Ficamos ali por horas conversando sobre sua especie, é claro que do jeito que sou curiosa perguntei tudoooo! sem exceções e ele finalmente me respondeu com as mais sinceras palavras.
Seus olhos não estavam tão escuros quanto antes, seu rosto demonstrava seriedade.. tranquilidade, como se tivesse conversado sobre isso comigo milhões de vezes.
- Mais a uma coisa que eu ainda não te contei... - ele falou cruzando os braços e sorrindo travesso - Sobre os pais de Lucky.
Meu coração falhou, quando ele pronunciou o nome de Lucky automaticamente a imagem do rosto de Derick passou pela minha cabeça.
- O que? - perguntei desinteressada, não o olhei.
- Eu... matei os pais dela. - ele falou, eu percebi que em seu tom de voz... tinha mesmo que fosse um pingo...arrependimento.
- Você matou os pais dela? - fiquei surpresa por eu não ter me exaltado, porque foi a culpa de Guilherme por eu ter me afastado de Derick... mas eu não estava nem ai para Derick, então para mim tanto faz quem tinha matado os pais de Lucky.
- Eles... eram bons? - perguntei meio sem graça, nunca tinha visto ou conhecido os pais de Lucky, mas para mim a imagem da filha eram a imagem dos pais.
- Não tanto. - ele respondeu meio pensativo. - Mas eles sabiam de nossa existencia e estavam planejando algo grandioso para nos exterminar.
Eu balançei a cabeça um pouco incredula, voltei a olhar para Guilherme e em seus olhos haviam aquele brilho demoniaco que eu vira quando ele tentara me matar.
- Foi muito prazeroso te-los matado. - ele riu e lambeu os seus labios, me dando um pouco de medo. - Meu pai ficou com tanto orgulho de mim, que me deixou ficar por aqui mais uns meses.
O que?? como assim "meu pai ficou com tanto orgulho de mim, que me deixou ficar por aqui mais uns meses?" fiquei irritada mesmo, nunca passara na minha cabeça que Guilherme tinha um certo limite para ficar nos lugares.
- Você vai embora? - perguntei irritada, nervosa e raivosa... tudo com 'osa' - você vai me deixar?
- Não por enquanto. - ele respondeu desanimado e preocupado - Eu nunca senti medo em toda minha existência, nunca recuei uma só vez quando o destino me dava uma oportunidade mas agora...
Ele respirou fundo e fechou os olhos, parecia que ele queria chorar... meu coração se apertou
- Eu to com medo de quando eu partir e acabar deixando você sem proteção, to com medo de quando meu pai descobrir que você ta viva. - ele falou cada vez mais preocupado - Não to com medo do que ele irá fazer comigo, mas sim com você... Diana... ninguem nunca vai sentir isso que to sentindo.
- Calma Gui. - eu falei me levantando de onde estava e o abraçando mesmo com aquela dor insuportavel no corpo. - Eu não vou deixar ele me machucar, e nem te machucar.
Ele tentou falar alguma coisa, mas antes que as palavras fossem pronunciadas.. a expressão de seu rosto mudou.
- Eu tenho que ir. - ele falou me fazendo se afastar dele. - Meu pai... precisa de mim.
Fiquei em pânico, não sabia o que fazer nem o que falar... as palavras estavam emboladas em minha garganta.
- Será que ele sabe? - perguntei sentindo os pelos dos meus braços se arrepiarem.
- Ainda não... - ele falou fixando seu olhar em um lugar muito distante de onde estavamos. - Ele só quer que eu mate alguém.
Meu coração se acelerou quando ele me lançou aquele olhar feroz na minha direção e sorrio, ele se aproximou de mim, e rapidamente colou meus lábios nos deles me fazendo sentir calma. Eu sorri abobada e então ele se foi.
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