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terça-feira, 2 de agosto de 2011

70

Agora eu vou lhe dizer o que fiz por você
                              50 mil lágrimas eu chorei
Gritando, iludindo e sangrando por você.


- Você ainda não me disse seu nome. - eu falei observando o modo de como ele se mexia, tenho que admitir que fiquei meio sem folêgo. 
- Meu nome?! - seu rosto se virou em minha direção, seus olhos negros se fixaram nos meus me deixando um pouco tonta - Peter, prazer. 
- Nome legal. - comentei passando a mão nos móveis do lugar onde estava. - Onde estamos?
Ele andou e parou ao meu lado observando meu rosto, minha expressão. 
- Confidencial. - ele falou num tom sério - Por enquanto prefiro não lhe dizer, desculpe-me.
Olhei-o e sorri.
- Não.. tudo bem. - eu falei prendendo meus cabelos em coque - Eu entendo. 
Nossos olhos se encontraram e por um momento eu jurava ter visto a imagem de Guilherme neles, bem estranho eu sei... mais eu jurava que tinha visto. 
Peter estranhando minha expressão arqueou uma de suas sobrancelhas e sorriu. 
- Eai, ta com fome? - perguntou indo em direção a uma parte separada da sala mas parecia ser uma cozinha só  foi ele perguntar para minha barriga começar a roncar.
- Acho que sim. - falei indo na direção dele, pus minha mão em minha barriga e a pressionei tentando fazer com que ela parasse de fazer aquele barulho esquisito. - Alias, quantas horas eu fiquei desacordada?
Peter mexia e remexia nas panelas, nos armários, nos ingredientes no qual ele precisava e minutos depois desviara sua atenção daquilo para mim.
- Duas horas ou mais. - ele falou voltando a prestar atenção no que estava fazendo. 
- Ah. - falei olhando para a pequena mesa que havia no centro da pequena casa. - Quer que eu o ajude?
- Ah claro. - ele falou apontando para um gaveta perto de onde estava - Se não te incomodar.. ponha isso na mesa.
Fiz exatamente o que ele me pediu, agachei-me um pouco abrindo a gaveta; nela havia umas paradas para apoiar o prato, peguei duas e fui em direção a pequena mesa que havia ali e pus as paradas em lugares diferentes voltando logo em seguida para pegar os talheres e os copos enquanto Peter cozinhava algo que aparentava ser delicioso, minha barriga roncou novamente e ri baixinho. 
- Parece ser bom... - comentei parando ao lado de Peter e olhando para dentro da panela. 
- É sim. - ele falou sorrindo - Te garanto que não vai se arrepender de comer. 
- Claro que não vou. - retruquei rindo - Só de sentir o cheiro já me da água na boca, nham nham. 
Nois dois rimos juntos e vários minutos depois sentamos para comer, pus um pouco em meu prato e ele fez o mesmo. 
- Não ta com veneno não ne?! - perguntei sarcasticamente 
- Oh... - ele falou fingindo parecer ofendido - Sinto-me ofendido por essa pergunta, mas é claro que não... sou muito criativo na hora de matar alguem, essa tática é antiga e só utilizada pelos iniciantes. 
- Ah desculpe-me então - eu falei dando de ombros e voltando a comer - Está deliciosa. 
Ele sorriu simpaticamente. 
- Eu sei... - ele piscou para mim. - Anos de prática. 
- Ata... - falei encerrando o assunto, o único som daquela casa agora era da nossa respiração e dos talheres. 







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