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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

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Deitei-me na grama da fazenda me encolhendo enquanto deixava que as lágrimas caíssem, era a única maneira de extravasar meus sentimentos, a única maneira de aliviar um pouco a dor que se acumulava dentro de meu peito. 
Foi interessante porque quando comecei a chorar as nuvens do céu começaram a se escurecer e gotas da chuva começaram a cair, foi como se o céu estivesse chorando junto comigo, foi um jeito de me distrair, pus minhas mãos atrás de minha nuca e deixei que as gotas da chuva me molhassem enquanto as gotas das minhas lágrimas caiam em minha bochecha e depois no gramado, fechei meus olhos. 

- Diana... - a voz masculina de Guilherme rapidamente me tiraram de minha distração, tentei ignorar sua voz.. tentei não escutar o meu nome sendo pronunciado por ele, tentei parar de dar tanta importância a ele. - Eu.. queria falar com você.
Respirei fundo e me mantive firme ainda ali, deitada e fingindo que não estava escutando ele... foi a coisa mais difícil que eu já fiz, ignorar a pessoa que amo.. ignorar o chamado de meu coração.
- Por favor... - ele pediu pondo o fim em minha estratégia de ignora-lo, me levantei e fiquei sentada olhando-o. 
- O que você quer? - perguntei fazendo com que minha voz saísse com a maior ignorancia do mundo. - Quer falar mais alguma coisa? quer quebrar mais algum vínculo que existe entre a gente? na verdade não existe nada, só quero saber se você vai me decepcionar de novo.
Seu rosto mudou completamente como se eu tivesse me visto traindo-o , ele abaixou seus olhos e se sentou em minha frente tentando segurar em minhas mãos que rapidamente desviei. 
- Eu só queria deixar claro... - ele falou fixando seus grandes olhos negros nos meus. - eu nunca enganei você em relação a nada, nunca menti sobre meus sentimentos sobre ti. 
Revirei os olhos e bufei esperando que ele terminasse aquele dialogo que eu sabia que não levaria a lugar nenhum.
- Diana... - ele falou agora segurando em minhas mãos, novamente aquela onda de calor passou pelo meu corpo fazendo com que eu o desejasse. - Eu te amo, sempre te amei e se eu menti alguma vez para você é porque eu quis te proteger do meu mundo. 
- E mentir para proteger é uma prova de amor? - falei reunindo forças para não cair em sua rede novamente. - Não quero esses tipos de amor não Guilherme, acho que morrer é meu destino.. já que você conseguiu matar uma boa parte de mim.
- Eu... o que?! - ele perguntou assustado. - O que?
Respirei fundo mordendo o canto de meus lábios, olhei para o céu e percebi que a chuva estava passando. 
- Você me matou... - eu falei - matou os meus sentimentos, matou o que eu era... matou tudo e principalmente, matou minha confiança em você.

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