso que me machucava cada vez mais...





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Guilherme narrando

Eu poderia desistir, deixar para lá...fingir que nada tivera acontecido,fingir que ela nunca tinha deixado marcas em mim.. como se eu nunca tivesse me apaixonado incondicionalmente por ela mas eu não podia, eu não tinha esse direito!
 Não ia abandona-la nem um segundo de sua vida, ela era tudo para mim e deixa-la morrer por motivo egoísta seria imperdoável.
Eu iria passar o resto de meu dia procurando-a até uma nova pista surgir, mas até la eu nunca iria desistir de procura-la.



        

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

84

E que o fogo do nosso amor nunca se apague, que nunca se enfraqueça com o passar do tempo... 
porque nossos corações estão batendo juntos um pelo outro. 
Que o brilho de seus olhos nunca desapareçam, porque é ali
que eu encontro a esperança e o conforto de te ter um dia, um dia na qual a paz
reinará neste mundo cruel;
a paz de nosso amor, a paz de nosso descanso eterno nos braços
um do outro.
E que essa chama que aquece nosso amor nunca se apague,
que nosso caminho se cruze novamente, 
e que seu corpo nunca se esqueça o calor do meu corpo.
Para sempre, sua humana.





83

Andei de um lado para o outro, com meus braços para trás, acho que eu pensava que isso iria me ajudar em alguma coisa - o que não iria - já tinha bagunçado meus cabelos e quase rasguei minhas roupas de tanto nervosismo.
Acho que eu não seria a única que ficaria angustiada caso estivesse presa em um conservador humano que não tenha nada além da própria cor enjoativo.. - o branco. - Certo tem algumas pessoas que 'amam' de paixão essa cor que tecnicamente... estava me cegando ou sei la o que, só sei que meus olhos precisam olhar para qualquer coisa que não tinha a tonalidade 'branca'.
Por muito tempo fiquei pensando em como estaria o Guilherme sem me dar conta que minha mãe poderia estar por aí sem saber de sua filha desaparecida, será que ela sentiria minha falta? será que ela notaria minha ausência? e como ela iria ficar quando soubesse que estava morta ? e Lucinda? coitada...
Balancei a cabeça tentando tirar aqueles pensamentos ruins de minha cabeça, tudo iria ficar bem.. elas iriam ficar bem - ou acreditava que iam - antes que tudo acabasse.
O fim.
Essa palavra soara agora tão menos assustadora para mim, deveria ser porque eu já me pus em minha cabeça que eu não podia fugir da morte... eu iria morrer de um jeito ou de outro, só irei morrer um pouco mais tarde por causa de uma 'falha' nos planos.
É... uma falha podemos assim dizer.
Era horrível pensar que a pessoa que você gosta só gosta de você porque deu uma 'falha' nos planos, uma falha que nunca deveria ter acontecido mas que aconteceu.
Ele nunca deveria ter gostado de mim, nunca deveria ter passado na sua cabeça a hipótese de um dia ficarmos juntos, ele nunca deveria ter ido tão longe por mim já que no final ia dar a mesma coisa... eu iria morrer de um jeito ou de outro, isso sim... esse era o meu fim, um fim na qual Guilherme e eu nunca poderíamos mudar... esse era meu destino, estava traçado e lutar contra as forças dele era o mesmo que lutar contra a correnteza. Impossível mudar de direção. Impossível um dia acreditar que eu e Guilherme iríamos  viver felizes.
Impossivel era pensar que qualquer mudança de curso, eu poderia nunca ter me apaixonado por ele.




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"Eu sou teu segredo mais oculto,
teu desejo mais profundo, teu querer...
Sou teu ego, sou tua alma,
sou o teu céu, sou teu inferno, a tua calma."


"Guilherme"
Seu nome veio em minha mente como um meteoro atravessando a via láctea - claro, rápido, brilhante, hipnotizante e inesquecivel - era assim que eu via o Guilherme.
Único.
Único garoto na qual me apaixonei e única pessoa  - e também anjo - que fiquei completamente fascinada, que me senti completamente presa só pelo seu olhar, sua boca, seu sorriso, seu corpo...
Você.
Você conseguiu me prender em seu olhar, agora faça... me leve junto com ti para seu refugio e nele acabe com toda essa angustia em te tocar, acabe com toda a tensão em meu corpo e me faça relaxar, venha me amar... é a única coisa que peço, me salve das mais perigosas armadilhas que existe neste mundo e me leve para o céu, me faça dançar enquanto voamos, deixe-me cair de seus braços e depois me pegue, me segure firme... venha, eu te quero, eu te desejo.
Será que te amar é tão complicado quanto imagino?!
Será que te amar é tão dificil quanto morrer?!



Porque me procuras tão ansiosamente?
 Qual a razão 
Da tua presença nos meus sonhos?
Aproximo-me então
Quero tocar nesse semblante angelical
 Quero mergulhar de novo
Nesse mar de sentimentos.