Estava esperando uns 15 minutos pelo ónibus que não aparecera, o que era incomum, sempre esse horário qualquer um dos ónibus que eu pegara estaria passando mesmo cheio.
Peguei meu celular que estava no bolso da minha calça e dei uma olhada 7:20, estava quase na hora de bater o primeiro sinal, eu não estava com tanta pressa assim mas eu não gostava de chegar atrasada, dei uma olhada para a rua.
Deserta. Sem movimento. Nada.
Eu estava ficando meio que desesperada pois se algo acontecesse comigo ninguém taria ali para me ajudar, tremi dos pés a cabeça esperando pelo pior e pelo melhor também é claro, imagina... não quero que nada de mal aconteça comigo.
Abracei -me e encolhi no banco que havia ali no ponto, eu estava com muito medo óbvio... minha rua sempre fora movimentada e agora parecia mais cidade assombrada que nem aqueles filmes de faroeste. Tentei não me esquecer de respirar ao escutar o som dos pneus do ónibus se aproximando, meu coração se acelerou e por fim eu sorri grata por algum ter aparecido.
Mas eu estava completamente enganada.... aquele ónibus não iria parar... ele estava em alta velocidade e sem motorista o que me assustou mais.. mas o pior não foi isso, o pior era que ele vinha em alta velocidade na minha direção.
Eu não sabia o que fazer, ocorreu tudo rápido demais a única coisa que eu me lembrara foi do ónibus tão perto de mim e que antes que ele se colidisse comigo fui brutalmente puxada para cima.
Vi aquela imagem do ónibus descontrolado batendo no ponto e fazendo aquele barulho estrondoso o que fez meu corpo tremer, mas o estranho foi que eu estava vendo o ónibus por cima... segurei firmemente minha bolsa e olhei para o rosto do meu salvador.
Meu coração pulou e automaticamente sorri.
- Tudo bem? - Guilherme perguntou preocupado, eu balancei a cabeça abobada... meu coração tava a mil mas havia algo diferenciando ele das outras vezes que eu vira.
Primeiro estávamos voando e ao olhar para frente eu vira um grande par de asas negras porém muito hipnotizantes surgindo das costas de Guilherme, eu abri um pouco meus lábios pronta para comentar sobre isso mas as palavras não queriam sair da minha garganta.
Segundo ele estava sem camisa porém sua pele estava mais morena do que antes, duvido que teve tempo de ir pra praia pegar um bronze.
Terceiro seus cabelos estavam um pouco menores e seus olhos estavam muito mais escuros e perversos, me fazendo ficar um pouco com medo.
Quarto e ultimo... ele estava diferente mas mesmo assim eu sentia no modo que ele me abraçava e me segurava para eu não cair. Ele me amava... mas do que nunca.
- Onde esteve? - perguntei enquanto eu via que nos afastávamos do local e subíamos um pouco em direção ao céu.
- Meu pai anda meio desconfiado com sua morte. - ele fez uma careta - Ando criando falsas provas que você está morta, só pra mante-lo ocupado para que não venha te fazer uma visita.
- Quanto tempo mais você vai ficar fazendo isso? - perguntei admirando o modo de como suas asas batiam.
- Hoje poderei ficar com você, meu pai acha que eu vou visitar as gêmeas do inferno. - ele riu e balançou a cabeça ao ver a minha reação - Ele acha que elas são ótimas candidatas para eu me envolver, mas nunca me dei bem com elas... são tao frescas como água, nojentas como uma lesma e lerdas como uma tartaruga.
Eu desviei meus olhos dos dele e fiquei imaginando como seriam... sera que eram bonitas? sera que eram magras?! será que eram tão perversas quanto o pai de Guilherme?!
Fiquei meio depressiva porque o pai de Guilherme nunca iria nos deixar namorar, nunca!
E se ele imaginasse que eu estaria viva ele mesmo viria me mataria ao vivo e a cores.
Tremi com essa possibilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário